FESTA NO BRASIL!
Vitória histórica! Brasil ganha seu primeiro Oscar com “Ainda Estou Aqui”
Prêmio coroa uma jornada histórica para o cinema nacional, que já havia sido indicado 22 vezes em diversas categorias do Oscar
Por Bianca Carneiro

Brasil em festa! E não só pelo carnaval. "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles, venceu a categoria de Melhor Filme Internacional na 97ª edição do Oscar, em uma noite marcada por emoção e celebração.
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A vitória coroa uma jornada histórica para o cinema nacional, que já havia sido indicado 22 vezes em diversas categorias do Oscar, mas nunca havia levado nenhum prêmio para casa. Além disso, 'Ainda Estou Aqui' quebrou outro recorde ao ser a primeira produção brasileira falada em português a ser indicada a Melhor Filme na história do Oscar. O prêmio acabou indo para "Anora".
"Ainda Estou Aqui" disputava o troféu com "A garota da agulha" (Dinamarca), "Emilia Pérez" (França), "A semente do fruto sagrado" (Alemanha) e "Flow" (Letônia). A categoria foi anunciada pela atriz Penélope Cruz.
O anúncio foi recebido com muitos aplausos no Dolby Theatre, e Walter Salles subiu ao palco para receber a tão sonhada estatueta. "Obrigado, em primeiro lugar, em nome do cinema brasileiro. É uma honra receber esse prêmio", iniciou Salles, visivelmente emocionado. O diretor dedicou a vitória a Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar. "Uma mulher que, depois de uma perda durante o regime autoritário, decidiu não se curvar e resistir. Esse prêmio é dedicado a ela."
Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que interpretaram Eunice em diferentes fases da vida, também foram lembradas por ele. "Dedico esse prêmio às duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela", ressaltou Salles.
Jejum quebrado
Essa foi a quinta vez do Brasil disputando a estatueta de Melhor Filme Internacional. A primeira indicação veio em 1963, com "O Pagador de Promessas", seguido por "O Quatrilho" (1996) e "O Que É Isso, Companheiro?" (1998), que, curiosamente, também contou com Fernanda Torres e Selton Mello no elenco. Em 1999, foi a vez de "Central do Brasil", que não apenas levou Walter Salles ao Oscar, mas também colocou Fernanda Montenegro na disputa por Melhor Atriz—categoria em que, 26 anos depois, sua filha concorreu - e também perdeu - pelo papel em "Ainda Estou Aqui".
Com cinco indicações a Melhor Filme Internacional, o Brasil se consolida como o terceiro país da América Latina com mais nomeações na categoria. Desde a criação do prêmio, em 1957, apenas 29 filmes latino-americanos chegaram à disputa, e o Brasil representa 17,24% desse total.
O México lidera o ranking com nove indicações, incluindo a vitória de "Roma" em 2019. Em seguida, aparece a Argentina, com oito indicações e duas estatuetas conquistadas: "A História Oficial" (1986) e "O Segredo dos Seus Olhos" (2010). O Chile, com "Uma Mulher Fantástica" (2018), é o único outro país da região a vencer na categoria.
Além das nomeações em Melhor Filme Internacional, o Brasil soma outras 17 indicações em diversas categorias ao longo da história da premiação. A primeira aconteceu em 1945, quando Ary Barroso foi indicado a Melhor Canção Original por "Rio de Janeiro", do filme "Brazil". Somente em 2012 o país voltou a ser indicado na categoria, com "Real in Rio", do baiano Carlinhos Brow, para a animação "Rio".
Fernanda Montenegro (1999) e Fernanda Torres (2025) são as únicas brasileiras indicadas ao Oscar de Melhor Atriz. O país também já teve dois cineastas indicados a Melhor Direção: Héctor Babenco por "O Beijo da Mulher Aranha" (1986) e Fernando Meirelles por "Cidade de Deus" (2004).
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