Márcia Castro projeta carnaval em 10 anos: “música afro no front” | A TARDE
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Márcia Castro projeta carnaval em 10 anos: “música afro no front”

Cantora destacou que festa deste ano está se revelando como um verdadeiro resgate de tradições

Publicado quarta-feira, 07 de fevereiro de 2024 às 12:08 h | Autor: Bianca Carneiro
Artista é uma das atrações da line-up do Camarote Expresso 2222
Artista é uma das atrações da line-up do Camarote Expresso 2222 -

Uma das atrações da line-up do Camarote Expresso 2222, da família Gil, a cantora Márcia Castro destacou que o Carnaval de Salvador deste ano está se revelando como um verdadeiro resgate das tradições afro-baianas que marcaram décadas passadas. Em entrevista no lançamento das novidades do espaço na terça-feira, 6, a artista destacou o retorno de elementos característicos dos anos 90, como festas de bairro e lavagens, na folia baiana.

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“Eu acho que esse ano o verão de Salvador está sendo bem diferente. Eu tenho me recordado os verões da década de 90, vi de novo esse ano, inclusive, festas de bairro de bairros assim, lavagens, que é muito na década dos 90. É um verão onde as pessoas, o turismo voltaram muito aquecidos, muito forte pela cidade. Eu nunca mais tinha visto o Carnaval de Salvador com tantas possibilidades de diversão, dos mais variados gostos”.

Márcia falou sobre a importância de homenagear e preservar os blocos afro, que neste ano, dão tema ao carnaval. Ela ressaltou a necessidade de integrar elementos dessa tradição em todas as celebrações carnavalescas, como forma de garantir a autenticidade e a diversidade do evento.

“Eu fico muito feliz porque eu, de fato, eu sou uma folhinha que se construiu a partir dos blocos afro. Eu curto música baiana desde a década de 80, onde os blocos afro tinham protagonismo interessante, onde os blocos afro tocavam na rádio e não se expandia para além do Brasil. A música baiana era consumida pelos baianos. Agora, essa música afro que ficou um pouco de lado volta para o front nesse ano de um jeito muito lindo. Então, acho que isso aí é todo mundo deveria trazer pelo menos um pedaço disso dentro da sua, do seu repertório, dentro da construção do seu Carnaval, para homenagear esses artistas".

Futuro da folia

Questionada pelo Portal A TARDE, Márcia fez também uma projeção para o futuro do Carnaval de Salvador. Citando a polêmica envolvendo o Ara Ketu, que quase ficou de fora da folia, ela expressou otimismo em relação a manutenção dos blocos afro no front e acredita que, nos próximos 10 anos, esses movimentos estarão ainda mais consolidados como parte fundamental da identidade cultural da festa.

“Eu acho que assim, os movimentos que tratam dessa representação dos blocos afro estão sacudindo um pouco os dirigentes que fazem a festa para que se acorde para a importância disso. Porque, na verdade, essa tradição que mantém a nossa identidade e sem ela, o carnaval passa a ser uma festa de camarote, que você pode curtir em qualquer lugar do Brasil. Mas quem traz a identidade para o nosso Carnaval é a cultura afro baiana. Então, acho que esse ano foi muito importante, inclusive os blocos se manifestarem desse jeito. Eu tenho certeza que a política sobre eles agora durante todo o ano será outra”.

“A gente está nos bastidores das coisas todas. A gente tem visto o fortalecimento das demandas. Então, eu acredito que daqui a 10 anos o espaço desses blocos vai estar muito mais consolidado, vai estar muito mais estabelecido como patrimônio imaterial. Eu acredito no Carnaval sempre mais diverso, acho que a gente tem que manter e preservar os blocos afro, sobretudo porque eles são a marca de nossa identidade”, completou a artista.

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