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Márcio Victor fala da preparação para o Carnaval

Publicado segunda-feira, 19 de janeiro de 2015 às 10:53 h | Autor: Daniela Castro
Márcio Victor - Foto vertical
Márcio Victor - Foto vertical -

Sábado, o Psirico sobe ao palco do Festival de Verão pelo 11º ano consecutivo. No domingo, enquanto recarregam as baterias, os fãs podem aproveitar para ver Márcio Victor pela televisão, no comando do "Sai do Chão", da Globo. Será o momento também de o próprio artista conferir se cumpriu bem o papel de apresentador do programa, gravado em dezembro.

Mas de uma coisa ele já sabe: "Xenhenhém", atual música de trabalho, caiu no gosto de quem lotou o Projac, no Rio de Janeiro, para acompanhar a gravação. "Quando vi todo mundo cantando, tive que segurar as lágrimas", ele confessa, e já emenda informando que a música é a terceira mais pedida nas rádios de todo o Brasil.

Ele também ganhou de Caetano Veloso uma bênção em forma de selinho. "Para mim, foi um troféu", conta, sobre o momento de descontração com o convidado mais ilustre de sua "gestão" na atração global. Ivete Sangalo, Anitta e Valeska Popozuda também atenderam ao seu convite.

Arrochanejo

A composição de Tatau (ex-Araketu) aposta no "arrochanejo", ritmo que parece mexer mesmo com a cabeça do pessoal que vive lá pelas bandas do sudeste - o vocalista do Psirico calcula que 80% da agenda da banda está comprometido com shows em Minas Gerais.

Resta saber se Xenhenhém vai ter a mesma sorte de "Lepo Lepo", cujo clipe chegou a ser visto por mais de 33 milhões de pessoas no Youtube e se manteve na boca do povo de antes do Carnaval do ano passado até a época da Copa do Mundo.

De antemão, Márcio Victor identifica uma vocação um pouco diferente para a nova música. "Lepo Lepo era o amor. Xenhenhém é aquela azaração mais escancarada de verão", provoca o cantor, já armado contra as possíveis críticas à música, que é um convite malicioso à curtição descomprometida da estação mais quente do ano.

Contam pontos a favor acreditar que está cantando o que o povo quer ouvir. "O povo quer ouvir alegria. Ninguém aguenta mais música que chama a mulher de cachorra, nem rima de lá lá lá. Também não dá pra cantar essas músicas de amor que fazem o cara querer se enterrar antes de estar morto. A letra de Xenhenhém é só uma história lógica sem baixaria, não agride ninguém", argumenta.

Mas a prova de fogo ainda está por vir. Depois de um último ensaio, no dia 5 de fevereiro, o carnaval do Psirico começa já na quinta com show no Camarote do Reino. Sexta rola arrastão na Barra. Sábado é dia de tocar para os foliões do camarote Cerveja & Cia.

Mas os olhos de Márcio Victor brilham mesmo é quando ele fala do domingo, dia de puxar o bloco Inter pela primeira vez. "Vou convidar o Ilê e o Gandhy. Para mim vai ser uma vitória ver nós negros, meu povo e minha religião representados num bloco de ponta", orgulha-se o cantor, que é filho de Ogum e Oxalá.

Maratona momesca

Ele deve estar com saudades do tempo em que a indumentária e a matriz musical afro-religiosa ocupavam lugar de destaque nas suas apresentações. "Tiramos um pouco isso do Psirico para atingir o público nacional. É uma cultura ainda muito marginalizada. Achei melhor deixar a religiosidade mais restrita à minha vida privada", admite.

"Mas ainda sonho com o dia em que teremos programas de TV que defendam os interesses da minha religião e desmistifiquem a negatividade do candomblé", acrescenta o cantor, que pede reforço aos guias para dar conta da maratona.

A programação momesca segue no próprio domingo, com mais uma apresentação no Camarote do Nana. Na segunda a banda comanda As Muquiranas. No último dia, volta para a linha de frente do Inter e encerra os trabalhos no Camarote Harém. Mas a agenda só termina na Quarta-feira de Cinzas, depois do show que já está agendado em Porto Seguro.

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