Alterações emocionais e psicológicas mais comuns na gravidez
Ter um resultado positivo para gravidez é o que leva muitas mulheres até as “nuvens”. A alegria da notícia, as felicitações da família e amigos podem deixá-las até excitada. No entanto, quando ela se depara com todas as transformações que vai passar sozinha (no seu corpo), muitas vezes toda aquela euforia desaparece e o mundo parece desabar nos seus pés.
Além de passar por enormes transformações físicas, as gestantes ainda têm que lidar com várias mudanças psicológicas e emocionais.
As mudanças emocionais e psicológicas na gravidez têm origem hormonal. Os níveis de estrógeno e progesterona duplicam e a parte racional diminui enquanto a emocional se reforça.
Estas alterações nos neurotransmissores provocam todas estas mudanças que a mulher tem que passar como: a irritabilidade, uma sensibilidade muito aguçada, desânimo, mudanças na rotina do sono e do apetite. Claro que ninguém é igual e cada mulher reage a estas mudanças de forma diferente.
Felizmente todas estas mudanças e alterações são normais e temporárias. Estas alterações emocionais e psicológicas variam de mulher para mulher, mas em certos casos a transformação é tão grande que interfere na vida do casal e alguns companheiros afirmam que parecem estar vivendo com outra pessoa. O casal não pode se deixar levar por esta fase temporária e tentar superar, ou, pelo menos, conviver da melhor maneira possível com estas alterações.
Alterações emocionais e psicológicas mais comuns na gravidez.
Primeiro trimestre
Desde o início da gravidez, já nos primeiros 3 meses, a gestante já pode passar por uma grande oscilação emocional. Este é o período mais difícil. Estas mudanças geralmente ocorrem entre a 6ª e a 10ª semana. A mulher mais determinada e tranquila pode se tornar insegura e frágil, transitando numa mudança de humor que vai da tristeza a euforia ou do choro ao riso.
A gestante que busca informações vai saber que todas estas alterações: ansiedade, alterações de humor, duvidas, inseguranças etc. são consideradas normais. Tudo é novo, sobretudo para as mulheres na primeira gestação e a adaptação a esta nova fase leva tempo.
Estudos observaram que as alterações emocionais e psicológicas, ocorrem com mais frequências nas gestantes que apresentam os sintomas físicos mais acentuados como náuseas, vômito, dor nas mamas, mal-estar, alterações digestivas.
Nesta fase também pode haver uma diminuição do apetite sexual. Isto se deve aos fatores físicos como cansaço, sonolência etc., mas, também tem influência emocional e psicológica, pois a futura mamãe tem receio de causar mal ao feto.
São fundamentais o diálogo e a compreensão dos cônjuges para que passem por este período da maneira menos turbulenta possível.
Segundo trimestre
Neste período as alterações hormonais tendem a estabilizar e a gestante começa a se adaptar emocionalmente a gestação. É uma fase, normalmente, mais tranquila do que a primeira. Esta adaptação (aceitação) contribui positivamente para que as mudanças ocorram como uma ação habitual e natural do processo de gestação.
Os incômodos mais acentuados do primeiro trimestre tendem a desaparecer ou diminuir bastante e a mulher já vê retornar seu desejo sexual, que pode até ser maior que antes devido ao aumento de sensibilidade.
Terceiro trimestre
Diferente do segundo trimestre e bem mais parecido com o primeiro trimestre, nesta fase retornam as alterações emocionais e psicológicas.
As mudanças físicas como o aumento da barriga, começam a trazer desconforto e consequências como: cansaço, dor nas costas, incontinência urinaria, transtornos do sono e outros. Todas estas situações alteram o estado emocional da gestante, que passa experimentar novamente insegurança, duvidas, medos etc. Nesta fase, por estar mais próxima do parto, a gestante começa a pensar se vai correr tudo bem, se o bebê vai ser totalmente saudável, se ela vai conseguir amamentar, se já está tudo preparado e não falta nada para receber o novo integrante da família. Este turbilhão geralmente acaba numa montanha-russa de emoções alterando sua rotina.
O melhor conselho para passar por este período, com maior tranquilidade, é buscar informação, conhecer o que e porque estas mudanças estão ocorrendo no seu corpo e ter a certeza que é uma fase passageira.
Em caso de dúvida, antes de tudo procure o seu obstetra, exponha seus questionamentos e peça por ajuda e orientação. Mais informações: www.boaternidade.com.br.
*Jamille Amorim Paz, enfermeira, Mestre na área de saúde pública com anos de atuação em pré-natal e cuidados materno infantis, professora universitária, escritora, palestrante, casada, baiana e mãe de Felipe e Maria Flor.
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