Vitória terá maratona indomável
Confira a coluna do jornalista Angelo Paz
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O povo já é soberano em alegria nas ruas da Cidade da Bahia. De tênis no pé, de preferência aquele já em estado terminal, o folião pula, caminha, corre, se envolve por completo na maior festa de rua do planeta. Ao final de um intenso dia carnavalesco, a perna reclama, mas há o dia seguinte, de mais festa. No embalo da folia, você vai. Se chegar ao limite, então é hora de priorizar. Agora vamos para o futebol, temática central dessas linhas: sem muita ‘meia hora’, este foi o recado do técnico Tiago Carpini ao torcedor rubro-negro na noite da última quarta-feira, quando o Leão se fez feliz na capital brasileira do reggae, São Luís.
No terreno fofo e pesado do bonito Castelão, no Maranhão, o Leão fez ali o básico para avançar à segunda fase da Copa do Brasil e voltar para Salvador com a bufunfa de R$ 1.874,250 na conta, valor pago aos clubes da Série A que avançaram no lucrativo mata-mata do futebol brasileiro. Pela 19ª vez seguida o rubro-negro saiu de campo sem saber o que é tristeza, tal qual a maioria dos foliões da maratona momesca (sinônimo de Carnaval, para quem não está ligado). Para quem torce pelo Vitória, é quase impossível não está antenado que esta é a maior invecibilidade atual do Brasil.
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Como no frenético pré-Carnaval soteropolitano, o mês de fevereiro do Vitória foi sem massagem. Assim como os foliões que se gabam de ter superado todos os ensaios para chegar pronto ao Carnaval, o Rubro-negro está com moral para dizer, sem ressalvas, que se saiu muito bem na intensa sequência de oito jogos do melhor mês brasileiro (para os apaixonados da celebração de rua). No referido período, além da classificação no Maranhão, o rubro-negro seguiu imparável na Copa do Nordeste, onde mantém a melhor campanha da competição e é líder do grupo A, e carimbou vaga na semifinal do Baiano como primeiro colocado.
Assim, março chega com uma maratona decisiva, como é o Carnaval para todos os envolvidos. Amanhã, no dia mais cheio da nossa festa maior, o Leão inicia sua sequência decisiva na mesma Alagoinhas onde venceu o Altético de Alagodé (como meu pai chama), no último sábado. Agora é semifinal, que terá o jogo de volta no final de semana seguinte, no Barradão, onde a equipe de Carpini enfrenta antes, na quarta, o Altos-PI, pelo Nordestão. Por isso, o jovem professor ‘Pini’ já avisou à torcida que uma hora irá priorizar uma competição ou outra.
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Algo absolutamente natural dada a carga física e emocional dos jogos. Neste março que amanhã se inicia o rubro-negro projeta um total de nove jogos, confiante na classificação à final do Baiano, além das três últimas partidas da primeira fase da Lampions League, e o tradicional confronto com o Náutico, a ser realizado entre os dias 05 e 12 pela Copa do Brasil. Esse, sem dúvidas, irá receber atenção especial, já que a premiação pela classificação à terceira fase é de R$ 2.315.250. Importante grana um clube que tira leite de pedra para honrar os compromissos diante de recursos limitados.
Transparente com o torcedor, Carpini vai trabalhar para ter um março como fevereiro, mas sabe que nem sempre é possível ser feliz. Apesar da ausência de uma pré-temporada, o treinador considera o elenco com gás para batalhar para vencer a sequência decisiva, digna do indomável Carnaval baiano, a cada ano cheio de expecativa, como tem sido o Vitória nesta reconstrução.