VAI ENCARAR?
O filme de terror psicológico da Netflix que vai tirar seu sono
Entre desaparecimentos misteriosos, nova produção transforma medo, espiritualidade e política em uma história arrepiante

Por Beatriz Santos

Em Baramulla, disponível na Netflix, o delegado Ridwaan Shafi Sayyed (Manav Kaul) é enviado à cidade gelada de mesmo nome para investigar o desaparecimento de várias crianças.
O que começa como uma simples missão policial logo se transforma em uma jornada sombria repleta de fenômenos inexplicáveis, segredos familiares e traumas coletivos.
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Ao lado da esposa Gulnaar (Bhasha Sumbli) e dos filhos Noorie (Arista Mehta) e Ayaan (Rohaan Singh), o investigador se vê envolvido por uma força sobrenatural que ameaça não apenas sua família, mas toda a comunidade local.
Desde sua estreia, o filme já alcançou o TOP 10 da Netflix e atualmente ocupa a sétima posição entre as produções mais assistidas da plataforma, chamando atenção do público por sua atmosfera densa e narrativa inquietante.
Dirigido por Aditya Suhas Jambhale, o longa combina terror psicológico, drama e crítica social para construir um retrato perturbador da Caxemira, região marcada por décadas de conflito, deslocamento e feridas históricas que ainda ecoam no presente.
Terror com consciência política
Mais do que sustos e aparições, Baramulla reflete sobre os efeitos da guerra e do deslocamento forçado na região. O roteiro aborda o êxodo dos Pandits, minoria hindu expulsa da Caxemira, e contrapõe fé, ideologia e espiritualidade como forças que moldam a identidade de um povo.
O diretor, que também assina o roteiro, equilibra o realismo das investigações com símbolos poéticos, como tulipas brancas e ecos infantis, que representam o luto e a persistência da memória. Filmado em locações reais, o longa aposta em fotografia fria, silêncio e paisagens nevadas para reforçar a sensação de isolamento e melancolia.
Entre o real e o sobrenatural
Embora o tom realista e as referências históricas possam sugerir o contrário, Baramulla não é baseado em uma história real. A produção é uma obra de ficção escrita por Aditya Suhas Jambhale e Aditya Dhar, que usaram o desaparecimento de crianças como metáfora para o trauma coletivo vivido pela Caxemira.
O filme também se inspira em tradições do folclore indiano e no simbolismo das lendas regionais. Segundo o produtor Lokesh Dhar, em entrevista ao India Today, a intenção foi valorizar mitos e histórias populares pouco exploradas pelo cinema contemporâneo.
Essa fusão entre horror moderno e espiritualidade tradicional cria uma narrativa que vai além do susto, dialogando com as crenças e medos coletivos do país.
Jambhale citou influências diretas de filmes como Hereditário, A Bruxa e A Maldição da Residência Hill, que também tratam o horror como expressão de traumas emocionais. Sua proposta, porém, foi construir uma experiência inteiramente indiana, um terror enraizado nas realidades sociais e espirituais locais.
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