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Kátia Najara

Por Katia Najara

ACERVO DA COLUNA
Publicado quinta-feira, 20 de outubro de 2016 às 8:12 h | Autor: Katia Najara

A minha cozinha é hedonista

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Kátia Najara
Kátia Najara -

Significa que o meu compromisso é, principalmente, com o prazer. Não um prazer inconsequente, irresponsável, tosco, sórdido. Não que eu esteja julgando o prazer inconsequente, irresponsável, tosco e sórdido. 

Falo do prazer de comer gostoso, colorido, nutritivo, lindo e cheiroso, sem preocupação com a presença de um carboidrato aqui ou uma gordura do bem acolá, afinal, quando digo cozinha hedonista, que fique registrado em bold vermelho nas entrelinhas, que esse prazer que proponho está de mãos dadas com a saúde, pois a essa altura da minha vida estas duas coisas são claramente indissociáveis.

Tipo, é claro que não rola transgênico; é claro que não rola industrializado; é claro que a preferência é por orgânicos; é claro que eu prefiro comprar do produtor, do ambulante e boicotar ao máximo os supermercados; é claro que rola uma oração antes; é claro que se não estiver espiritual e fisicamente pronta, melhor dar um mergulho e voltar depois; é claro. Esse hedonismo é uma via de mão dupla, prazer pra quem faz e pra quem come. Hedonista sã.

Um tiro no hedonismo ou “Aí você me quebra”

Mas mesmo nutritiva, colorida, gostosa, amorosa e sã, não raro sou abordada por algumas pessoas que me pedem, dengosas, uma linha mais... fit. Um tiro no meu hedonismo.

Daí eu informo que não trabalhamos com fit e indico amigas muito caprichosas que se dedicam carinhosa e respeitosamente a essa linha específica como a Marmita Magra Gourmet de Ruth Chamusca, uma grande cozinheira.

Respeito tanto as lindas gordas militantes quanto as que buscam o SEU ideal de peso, desde que não seja aquele determinado por tabelas nutricionais, mas pela resposta a esta pergunta que me foi feita há alguns anos por Deepak Chopra em seu ótimo livro O Peso Ideal: “Qual o peso que você tinha quando se sentia FELIZ com o seu corpo?” Aí sim. É este peso que eu quero para mim.

Eu fico a-pa-vo-ra-da quando vejo capas de revistas de dietas com chamadas do tipo “seca em 7 dias” (“secar” e “seco” são palavras muito fortes para mim, pois inevitavelmente associo também a aridez, neste caso uma aridez de consciência de sua própria existência, em detrimento de padrões estéticos).

Eu sempre achei (e acho) que no fundo todo mundo tem a capacidade de identificar o que é bom, o que não é, o que engorda, incha, entope, ameaça, mata; e que mais no fundo ainda todo mundo conhece os seus limites, mas não conseguem respeitá-los. 

É aí que entra a ajuda profissional. Até porque a culpa não é da comida quando colorida, gostosa, nutritiva e sã, mas do hábito de compensarmos as dores do mundo pecando na gula. E sinto com pureza d’alma, como diz a minha mãe, que o excesso de peso é um problema a ser tratado com psicoterapia.

“Ressignificação do alimento”

E por pensar assim é que eu achei muito interessante quando me caiu recentemente às mãos um projeto chamado Slim - Viva Leve, que em princípio não me interessou pelo nome, uma vez que me remeteu a mais um programa fit, mas o fato de ter sido apresentado por uma psicóloga mudou tudo. Me aprofundei na leitura e acho que este é um ótimo caminho para quem precisa se entender antes consigo mesma e depois, por conseguinte, com a balança.

A psicóloga Olga Marques – especialista em psicoterapia analítica, coaching sistêmico (também não sei o que é isso), e consultora de desenvolvimento humano e constelação familiar, juntou-se a uma nutricionista e a uma facilitadora em metodologia de auto-conhecimento e criaram juntas um projeto interdisciplinar de ressignificação de relação com o alimento através de um olhar para as cinco dimensões do ser (física, racional, emocional, social e espiritual), contemplando a multidimensionalidade humana. Aí sim. Procurem saber!

Menos revista barata de dieta que seca em 7 dias (e incha de novo em 3) e mais autoconhecimento.

Ah! E liberem minha cozinha hedonista, pô! =)

Beijo!

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