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Vovô do Ilê projeta desafio da retomada pós-pandemia

Blocos afros ainda sofrem com impactos financeiros causados pelas restrições contra a Covid-19

Publicado sexta-feira, 27 de janeiro de 2023 às 09:53 h | Atualizado em 27/01/2023, 11:16 | Autor: Rafaela Souza e Thiago Conceição
Vovô do Ilê aponta caminho para retomada dos blocos afros na Bahia
Vovô do Ilê aponta caminho para retomada dos blocos afros na Bahia -

O Ilê Aiyê, bloco afro mais antigo do Brasil, passa por momento de retomada da viabilidade econômica, após os impactos sofridos com as restrições impostas pelo momento mais crítico da  pandemia da Covid-19, que inviabilizou a realização do Carnaval de Salvador por 2 anos.

Neste cenário, a folia deste ano é vista como essencial para o planejamento de médio e longo prazo da instituição histórica, que ainda enfrenta o desafio de atrair investimentos do setor privado. 

O músico Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, fundador e presidente do bloco, espera que os “novos ares”, diante da mudança de Governo, possam contribuir para o maior apoio aos artistas negros e a maior conexão com o empresariado.

As declarações foram dadas em entrevista para o portal A TARDE na Senzala do Barro Preto, durante a apresentação das candidatas ao título de Deusa do Ébano 2023, realizada nesta sexta-feira, 27.

“A expectativa é grande [para o Carnaval]. O público está chegando. Está adquirindo os seus carnês. E seguimos cobrando dos governos estadual e municipal, que estão sempre participando, mas diante das dificuldades precisamos sempre mais [de apoio]. Ainda existe a dificuldade com o setor privado, com alguns empresários que faturam muito, mas não patrocinam artistas negros, em especial com o Olodum e outros blocos afros”, disse o Vovô do Ilê. 

O líder do bloco afro ainda aguarda a volta de iniciativas sociais que são organizadas pelas associações e blocos afros da Bahia, com a melhora do panorama econômico.

“A gente espera ter o apoio necessário para manter nossa estrutura. Estamos há dois anos com as atividades sociais paradas [por causa dos impactos da pandemia], a exemplo dos cursos profissionalizantes”, acrescentou. 

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