POLÊMICA
Americanos estão com inveja do Brasil, diz Wagner Moura
Ator critica políticas autoritárias nos Estados Unidos

Por Beatriz Santos

Wagner Moura foi recebido com euforia, aplausos e um coro digno de torcida de final de Copa do Mundo na estreia de seu filme O Agente Secreto, em Recife, na última quarta-feira, 10. Durante a sessão, o ator comentou sobre a distinta recepção que o filme teve em festivais nos Estados Unidos.
"A gente está hoje vendo as instituições funcionando [no Brasil], vendo um crime contra a democracia sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal, enquanto que nos festivais norte-americanos pelos quais o filme passou, a gente sentia uma certa tristeza dos americanos, quase uma inveja", afirmou Moura em entrevista à BBC News Brasil.
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O julgamento mencionado pelo ator envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete membros de seu governo, incluindo integrantes da cúpula militar, condenados por tentativa de golpe de Estado.
Os episódios têm sido frequentemente comparados à situação nos Estados Unidos após a derrota de Donald Trump para Joe Biden em 2020, quando Trump foi acusado de liderar uma rebelião contra o resultado eleitoral, mas acabou absolvido e se reelegeu em 2024.
Vivendo em Los Angeles há sete anos com a esposa e três filhos, Moura criticou ainda a postura do governo Trump em relação a imigrantes sem documentos. "É um horror, eu conheço muitos imigrantes ilegais. Eu moro em Los Angeles, é uma cidade onde vivem muitos latinos, muitos mexicanos, sobretudo, e as pessoas estão com medo", disse.
"Porque eles atacam a pessoa na rua por uma identificação visual e racial. Se o cara não tiver o documento, o cara não volta para casa nunca mais", completou.
Para Moura, o cenário atual nos Estados Unidos revela um país com tendências autoritárias evidentes. Sua análise reflete preocupações levantadas por grupos de defesa de imigrantes, que acusam a agência migratória de usar critérios raciais para abordar e deportar pessoas que não estejam legalmente no país.
Uma decisão recente da Suprema Corte dos EUA, no entanto, determinou que órgãos migratórios podem adotar critérios raciais em suas abordagens, reforçando o debate sobre políticas migratórias controversas.
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