Brasil encanta contra Senegal e Ancelotti consolida modelo para a Copa
Desempenho intenso, pressões ajustadas e novas soluções táticas mostram seleção cada vez mais pronta para o Mundial

Na vitória por 2x0 contra o Senegal, o Brasil apresentou, especialmente no primeiro tempo, uma combinação marcante de talento individual e solidez coletiva. A equipe jogou compacta, com pressão alta, velocidade nas transições e troca de passes eficiente.
Com a ausência de laterais jovens em grande fase, Éder Militão e Alex Sandro se firmaram como as melhores opções para a Copa.
Casemiro e Bruno Guimarães elevam o nível do meio-campo
Casemiro e Bruno Guimarães repetiram atuações de alto nível, desmontando a ideia de que faltam craques no meio-campo brasileiro. O desempenho da dupla é determinante para o equilíbrio e a competitividade da equipe.
A dúvida que permanece é a mesma dos últimos ciclos: o verdadeiro teste só virá contra seleções de elite.
Ancelotti ajusta a seleção e define alternativas táticas
- A base da seleção já está desenhada:
- Linha de quatro defensores
- Dois meio-campistas centrais
- Dois jogadores de lado, que atacam e recompõem
- Um meia ofensivo centralizado
- Um atacante de referência
Com a volta de Raphinha, o técnico pode utilizá-lo pela ponta ou como construtor pelo centro.
Ancelotti trabalha duas variações:
- Mais um meio-campista (Paquetá) no lugar de Matheus Cunha;
- Um centroavante (João Pedro) com Vinicius Júnior aberto pela esquerda.
A seleção está praticamente pronta para a Copa.

Sem firulas
Desenho tático não explica mais o futebol moderno
Conceitos antigos persistem, mesmo quando já estão ultrapassados. Ainda é comum analisar equipes pela posição dos jogadores na prancheta, como se fossem avatares estáticos, ignorando o dinâmico do jogo real.
Dividir meio-campo entre camisa 5, camisa 8 e camisa 10 não faz mais sentido. As funções se misturam. Como disse Jürgen Klopp, mais importante do que ter um camisa 10 clássico é recuperar a bola perto do gol adversário — embora o ideal seja ter as duas virtudes.
Casemiro e o papel do construtor moderno
Ainda há espaço para os meio-campistas mais recuados, que protegem a defesa e iniciam ataques com passes de qualidade. Grandes equipes dependem desse elo. Casemiro, antes mais destruidor, evoluiu e se tornou um excelente construtor.
Ancelotti simplifica o jogo e potencializa talentos
Por isso, Ancelotti rejeita a visão de que é apenas “gestor de grupo”. Ele é um estrategista completo, com leitura tática, capacidade de adaptação e habilidade para simplificar o que é complexo — a verdadeira marca dos grandes treinadores.
No futebol, há sempre imprevistos. Perder nem sempre é fazer errado, e ganhar nem sempre é fazer certo.
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