O Carrasco

MILHÕES DA COVID

A Bahia recebeu R$ 1,2 bilhão em recursos do governo federal para o enfrentamento da Covid-19. Por incrível que pareça, os municípios que receberam mais são aqueles onde os casos da doença registram os maiores índices e, coincidência ou não, são justamente as cidades onde o clima das eleições já corre solto. Jacobina foi uma das privilegiadas. A União destinou R$ 13,8 milhões à terra do prefeito Luciano Antônio Pinheiro, do DEM. Na cidade, só se fala na busca dele pela reeleição e a população já questiona onde foi aplicado tanto dinheiro que deveria ser para ajudar os moradores, que já são quase 400 infectados. Enquanto alguns morrem pela doença, o corona faz a festa e o milhão se perde por lá.

GUSMÃO SE DEU BEM. SERÁ?

Já Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano, recebeu o terceiro maior valor da União no combate ao coronavírus: R$ 17.697.853,03. Já são quase 3 mil conquistenses infectados. E Gusmão, cadê? A briga pela reeleição está acirrada e ele, sabendo que a candidatura está ameaçada, não perdeu tempo para fortalecer seu nome e se manter como prefeito da cidade do frio. Com isso, o emedebista esqueceu que os quase R$ 18 milhões deveriam ser aplicados para combater a Covid na cidade e garantir atendimento à população. O TCM está de olho, o Ministério Público já alertou e a alegria de quem sorrir primeiro dura pouco diante de um cenário onde 60 pessoas já morreram por conta da doença.

CAPITAL DA SOJA E DA COVID

Lá em Barreiras o cenário é ainda mais assustador. Com mais de dois mil casos da doença e 35 óbitos, a situação da cidade beira a calamidade pública. Porém, dinheiro para conter este avanço e garantir os atendimentos o prefeito tem. Zito Barbosa recebeu da União R$ 15 milhões, mas parece que a gestão deste montante vai de mal a pior. Focado no dia das urnas que está cada vez mais próximo, Zito deixa a pandemia de lado para se preocupar com pesquisas eleitorais. Cuidado Zito...A Covid deixa estragos!

SE PIORAR ESTRAGA DE VEZ

Se tem uma cidade que realmente quer garantir a Covid por lá é Juazeiro. Com mais de 50 mortes por conta da doença, os moradores já não sabem para quem apelar. A Saúde está sem assistência e o número de infectados já ultrapassa os dois mil. Mas, parece que por lá, importante mesmo é a reeleição do prefeito Paulo Bonfim. Este desfilou tanto para fazer campanha que também testou positivo para a doença. Além de pedir voto por aí, o que intriga os eleitores é o fato dele não aplicar os R$ 13 milhões que recebeu da União para ajudar a população neste período da pandemia. Afinal, onde está o dinheiro que chegou até aí Bonfim? Perguntar não ofende.

ESQUECIDA

Enquanto uns muito tem e nada fazem, uma cidade na Bahia está pedindo socorro para combater a pandemia. Aramari recebeu o equivalente a R$ 6,97 por habitante. O governo federal enviou ao município R$ 79.480,82. A cidade do agreste baiano já soma mais de 80 infectados e não tem suporte para atender a todos, caso a demanda aumente. Distante de ver os milhões recebidos por muitos, a prefeitura de Aramari tenta, como pode, evitar que a Covid ganhe força na cidade. Quem mora lá afirma: o dindin por aqui passou foi longe!

