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Carnaval
Cresce movimento de entrega de abadás
O movimento para a compra de abadás foi intenso ontem nos principais postos de venda de Salvador. Na loja Axé Mix, onde a camisa de nove camarotes e seis blocos são comercializadas, a fila era grande.
A empresária Sueli Santana, 50, se surpreendeu com o número de pessoas. "Vim hoje porque achei que seria tranquilo; me enganei", comentou. Segundo o coordenador de entrega da Axé Mix, Sérgio Ferreira, mais de 30 mil abadás devem ser vendidos até o final da folia.
Em todo o shopping da Bahia, cerca de 300 mil pessoas devem retirar os passaportes para blocos e camarotes até a próxima terça-feira. A estimativa da Associação Brasileira de Entretenimento (Abre) é que 90% dos ingressos comprados pelos foliões sejam retirados no Shopping da Bahia.
Insegurança
No Forte do Barbalho, onde são entregues as fantasias do afoxé Filhos de Gandhy, os associados reclamaram da falta de segurança. Segundo informações de um guarda que atua no local, dois foliões foram assaltados ontem.
Não havia viaturas ou policiais militares circulando nas proximidades. A costureira Rosimeire Alves, 36, conta que a segurança é precária na região. "No ano passado fui assaltada aqui na porta. Este ano estou evitando sair tarde", afirmou.
O diretor executivo dos Filhos de Gandhy, Luiz Henrique de Sousa, informou que mantém seguranças no interior do ponto de entrega. "A segurança no exterior é feita por policiais", completou. Segundo a assessoria da Polícia Militar, o policiamento está sendo reforçado em todos os pontos de entrega, inclusive no Forte do Barbalho.
Apesar da denúncia de assaltos, nenhuma ocorrência foi registrada na 1ª Delegacia Territorial dos Barris, ontem, segundo o delegado titular, Adailton Adan. Também não houve registro na 16ª Delegacia Territorial da Pituba.
Filhos de Gandhy
Com o tema Águas Sagradas, o afoxé Filhos de Gandhy vai reverenciar, este ano, as iabás ligadas à água: Iemanjá, Oxum e Nanã.
As cores douradas, em homenagem a Oxum, estão presentes no lençol e sandália. Já os elementos da água, como búzios e mosaicos de pontes dos rios de Salvador, estão representados no lençol. Luiz Henrique espera contar, em média, com 8.900 associados.
Para Edvaldo Ferreira, 52, associado há 30 anos, fazer parte do afoxé tem um sentido especial. "Quando eu visto a fantasia, me transformo. Parece que visto uma alma de tranquilidade e paz. Fico mais gentil, mais educado. Esta é a mensagem do bloco", opinou.
Edvaldo também leva o filho Everton Conceição, 13, desde que ele tinha dois anos. "Ser Gandhy é uma questão de tradição", diz.
