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Vendas de veículos mantêm ritmo de crescimento

Mercado automotivo teve o melhor mês de julho desde 2019; houve crescimento de 23% na 1ª semana de agosto

Publicado quarta-feira, 09 de agosto de 2023 às 05:30 h | Atualizado em 11/10/2023, 10:14 | Autor: Núbia Cristina | [email protected]
Ao todo foram licenciados 225,6 mil veículos em julho, em comparação com o mês anterior, o aumento foi de 19%
Ao todo foram licenciados 225,6 mil veículos em julho, em comparação com o mês anterior, o aumento foi de 19% -

As vendas de automóveis mantêm o ritmo de crescimento, mesmo com o fim do programa de descontos do governo federal. Segundo o balanço divulgado anteontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o setor teve o melhor mês de julho desde 2019. Já na primeira semana de agosto, segundo a entidade, as vendas de veículos superaram em 23% o volume do mesmo período do ano passado. 

Com 225,6 mil autoveículos licenciados no mês passado, esse foi o melhor julho desde 2019, o significa retomada do desempenho de vendas que havia antes da pandemia. Na comparação com o mês anterior, o crescimento foi de 19%. E foi ainda melhor em relação a julho de 2022, com 24% de alta.

O efeito da MP 1.175, que concedeu descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil, mediante redução de impostos pelo governo federal, para carros até R$ 120 mil, foi estendido para a segunda quinzena de julho e a até para a primeira semana de agosto. As vendas se mantêm aquecidas porque várias montadoras e concessionárias seguiram com as ações promocionais e os bônus.  

De acordo com a Anfavea, até a metade do mês passado cerca de 50% dos emplacamentos foram de carros vendidos com o bônus do programa do governo, em vendas que foram acertadas na última semana de junho ou no começo de julho. 

Estoques e agosto

De acordo com a associação, o ritmo de vendas, com média diária de 10.743 unidades, ajudou a reduzir os elevados estoques das fábricas e das concessionárias, que estavam acima de 250 mil unidades no final de maio, e agora estão num patamar abaixo de 200 mil. 

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destaca o cenário positivo, com o bom desempenho das vendas mantido, mesmo sem os descontos da MP. Na primeira semana de agosto, segundo a entidade, as vendas de veículos, foram 23% superiores às do mesmo período do ano passado. 

No acumulado do ano foram comercializados 1 milhão 224 mil veículos, 11,3% acima do mesmo período de 2022. Lima Leite afirmou que pode rever as projeções para o ano, “com um acréscimo de 5%”. As estimativas atuais, divulgadas em janeiro, apontam alta de 3% nas vendas, para 2 milhões 168 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, em 2023.

Revendas

O gerente comercial da BYD Parvi, Danilo Dias, também está otimista em relação ao desempenho de vendas nos próximos meses e afirma que o “mês de julho superou as expectativas”. Ele explica que a concessionária foi aberta ao público em março deste ano, quando recebia em média três a quatro visitas de clientes e faturava sete veículos”. “O anúncio da instalação da fábrica da BYD na Bahia e o lançamento do Dolphin tornaram a marca mais conhecida e desejada. Hoje recebemos no mínimo 15 visitas por mês e as vendas não param de crescer”, comenta.

A gerente geral da rede de concessionárias Grande Bahia/Chevrolet, Paloma Oliveira, afirma que em julho as revendas da rede “contabilizaram um crescimento bem significativo. A ação do Combate das Marcas foi importante para impulsionar vendas. E a montadora fez uma ação inédita nacional, com taxa zero para Onix, que contribuiu muito para o bom desempenho. E ainda outras promoções e bônus”. “Enfim, o balanço foi muito positivo. Onix e Onix Plus tiveram crescimento importante. Em agosto, nossas ações estão voltadas para estimular as vendas dos SUVs Tracker e Equinox”, pontua. 

Produção

O volume de produção em julho teve redução de 3,3% na comparação com o mês anterior, com 183 mil autoveículos deixando as linhas de montagem. Devido ao nível de estoque que havia disponível, as montadoras pisaram no freio, na tentativa de adequar a produção à demanda. Houve várias paradas de fábricas por férias coletivas, lay-offs e outros ajustes. No acumulado do ano, a produção de 1,315 milhão de unidades está praticamente igual à dos sete primeiros meses de 2022, com alta de 0,3%.

Exportações

O balanço da Anfavea aponta que o indicador mais prejudicado deste ano é o das exportações, principalmente devido a complicações internas de destinos importantes para o Brasil, como Colômbia e Chile, entre outros países sul-americanos. 

A Argentina mantém os patamares de 2022 no comércio com o Brasil, que já estavam aquém do potencial do mercado vizinho. “A única surpresa positiva é o México, que lidera pela primeira vez na história o ranking de embarques de modelos brasileiros, com mais de 83 mil unidades, 90% acima do volume do ano passado”. No total, as exportações do Brasil no ano chegaram a 257,7 mil unidades, baixa de 10,6% sobre janeiro-julho de 2022.

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