BONS EXEMPLOS 

A Covid veio para assustar, mas também para testar a gestão dos prefeitos, principalmente os do interior. O Carrasco identificou cidades onde a ação do gestor municipal tem sido o diferencial para conter a disseminação do vírus e onde a preocupação com a população vem em primeiro lugar. Em Araci, que fica na região sisaleira da Bahia, foi criado pela prefeitura um Comitê Técnico de Gestão de Crise. Com estratégia e monitoramento, a prefeitura conseguiu conduzir sem confusão a abertura e fechamento do comércio. Outra cidade que se destaca no combate à Covid é Ibotirama. Lá, os casos são poucos e o prefeito conseguiu com algumas ações reduzir em um fim de semana de 75 para 36 o número de casos ativos. Enquanto tem muito mau exemplo por aí, valem os vizinhos ficarem de olho porque em tempos de pandemia e eleições, a população sabe bem o que deve ser prioridade.

ABRE O OLHO JOAQUIM

O prefeito de Alagoinhas, Joaquim Neto, que pinta e borda em sua gestão, agora vai ter que descobrir uma fórmula para apagar os maus feitos e, quem sabe, se animar com alguma possibilidade de reeleição. Na corrida pelas urnas ele terá como principais adversários o presidente da Câmara Municipal, vereador Roberto Torres (Republicanos) e o ex-prefeito Paulo Cezar, que se filiou ao DEM e desponta como o nome forte para levar este pleito. Contam por lá que Joaquim está implorando apoio e tentando abafar o dossiê que ele construiu com a ajuda da mulher.

A BELA DAS FERAS

Uma moça vem chamando atenção tanto nos bastidores quanto pelas ruas de Lauro de Freitas. Pré-candidata à prefeitura, a deputada estadual Mirela Macedo (PSD) surge como uma possibilidade de alento para quem mora na cidade. Sem muitas opções este ano, os eleitores de Lauro teriam que escolher entre a triste realidade ou entre o mais do mesmo. E eis que Mirela aparece rompendo os vínculos. Ela, que já integrou chapa em 2016 com Moema e é ex-mulher do garoto propaganda, já anda mandando recado por aí, fortalecendo a candidatura e divulgando os projetos. Dizem às más línguas, ainda mais agora que prefeita pegou Covid,  que desta vez não haverá pose que dure ou promoção que se sustente.

O ADEUS DE DEUS?

Os moradores de Paulo Afonso já sentem os ventos mudarem e respiram novos ares na cidade do norte baiano. Por lá, Luis de Deus tenta a reeleição na prefeitura do município. Mas, desde o fim do ano passado que os números já não estavam a seu favor. Em pesquisa divulgada no fim do ano pelo Ipesq, de 26 de dezembro, Luis perdia para Anilton Bastos (Podemos), ex-prefeito por três mandatos em Paulo Afonso. Hoje, a disputa está ainda mais acirrada porque conta com mais um ex-prefeito, o Raimundo Caires, que irá disputar pelo Progressistas. Na briga de quem leva a vaga da vez, Luis apela aos céus e o povo pede que a cidade volte a ser conhecida como a “Capital da Energia”.

AMARGOU

Dizem lá em Amargosa que o prefeito Júlio Pinheiro (PT) e seus apoiadores vivem um clima de reeleição garantida e chegam a comemorar pela cidade. Mas, ao Carrasco já vem a informação que a situação real lá está mais para despedida. No páreo contra o prefeito tem um forte adversário, o deputado estadual mais votado do município, Adalberto Barreto, o Dal (PP). Caso ele não saía, sairá a mulher dele, Maíra Barreto. Ambos garantem o apoio do PP, PSD, PSB, PRB e PSDB. Com um time de peso e o histórico deixado pelo petista, cabe um famoso ditado popular como conselho a Júlio e aliados: quem ri por último, ri melhor.

