E 2026 já está em Feira, com os dois Zés na crista da onda
Confira a coluna especial de Levi Vasconcelos sobre Feira de Santana

E afinal de contas, em 2026 o prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo (UB), vai apoiar ACM Neto ou Jerônimo?
A pergunta aí é o gancho principal das rodas de conversas políticas em Feira, a Princesa do Sertão, como dizem os jornalistas lá, a segunda da Bahia, 35ª do Brasil, maior que oito capitais.
E tem a ver. Ronaldo, que deveria responder a pergunta, toda vez que é abordado se esquiva: ‘Só vou tratar de política em 2026’. Então, a resposta sugere interpretações para todos os gostos.
Ronaldo é adversário histórico do governo, em 2018 renunciou à prefeitura para disputar o governo com Rui Costa, depois que ACM Neto desistiu, esperou ser contemplado com a vice em 2022, foi rifado e agora se vinga.
Punição
O jornalista Jair Onofre está no time dos que acreditam que Ronaldo apoia Neto, mas faz uma ressalva:
– Só o fato dele não declarar apoio desde já, já é uma vingança contra Neto. Ele está dizendo que se sente à vontade.
E o que diz o deputado federal Zé Neto (PT), adversário de Ronaldo, com quem duelou no ano passado?
– Eu digo que estou no mesmo lugar que sempre estive. E não pretendo mudar.
Fogo amigo
No tititi feirense, Zé Neto está mais é cuidando de si, já que em 2026, tende a perder voto lá com a candidatura de Deyvid Bacelar, filho da terra, hoje coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), também do PT.
Além do fogo amigo ele ainda tem a banda de Zé Ronaldo. Em 2022 obteve em Feira 62.915 votos (20,12%), contra 32.450 (11,04%) do empresário Zé Chico (UB), nome que agora aparece como um dos prováveis candidatos do prefeito.
Ainda na banda de Ronaldo tem também o ex-prefeito Colbert Martins (sem partido), que apesar de enfrentar problemas de saúde (colocou um marca passo) se movimenta como quem quer ser o vice-prefeito Pablo Roberto (PSDB), nome sempre citado na base do talvez sim, talvez não.
Ano passado, Ronaldo venceu Zé Neto com 165.970 votos contra 154.147, apenas 11.823 de frente. Isso faz com que Pablo, antes pré-candidato a prefeito que abdicou para ser vice, e Colbert reivindiquem a condição de apoio decisivo, botando um pouco de gosto azedo no projeto de Zé Chico.
Punição
Então, o tabuleiro da Princesa tem dois olhares para 2026, o da disputa governamental e a de deputado, com o detalhe que no bojo 2028 entra na pauta.
No começo do mandato, Ronaldo disse que este seria o seu último, mas há quem duvide. Pode ser que daqui pra lá ele mude de ideia. Se não, quem está na ponga é Pablo Roberto, que era deputado, foi ser vice, mas deixou na Alba um rabinho de palha. Ficou com parte do gabinete do suplente Paulo Câmara e nomeou parentes.
Política com Vatapá
Pequenos deslizes
Jair Cezarino, radialista feirense, hoje autorecluso, conta que lá um dia estava na porta da Prefeitura de Feira de Santana conversando com o prefeito José Falcão da Silva, o Zé Festinha, três vezes no mandato, um recorde agora igualado por Zé Ronaldo (que pode bater o recorde absoluto em 2028, se quiser) e um amigo, quando uma van de transporte escolar fez uma ultrapassagem um tanto rocambolesca.
O amigo virou-se para Zé Falcão e disse:
– Se eu fosse o prefeito demitiria no ato!
A van se aproximou, o amigo viu o motorista.
– Oh, rapaz! É você? E como vai a minha comadre?
E virando para Falcão:
– Que coisa, hein rapaz. É meu afilhado...
E Falcão:
– É pra demitir?
– Não, não, não. Eu me precipitei, ele é um pai de família, precisa disso.
E Falcão gargalhou.
Conta Jair que foi a partir daí que ele consolidou uma convicção: ‘Amigo meu não tem defeitos, apenas comete pequenos deslizes’.
São lições feirenses.
Colaborou: Marcos Vinicius*
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.