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Pelos números da violência duas cidades baianas somem do mapa

Sociedade cada vez mais se degenera sem que o mundo político pelo menos debata o assunto.

Publicado domingo, 23 de julho de 2023 às 06:00 h | Autor: Levi Vasconcelos

Que dizer dos números apresentados pelo Fórum Brasileiro de Segurança com os da Secretaria de Segurança Pública para negar o crescimento da violência na Bahia?

A pergunta aí vem do leitor amigo G.V.W., que mora na Rua Marquês de Caravelas, na Barra, em Salvador.

 Em termos objetivos, nada amigo. Ou pior, contando de uma forma ou de outra o filme é daqueles de sinal previsto, a gente morre no fim.

Veja você. Diz o Fórum da Segurança que ano passado 6.659 pessoas foram vítimas de mortes violentas intencionais na Bahia, mas a SSP exclui disso 1.464 que morreram em confronto com a polícia, no bolo traficantes, estupradores e afins, e deixa apenas 5.167 na contabilidade das vítimas.

Balas perdidas

Dá para achar que a versão da SSP é menos pior? Estatísticas refletem a soma de incidentes pulverizados e se imaginarmos que as vítimas estariam concentradas num mesmo espaço, daria para ver que sumiriam do mapa tombadas na bala quase as populações de Catolândia, no oeste, com 3.559 habitantes, ou Lafaiete Coutinho, com 4.075, os dois menores municípios baianos.

É uma carnificina. Sem falar que tiroteios, antes bastante esparsos, viraram rotina e a sensação de insegurança, para além das vítimas de balas perdidas, também cada vez mais frequentes, indica que a sociedade cada vez mais se degenera sem que o mundo político pelo menos debata o assunto.

Aliás, ano passado o assunto já bateu na campanha. Estamos só nisso, vá lá, e o pior é que vai piorar e só.

Segundo Ismerin, as Câmaras vão estar mais pulverizadas

A mudança das regras para a configuração da representação na Câmara dos Deputados, Assembleias e Câmara de Vereadores vai alterar o painel de partidos com mandatos segundo o  advogado Ademir Ismerin.

Antes, cada partido, coligado ou não, podia apresentar até 150% a mais do número de vagas em disputa, agora só o número de vagas mais um, com o detalhe: as sobras ficam com o conjunto do partido ou federação.

— Na minha forma de avaliar isso vai permitir uma pulverização das vagas bem maior por partido. É óbvio que mais partidos vão lançar mais candidatos. E vai ficar muito difícil numa Câmara de 11 vereadores, por exemplo, um só partido eleger quatro ou cinco.

As movimentações pela Bahia afora dos prefeituráveis de 2024 estão levando em conta essa novidade.

Baleias, algo de novo e bom na paisagem de Juan

Produtor de milho e soja no Mato Grosso do Sul, 60 anos, meio brasileiro meio paraguaio (o pai é de cá e a mãe de lá), Juan Manuel Leres diz que uma das predileções para descanso é estar perto do mar, o que ele já faz há pelo menos 20 anos, mas em 2023, no Morro de São Paulo, em Cairu, onde passou a última semana, foi bem melhor. Ele protagonizou algo inédito na vida, avistou uma baleia.

— Para mim que convivo com a natureza da floresta foi lindo ver a força dela no mar. Como diria minha mãe: ‘És mui belo!’.

E vai melhorar. Segundo o Projeto Baleia Jubarte, a população hoje é de 25 mil animais, o mesmo patamar de 200 anos atrás, com a diferença: caçá-las hoje é crime hediondo.

POLÍTICA COM VATAPÁ

No confessionário

Cláudio Leal, jornalista, neto do ex-deputado Luiz Leal, herdou do avô grande amizade com o jornalista Sebastião Nery, papa do folclore político. É ele quem nos conta essa. Belo dia, ACM viajava para o interior junto com Dom Avelar Brandão Vilela. De repente o avião entrou numa turbulência, começou a sacolejar, Dom Avelar, preocupado, perguntou a ACM:

— O que é isso?

E ACM, todo circunspecto:

— Eu acho que estamos perto de ver Jesus.

Dom Avelar postou as mãos como se fosse orar:

— Não me diga uma desgraça dessa...

Nery contou o caso nos jornais, Dom Avelar ficou uma arara. Caçou ele pelos quatro cantos, até que achou, ditou a ordem eclesiástica (Nery já foi seminarista):

— Ajoelhe-se!

Ajoelhou-se, Dom Avelar inquiriu de dedo em riste:

— Você agora vai me dizer em confissão quem  lhe contou aquela história!

E Nery:

— Ora, Dom Avelar. No avião, além do senhor, só tinha ACM e o piloto. Foi um dos dois.

Ramiro no apoio a igreja

Os padres da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Valença, que lutam para conseguir R$ 3,5 milhões para recuperar a Igreja da Matriz, que está caindo, ganharam um aliado de peso.

O empresário Ramiro Campelo de Queiroz, fundador da rede de lojas Guaibim e duas vezes prefeito de Valença diz que vai entrar na causa.

— É um patrimônio cultural, de 200 anos. Vamos ajudar, sim. No que for preciso.

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