O Brasil no caminho do seu desenvolvimento
Cronista, aposentado pelo Banco Central do Brasil e membro da Academia Santa-ritense de Letras
Em meio às boas notícias de que se veem enriquecidas nossas esperanças, se põem em destaque as que circulam sobre a reindustrialização do Brasil, o que, somado a outros projetos, também de alta relevância, o colocará no caminho do seu desenvolvimento.
Não se há de negar, que, na reindustrialização do país, junto a outros fatores, também importantes, está certamente a chave, ou pelo menos um passo ideal, para que ele possa alcançar um assento no ranking dos países mais desenvolvidos.
Temos no Japão, Estados Unidos, China, Alemanha, Inglaterra, França, dentre outros, o melhor exemplo do quanto eles devem à sua industrialização, sob o reforço da tecnologia, para que pudessem formar o seleto grupo dos países financeira e economicamente mais ricos do mundo.
Há de se lamentar seriamente não estarmos festejando a inclusão do Brasil nesse seleto grupo, considerando-se, que, para tal, não lhe faltariam as condições ideais, quer no que toca ao seu potencial tecnológico, do que já somos possuidores, quer pela existência de recursos outros de ordem econômico-financeira e quer, ainda, pela exuberância de nossas riquezas naturais.
Para realização, todavia, de tão sonhada conquista, há de se fazer presente uma nova consciência política, que enriqueça o cenário político-institucional, abominando-se, de vez, a velha e condenável prática do toma lá, da cá. Ora, se por um lado tão abominável prática faz a alegria dos seus respectivos beneficiários, por outro lado, empalidece e denigre os valores que dignificam a política nacional.
Comporta, todavia, por justiça, registrar-se as exceções na vida política brasileira, representadas por um considerável número de pessoas, que, compondo os três Poderes da República, exercem, com ética e dignidade, as funções que lhes são atribuídas. São pessoas que pensam no Brasil e que lutam na defesa dos seus superiores interesses.
Vê-se que, à luz do melhor entendimento, não mais se justifica o Brasil continuar exportando, predominantemente, commodities, tendo-se em vista o tamanho do seu potencial industrial.
Tal realidade nos leva a imaginar o que, economicamente, lhe significaria, se, ao contrário de comprar lingotes de aço a US$ 1.800,00 a tonelada, estivesse exportando esses mesmos lingotes, sabendo-se que eles vêm do nosso minério de ferro, vendido a US$ 85,00 a tonelada?
Regozijamo-nos com a reindustrialização do Brasil, no caminho do seu desenvolvimento, porém maior será nossa alegria, se o auferido ganho financeiro, dela provindo, se refletir no bem-estar coletivo, com ênfase na melhoria da saúde e não menos na da educação, esta audaz guerreira, que, plagiando Castro Alves, conquista o mundo inteiro, sem nunca ter Waterloo.