Tarifaço é culpa de Lula? É o que a oposição quer. A questão: vai colar?
Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta terça, 22

Que me dizes de ver Bruno Reis dizendo que o culpado do tarifaço de Trump é Lula?
A pergunta aí vem do leitor Marinaldo Stevens, da Massaranduba, que se diz surpreso em ver o prefeito de Salvador metido no tiroteio federal.
Simples, meu prezado. Bruno Reis é o principal esteio político de ACM Neto. E sabe que Lula forte é ruim para os projetos do grupo. Então, bate para ver se cola.
Num jogo polarizado como está o do Brasil, convém a ressalva, fica parecendo aquela música do Moreira da Silva, Rei do Gatilho, que diz: ‘Depois do tal duelo ninguém sabe quem morreu. Eu digo que foi ele e ele diz que foi eu’.
2026 – Em 2022 ACM Neto, sem discurso, inventou aquela do tanto faz. Ele próprio confessou que não é nada disso quando afirmou que perdeu a eleição não para Jerônimo, mas para Lula.
O que mais Neto gostaria de ter é exatamente uma referência federal forte. Não tem, aposta em Tarcísio Freitas e tem que engolir Bolsonaro, de quem ele fugiu em 2022, por causa dos bolsonaristas que no leque de alianças dele se abrigam.
O tarifaço provocado por Trump tem no DNA a marca bolsonarista. E Lula, que não vinha muito bem, só ganhou em nome da defesa da soberania nacional.
É por aí que Bolsonaro está de tornozeleira eletrônica e ainda recebendo baculejo da polícia, o filho Eduardo acuado, com todos os indicativos de que ao invés de ajudar a eles, o tarifaço saiu pela culatra. E Bruno não é um tanto faz. É o faz o que pode.
Registros
Pior pra Jonathas
No caso do afastamento da prefeita de Ibicaraí, Monalisa Tavares (UB), semana passada, o vice-prefeito Jonathas Santana (Republicanos) ficou prefeito por 12 horas. Nas redes dizem ser ele o único a ter sido prefeito por meio dia. O pior, do ponto de vista da prefeita, ele é traidor. Ela diz ter sido avisada: ‘Ele vai trair. E não uma pessoa, mas várias. E traiu’.
Jogando capoeira
Quem também faz sucesso nas redes é a prefeita de Laje, Jaciara Reis (PSD). Está nas redes celebrando os 120 anos do município jogando capoeira, também com Leo de Neco (Avante), ex-prefeito de Gandu, e pré-candidato a deputado estadual.
Lições itabunenses
Augusto Castro (PSD), prefeito de Itabuna, transferiu 34 venezuelanos que estavam em condições sub-humanas no abandonado Colégio Antonio Carlos Magalhães para uma casa decente. Dizem lá que ele deveria ensinar a Trump como se trata imigrante.
Pix na França
Madalena Santos, a Lena, baiana que mora em Paris, na França, nos diz que lá passou a fazer pagamentos no Pix. Ou seja, Trump tenta acabar o modelo brasileiro, mas a coisa vai se alastrando. O Pix é o começo do fim do dinheiro de papel.
Barra bota força para mostrar que o agro lá vai muito bem
Barra, no Médio São Francisco, que vive espremida entre Luís Eduardo Magalhães e o Matopiba, está querendo soltar a voz para marcar presença forte no agronegócio do oeste baiano.
Reuniu produtores e lideranças políticas ontem na Federação da Agricultura da Bahia (Faeb) para anunciar a realização, entre 4 e 6 de setembro, do Barra AgroShow. Lá estavam também o presidente da Faeb, Humberto Miranda, e os deputados João Leão (PP), federal, e Eduardo Salles (PP), estadual.
Marco Cavió, presidente do Sindicato Rural de Barra, diz que o município, hoje cultivando uva, manga, cacau e citro, está mudando a faceta econômica a olho nu.
– Só Barra tem 420 quilômetros de rio (o Velho Chico), solos profundos e férteis. Temos empresas de Israel, Portugal e EUA se instalando lá. Daqui a 10 anos estará voando.
O Drible, da Ribeira, faz 70 anos. E vai ter festa lá
Fundado em 1955 pelos irmãos Klaus e Franz Schileu, filhos do dono de empresa de materiais esportivos que representava a marca Drible, já extinta, clube homônimo fará 70 anos dia 30, na quarta da semana que vem, com festa.
O clube, que já foi campeão da Liga de Paripe em 1960, e já revelou atletas como Luiz Lázaro, Rabelo, Sérgio Porto e Deka, ainda se reúne, não mais para jogar futebol, mas para confraternizar. Grande parte já se foi, mas os fundadores ainda estão vivos e ativos, agora jogando noutros campos, como ações sociais em Itapagipe e também a campanha de Fernando Borba, que é um dos integrantes do time, para salvar o Rio Joanes.
Wilson Mário revive Lamarca
O jornalista Wilson Mário sempre focou em Feira de Santana, sua terra, mas hoje a notícia lá é ele. Aos 74 anos, vai fazer dissertação de Mestrado e Sociologia na Ufba, com um tema instigante: MR-8 e Carlos Lamarca na Bahia: cerco, prisões, torturas e mortes.
Wilson, que na sua trajetória muito já militou no jornalismo político, conta em 260 páginas por que o MR-8 resolveu montar bases guerrilheiras na Bahia entre 1962 e 1972.