TIMÓTEO, O SOLITÁRIO

Em Teixeira de Freitas, o prefeito Timóteo Brito (PP), que não tem o apoio do governador Rui Costa (PT) por ter feito campanha para Jair Bolsonaro em 2018, se vê cada vez mais sozinho na saga pela reeleição. Expulso do PSD no.ano passado, ele perde aliados de todos os lados e abre espaço para sair de cena. O empresário Caio Checon (SD) é um dos nomes que desponta nesta eleição. O ex-vereador e ex-presidente da Câmara tem sido apontado como o que melhor pontua nas pesquisas de intenções de voto. Checon já busca aproximação com a também pré-candidata e ex-vereadora Marta Helena (PSDB) para uma possível aliança no pleito. Além deles, outros nomes que estão no páreo são o ex-prefeito João Bosco (PT), que já teve as contas rejeitadas, o atual vice-prefeito Lucas Bocão (PV) e Marcelo Belitardo (DEM). Na cidade, a oposição buscará crescimento em cima do índice de rejeição que o prefeito enfrenta, cujo percentual já chegou a bater 80%. Tá bom pra Timóteo!

DIAGNÓSTICO E IMAGEM

Um certo grupo da área de saúde que tem contratos com alguns estados do país, sentiu o baque da pandemia nas contas. Desde queda na bolsa e perda de 80% da receita, o laboratório teve que pensar num plano B após demitir quase metade dos funcionários e ter boa parte das unidades fechadas. Mas, a crise para este grupo não chegou na Bahia. Por aqui, ele não tem do que se queixar. Com contratos milionários de PPP, a empresa do grupo é dirigida por um ex-gestor de uma velha conhecida da área ambiental. Com fortes ALIAdos, tem planos de ampliar os contratos participando de licitações públicas. Haja chá de espinheira- santa !

CS CIFRÃO II

Famosa por conseguir contratos milionários, a empresa de sigla pequena anda se movimentando para garantir mais dividendos por aí. Após conseguir o aditivo no contrato de mais de R$ 45 milhões para dar suporte administrativo a prédios públicos, a CS já faz articulações para abocanhar as oportunidades que estão por vir. Ao Carrasco chega a informação de que o MP está de olho e já levantando as denúncias que chegam contra a empresa. Cuidado CS com a sede ao pote....a empresa pode se afogar!

PEJOTA II

Outra que não tem se preocupado com o acúmulo de denúncias e está desbravando o interior achando que irá passar despercebida, precisa abrir o olho. Nos bastidores dizem que a empresa deu uma freada para não chamar a atenção após ser descoberta em Jaguaripe e Jucuruçu. Mas, não tem jeito. O Carrasco já está com o dossiê completo sobre as andanças da empresa que dá nó em pingo d'água para fazer a terraplanagem acontecer.

MP NELES

O MP denunciou e a Justiça acatou. Está determinada a transferência imediata de presos sintomáticos ou diagnosticados com coronavírus, custodiados nas carceragens policiais de toda Bahia. Algo que a Seap deveria ter feito desde o início da pandemia, mas o pouco caso falou mais alto. Foi necessário o MP intervir para que a pasta tomasse providências e ainda assim, por força da lei. Os presos terão que ser testados e a decisão cumprida de imediato. Agora os presídios estão na mira do MP e da Justiça. Quem está por trás deles que se cuide.

DO LADO DA LIVE

Nosso querido Caetano anda dando o que falar. Nas últimas semanas, após enfrentar a polêmica da fábrica que iria para Santo Amaro, mas que ele se posicionou contra, a terra natal do artista deixou de gerar empregos e renda no momento da pandemia. Defensor de causas ambientais, há quem diga que Veloso não sabe mesmo é o que quer. Ex-petista, Caetano decidiu apoiar Boulos na última eleição. Como aprendeu com a ajuda da amada a mexer nas redes sociais, ele passou a falar de tudo, mas a se movimentar de menos. E desde que Santo Amaro perdeu a oportunidade, Caetano ganhou a vaidade, fez a Live prometida e ficou sozinho, ou não... Sem imaginar os efeitos na população.

