Humor do Grupo Globo atravessa uma péssima fase
O momento é totalmente sem graça para o humor da Globo, líder de audiência no país na TV aberta e na paga. Para uma emissora que já teve humoristas geniais como Agildo Ribeiro, Jô Soares, Paulo Silvino e o mestre Chico Anysio, o momento atual é, sem dúvida, triste e melancólico.
Na TV Globo, o Tomara que Caia acaba de ser a mais recente (e jovem) vítima. Criado semanas atrás para ser um produto de interação com o telespectador, que precisa acompanhar o programa com um celular na mão, virou um retumbante fracasso para os padrões da casa e já vai sair do ar. Com exceção da talentosa Heloisa Perissé, chegou a ser constrangedor. A propósito, como pode alguém ainda achar que micagens são uma diversão?
Acontece que o formato era até que bem intencionado. Podia ter dado certo. Aliás, pode até dar certo um dia. Desde que tenha um elenco à altura.
Com o Zorra ocorre a mesma coisa. Depois de ficar quase um ano fora do ar, voltou reformulado, mas a única coisa que parece ter mudado foi a retirada da palavra "total" do título. Continua sem graça e abarrotado de personagens chatonildos. Justiça seja feita, o texto pelo menos melhorou em relação à primeira versão. Hoje até é possível ouvir de vez em quando alguma coisa inteligente.
Mas isso é exceção. A característica do Zorra continua sendo um humor fácil, declamado por atores cheios de maneirismos.
Já no Multishow, um dos canais mais importantes e antigos da Globosat, o humor é de dar dó. Além de imbecilidades completas, como o Partoba e o Fritada (esse último uma versão patética do divertido Roast, do canal pago Comedy Center), o Multishow decidiu "investir" em humor este ano e criou dois novos programas em sua grade, com dois humoristas famosos: o #partiushopping, com Tom Cavalcante, e o A Grande Farsa, com Wellington Muniz, o Ceará.
Mal estrearam, já vão sair do ar. Apesar de alguns coleguinhas colunistas "veludos" (termo jocoso usado para definir jornalistas que só alisam e falam bem de tudo e de todo mundo) dizerem que os programas vão ser "reformulados", a verdade nua e crua é que foram dois fracassos completos de público e de crítica (sim, ainda existem críticos de TV).
Ninguém no Multishow sabe o que ocorrerá com Ceará e Tom. A Globo, segundo este colunista apurou, estuda levar ambos para a TV aberta.
É preciso alguma justiça e dizer que, no mesmo canal, o Tudo Pela Audiência, com Fabio Porchat e Tatá Werneck, parece estar indo bem tanto de ibope como de faturamento. Boa parte desse sucesso se deve única e exclusivamente aos dois talentosos apresentadores. O problema, porém, é que é um formato bem caro também, até para os padrões da Globosat. A pergunta então é: até quando?
O problema com o humor parece estar resignado exclusivamente à Globo. Respeitada devidamente a proporção de cada emissora em riqueza e ibope, tanto o Encrenca (RedeTV!) como o Pânico (Band) estão indo bem em termos de ibope e interesse de anunciantes. O Encrenca, que nasceu mambembe, aos poucos adquire coesão e surpreende muitas vezes. Já o Pânico, com todos seus altos e baixos, sempre é diversão garantida - inclusive em seus maus momentos.
Já A Praça é Nossa, do SBT, um dos mais longevos produtos da TV, nunca tentou se reiventar e, ainda assim, tem público cativo garantido semanalmente.
Difícil saber como a Globo resolverá mais este problema. Já não há mais programação infantil na casa. A emissora não pode se dar ao luxo de acabar também com o humorismo, sob pena de começar perder ainda mais público e share (participação nas TVs ligadas). O tempo urge. Por enquanto, o humor da emissora tem sido uma piada. De mau gosto.
Xuxa
Não é por acaso que Xuxa fez declaração polêmica de que já fez sexo em público "várias vezes". O staff da apresentadora está determinado a fazê-la pegar surf nas ondas das redes sociais, que repercutem cada vírgula que ela pronuncia. Ainda mais se o tema for sexo. Só é preciso tomar cuidado porque em algum momento a onda vira marolinha.