Taxar agricultores está errado

O que é errado vai dar errado, por isso, devemos sempre nos perguntar: “por que tudo deu certo?“.

Em função dos sacrifícios impostos pela diminuição do ICMS nos combustíveis no ambiente pré-eleitoral, os estados tiveram suas arrecadações prejudicadas e agora precisam buscar fontes de receita para as necessidades de infraestrutura, saúde, educação, ou seja, os fundamentos essenciais pelos quais os governos existem.

O estado de Goiás, através do seu governador, Ronaldo Caiado, conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa uma taxação sobre a produção agropecuária. Os movimentos contrários dos produtores foram grandes, porém ineficazes. Por outro lado, no estado do Paraná, o governador Ratinho Jr também enviou uma proposta de taxação dos agricultores, mas a liderança da sociedade civil organizada do agronegócio prevaleceu. A ideia foi extinta.

Consigo compreender a necessidade de caixa para as contas dos governos e a urgência de um enfrentamento de um problema criado sobre os combustíveis, que inclusive trazem prejuízos ao setor do biocombustível brasileiro. Porém, as soluções não podem ser simplesmente fazendo com que agricultores paguem uma conta que pertence a toda sociedade.

No Paraná, as lideranças mostraram ao governador que as cadeias produtivas do agro são mais amplas do que somente olhar a produção rural. Existem os setores do antes das porteiras, e do pós-porteira das fazendas com indústria, comércio e serviços, onde de fato a agregação de valor e a maior fatia dos montantes gerados no sistema de agronegócio estão.

Da mesma forma, a imensa maioria dos produtores do Brasil é de pequenos e médios. Vivem com dificuldades, cuja elevação de custos para plantar e criar a proteína animal igualmente quase triplicou de preços, nos insumos e na ração dos animais. O produtor que não se capitalizar poderá quebrar. Incerteza é o nome do jogo.

Por tudo isso, taxar agricultores seria uma comodidade para quem administra, mas uma insensatez. Daria um tiro na galinha dos ovos de ouro, a originacao agrícola que a partir dela cria empregos, e capilaridade de múltiplos negócios na indústria, no comércio e nos serviços que circundam a agropecuária.

Só temos uma solução, crescer o país, os estados e os município, aumentar o produto interno bruto com planejamento e o agro como sua fundamental alavanca.

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