A HORA DO APITO FINAL

O jogo já chegou aos 45 minutos do segundo tempo e o apito do MP-BA e CNMP precisa encerrar essa partida. Em campo está o investigado promotor de Camaçari que teve o sigilo bancário e fiscal quebrados versus a sociedade da RMS que aguarda o fim do jogo para comemorar a vitória da moralidade. A disputa vale a vaga no campeonato dos bons princípios e a manutenção da credibilidade da instituição ministerial.

A preocupação é que se não houver uma arbitragem firme deste "baba" durante o tempo regulamentar o jogador de camisa 171 e coloração já conhecida vai atuar na promotoria de justiça eleitoral tentando cair na área para cavar um pênalti. Pode isso, Arnaldo?

DOIS COELHOS 

A prisão do do secretário de Transportes etropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy (PP), não desagradou só o governador João Dória. Baldy também é um fiel aliado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia  (DEM-RJ). Baldy, que já tinha sido ministro das Cidades do governo Temer, chegou a ser indicado por Maia para ser o titular da mesma pasta no governo Bolsonaro. Na sexta, Maia (DEM-RJ), avaliou a prisão do secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy (PP), como “muito dura” e “um pouco arbitrária”. Um dia após a prisão, porém, todos puderam respirar aliviados: o ministro do STF, Gilmar Mendes, determinou a soltura do secretário.

DEU BRIGA NO GRUPO

O grupo de WhatsApp da bancada baiana na Câmara Federal é como grupo de família: a maioria até tenta prezar pela boa convivência, mas vira e mexe o bolsonarismo (ou a aversão ao presidente) faz as coisas esquentarem. O pastor Abílio Santana, conhecido como o Leão da Bahia, é um dos que mais se mete em bate boca para defender Bolsonaro. Alguns deputados de esquerda torcem o nariz em silêncio e preferem ignorar o conteúdo postado constantemente pelo pastor, mas outros não deixam barato e entram de sola.

PRESTÍGIO NO ALTO

A família Aleluia continua gozando de grande prestígio com Bolsonaro. O pai, José Carlos Aleluia, é conselheiro de Itaipu Binacional. O filho, Alexandre Aleluia, conseguiu emplacar o capitão da PM-BA André Porciuncula para o cargo de secretário nacional de Fomento e Incentivo à Cultura. Com tanta moral, há quem diga que, se Bolsonaro conseguisse sua sonhada intervenção, os Aleluias seriam governador da Bahia e prefeito de Salvador, respectivamente.

ALIADO DE PESO

O debate sobre a legalização dos jogos de azar no Brasil é antigo e talvez a medida nunca tenha estado tão próxima de acontecer, pelas atuais circunstâncias do país. Ao propor legalizar o jogo no âmbito da discussão da reforma tributária, o senador Ângelo Coronel buscou um aliado de peso: o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes. Em abril, Guedes saiu em defesa da proposta na fatídica reunião ministerial, que acabou divulgada depois das acusações feitas por Sérgio Moro contra Bolsonaro. Na reunião, a ministra Damares foi contra. 

PDT FORA DO JOGO?

Após o recuo de Léo Prates e sem um nome competitivo para o páreo municipal, o PDT pode desistir de lançar uma candidatura à prefeitura de Salvador. Nesta semana, o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, vai se reunir com o prefeito ACM Neto (DEM) para alinhar o que pode ser um primeiro apoio de um partido de esquerda ao candidato do bloco direitista. 

FUNDO DA DISCÓRDIA

Os parlamentares de esquerda parecem não ser  muito afeitos aos acordos que envolvam qualquer ação que possa ter impacto nas suas narrativas. O alvo da vez foi a Lei Kandir. A votação da menina dos olhos de prefeitos e governadores foi suspensa pela tentativa dos esquerdistas de derrubar o acordo firmado com a tutela do Supremo, que prevê a extinção do fundo Social do Pré-Sal. Aos 48 do segundo-tempo, eles disseram que só votariam o texto sem extinção do fundo. Aí não teve jeito. Foi o primeiro texto retirado de pauta desde o início da pandemia. 

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