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Veterinário alerta para risco de intoxicação

Inspecionar o ambiente é o recomendado para evitar situações de perigo com ingestão de veneno e objetos

Publicado domingo, 03 de março de 2024 às 05:00 h | Autor: HIlcélia Falcão
Advogada Vitória Verbena Mota Lima da Silva e o empresario Pedro Henrique Gomes Figueiredo com o shitzu Nino
Advogada Vitória Verbena Mota Lima da Silva e o empresario Pedro Henrique Gomes Figueiredo com o shitzu Nino -

Se você nunca se viu em apuros com seu animalzinho intoxicado, engasgado ou com problemas gástricos por ter ingerido um objeto estranho, você é uma pessoa de sorte. Caso o seu cãozinho ou bichano tenha escapado de um envenenamento ou ingestão de qualquer coisa esquisita, você não precisa de nenhum amuleto. Aliás, é com ela, a sorte, que o empresário Pedro Henrique Gomes Figueiredo e a advogada Vitória Verbena Mota Lima da Silva tem contado toda vez que o shitzu Nino inventa de comer uma meia, uma calcinha, um papel toalha ou uma “xuxa” (prendedor de cabelo).

“Ele sempre engole qualquer coisa que caia do varal ou que a gente esqueça no chão”, conta a advogada, que recentemente teve um prejuízo de R$ 5 mil. Isto porque Nino engoliu uma meia de academia, daquelas bem grossas. Em vez de conseguir expelir o objeto pelo vômito, como costumava acontecer, ele teve a saúde afetada.

Traquinagem cara

A estripulia de Nino doeu no bolso da família. Eles tiveram que levá-lo correndo ao veterinário para retirar o objeto. Foi necessário fazer uma endoscopia e, em seguida, uma intervenção cirúrgica para remover o objeto. “Entre consulta de emergência, internação, anestesia e cirurgião foram R$ 5 mil”, conta Vitória. Além disto, depois do procedimento, Nino teve que passar por um tratamento que incluiu medicação e ração especial.

“Acidentes podem acontecer, blindar o cão de situações como essas nem sempre é uma possibilidade para o tutor”, explica o médico veterinário comportamentalista Luis Sousa. Ele explica, no entanto, que existe uma síndrome que caracteriza a ingestão de itens não alimentícios, chamada alotriofagia. Nela, o animal pode ingerir itens não alimentícios em contextos de ansiedade e estresse. “Sabemos que alterações gástricas podem predispor à ingestão de itens não alimentícios. Portanto, se o animal apresenta recorrência nesse comportamento cabe investigação com exames complementares de imagem”, orienta. Um caso emblemático relatado pelo veterinário foi o de um cão que ingeriu uma grande quantidade de cápsulas de cafeína e não resistiu.

De qualquer forma, todo cuidado é pouco, sobretudo nos passeios. O ideal é fazer uma inspeção no local. Mas é no ambiente doméstico onde muitas tragédias acontecem. Este foi o caso do cachorrinho do ex-piloto de Fórmula I Rubens Barrichell. O animal morreu após ingerir 11 pontas de cigarro. A recomendação do veterinário é, em caso de suspeita da ingestão de qualquer substância intoxicante ou corpo estranho , correr para a emergência veterinária.

Tragédia

Enquanto o shitzu Nino do início desta matéria foi salvo após ingerir a meia, a mesma sorte não teve o pequeno Lilo, um beagle de cerca de 2 anos, que morreu envenando após comer uma salsicha “temperada” com “chumbinho” (veneno usado para matar ratos). O episódio ocorreu durante um passeio. “Ele comeu a salsicha no mercado que a pessoa que o levava para passear entrou para comprar algo”, conta a tutora de Lilo, a jornalista Marlene Lopes.

Na mesma rua ficava a clínica veterinária onde ele era atendido. Na hora, a pessoa correu para o local com o bichinho mas foi impossível salvá-lo. Para aplacar a dor da perda, Marlene adotou Chiquinho, outro beagle semelhante ao primeiro. Este teve mais sorte e viveu 17 anos ao lado da família. Depois do fatídico incidente com Lilo, todos redobraram a atenção e Chico foi um longevo e feliz cachorrinho. Ele teve o corpinho cremado e suas cinzas colocadas nos vasinhos de plantas de casa.

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DR. PET - Veja o que fazer para evitar situações desagradáveis

Que cuidados o tutor deve ter para evitar intoxicação?

O ideal é fazer uma inspeção do ambiente antes de deixar o cão em algum local e sempre manter esse cão sob supervisão, principalmente em passeios externos, em áreas comuns.

Em alguns casos, também é comum o bichinho ingerir veneno. De que forma evitar que isto aconteça em caso de passeios na rua?

A melhor coisa a se fazer é manter o animal na guia durante o passeio em rua e supervisão durante todo o tempo, identificar se o animal come ou mexe em alguma coisa, podemos fazer alguns treinamentos que podem diminuir ou mudar esse comportamento, mas o ideal é a supervisão.

Que sintomas o bichinho pode apresentar em situações deste tipo?

Desde letargia, vomito, excitação, tremores, engasgos, mudanças no padrão respiratório, todos esses são sintomas que podem indicar ingestão de algum agente intoxicante ou corpo estranho.

Devemos observar as fezes se há algum conteúdo, outra coisa é observar, em caso de suspeita de ingestão de corpo estranho se esse animal defeca ou tem dificuldade na defecação.

O que eles costumam ingerir?

Ele costumam ingerir corpos estranhos como meias, agulhas, pregos, brinquedos, roupa íntima dos tutores, madeira, metais e parafusos.

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