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A maconha na medicina, sobram preconceitos, faltam informações

Publicado quarta-feira, 10 de abril de 2019 às 13:53 h | Atualizado em 10/04/2019, 13:55 | Autor: [email protected] | Foto: Luciano Carcará | Ag. A TARDE | 14.5.2018
Antônio Andrade, neurologista: ‘Eu me senti um E.T.’
Antônio Andrade, neurologista: ‘Eu me senti um E.T.’ -

Se medicamentos há muito incorporados ao cotidiano das práticas de saúde, como a anestesia de dentista, são feitos à base de drogas como a cocaína, por que o canabidiol, extraído da Cannabis sativa, ou maconha, não pode ser usado para tratar pessoas que sofrem de epilepsia, por exemplo?

Simples. A carga de preconceito prevalece no conjunto institucional, que engloba uma gama de segmentos, dos religiosos até da própria medicina e meios jurídicos.

Isso ficou claro ontem num debate feito em conjunto pelas comissões de Saúde e Educação da Assembleia, que reuniu especialistas e interessados de todos os segmentos.

Como um E.T. — A deputada Fabíola Mansur (PSD), presidente da Comissão de Educação, diz que a Bahia vai sair na vanguarda nacional:

– A informação também vence preconceitos. E é preciso vencer o preconceito.

O médico Antônio Andrade, neurologista bastante referenciado, que publicou na Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria o trabalho Efeitos do canabidiol na frequência das crises epilépticas: uma revisão sistemática, que só na Europa rendeu mais de nove mil acessos, admite que a luta é longa:

– Ano passado, no Congresso Brasileiro de Neurologia, quando eu falei do assunto, parecia um E.T.

Ele defende a realização de mais estudos, mas diz que os resultados no tratamento de epilepsia refratária são altamente positivos.

Dois baianos no Dr. Pinotti

Os hospitais da Mulher e Irmã Dulce estão entre os cinco eleitos de 65 concorrentes para receber o Prêmio Dr. Pinotti de Hospital Amigo da Mulher, concedido pela Câmara dos Deputados, a entidades que se destacam em ações de saúde da mulher.

Pelo Hospital da Mulher articularam os deputados Lídice da Mata (PSB) e Nelson Pelegrino (PT), pelo de Irmã Dulce, Elmar Nascimento (DEM). A entrega será no fim de maio.

Isaac nega ter dissimulado

Isaac Carvalho, ex-prefeito de Juazeiro que anteontem anunciou sua saída do PCdoB, negou ontem ter dissimulado ao ser abordado sobre o assunto, na semana passada, e negado.

– Apenas eu não tinha uma definição e não gosto de mandar recado pela imprensa. Não tenho compromisso com ninguém e resolvi ficar sem compromisso para abrir conversas.

Pode ser, mas há duas semanas se fala na saída dele.

Correndo para os baleiros

No embalo da proibição, pela Associação das Empresas de Transporte de Salvador (Integra), da entrada dos baleiros nos coletivos de Salvador (caso criado depois que um deles esfaqueou um motorista), o vereador Fábio Souza (PHS) tenta correr contra o tempo: entrou com um projeto de lei na Câmara, em regime de urgência, para permitir a entrada deles nos ônibus.

Ele alega um fato óbvio, os altos índices de desemprego.

CCJ trava projetos sobre novos limites municipais

Correndo contra o tempo para aprovar alguns projetos que redefinem limites territoriais em alguns dos 417 municípios baianos, a Comissão de Divisão Territorial da Assembleia embaraçou-se ontem na de Constituição e Justiça.

É que dia 30 deste mês encerra-se o prazo para o IBGE fazer as projeções habitacionais de 2020. Por aí, os que vão ganhar novos habitantes têm que estar com a nova lei em mãos até o fim do mês. Anteontem a CCJ distribuiu a pauta da sessão de ontem na qual estava previsto apenas um projeto. Os dos municípios apareceram da noite para cá. Alan Sanches (DEM) e Paulo Câmara pediram vistas. Este último justificou:

– Não dá para votar projeto que eu nem sei do que se trata. Não sou contra, só quero saber.

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