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Jorge Hage se despede da CGU sob aplausos

Publicado domingo, 21 de dezembro de 2014 às 10:41 h | Atualizado em 19/11/2021, 06:35 | Autor: Com Luiz Fernando Lima
ilustração, palmas
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Presente de Natal para aqueles que acham que todos nós somos corruptos.

Jorge Hage Sobrinho, baiano de Itabuna, 79 anos, ex-professor da Ufba, ex-prefeito de Salvador, ex-deputado estadual, deputado federal Constituinte e, por último, ministro-chefe da Controladoria Geral da União, é um daqueles raros sujeitos que se tornam uma unanimidade a favor por onde passam.

Sexta última cumpriu seu último dia de trabalho na CGU. Como sempre, com o jeitão austero, tipo que não gosta de bajulações, despediu-se entre abraços do pessoal do gabinete, não foi a nenhuma sala.

Ao chegar à garagem do estacionamento, surpresa: lá estava o corpo funcional em peso, do motorista ao mais graduado, que disparou longa e entusiástica salva de palmas.
Houve lágrimas gerais. Dele também.

Sob vaias — Já outro baiano de Salvador, José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, colhe frutos ao inverso. Dias atrás, numa viagem de Lisboa a São Paulo, recebeu tantas vaias, durante o voo e ao desembarcar, que preferiu pegar outro voo para Salvador. Hage deixa a vida pública definitivamente consagrado. E Gabrielli, melado no petrolão.

Reação a Portugal

Não foi só a indicação do deputado Nelson Pelegrino para o Turismo que gerou reações, a de Jorge Portugal também.

Luiz Antonio Cajazeira Ramos, membro da Academia de Letras da Bahia (ALB), distribuiu nota entre os confrades lembrando a carta que Portugal publicou em A TARDE dizendo que a ALB 'é uma instituição carcomida'.

E indaga: 'Já secretário, numa sessão da ALB, Jorge Portugal será convidado para compor a mesa? Eu espero não estar presente'.

Lídice declina — Aliás, a primeira opção de Rui Costa para Cultura foi João Jorge, do Olodum, na cota do PSB, mas a senadora Lídice da Mata, presidenta do partido, declinou.

Disse a Rui que para uma área tão sensível a indicação deveria ser da cota do governador. Foi aí que Jorge Portugal entrou.

Como a bancada do PSB na Assembleia quer participar do governo, Rui se comprometeu a abrir um espaço no segundo escalão.
Provavelmente, uma das empresas.

"Eu, como senador, vou lutar para salvar a instituição Petrobras. Quem errou que seja punido, que seja preso ou seja condenado. Não vou compactuar com erro. Destruir a Petrobras é destruir o Brasil. Quem estiver errado não terá meu apoio"

Otto Alencar, senador eleito, falando sobre como vai se comportar no Senado diante do escândalo na Petrobras.

Paciência na mesa

Rui Costa pediu paciência ao PTB para definir o quinhão do partido no bolo estadual.
O PTB, presidido por Benito Gama, deputado federal eleito, deve ter uma cadeira no segundo escalão, ainda sem definição.
Benito se diz tranquilo e mantém o otimismo ao reafirmar que a prioridade é ficar com o PT no plano estadual.
Por outro lado, ACM Neto cerca a legenda com foco no vereador Edvaldo Brito.

Casa Prainha

O secretário James Correia (Indústria e Comércio) diz ter estranhado a reação ao projeto que institui o Plano de Diretrizes Industriais, Logísticas e de Sustentabilidade do CIA e do canal de Cotegipe, em vias de ser aprovado na Assembleia, que transforma em Zona de Interesse Ambiental e Recreativo (Ziar) a Prainha, ao lado do porto de Aratu.
— O projeto é fruto de um estudo realizado pela Fieb e financiado pela Petrobras. A Prainha é a única praia que resta à população da área, daí a restrição dos órgãos ambientais. E espaço para a expansão do porto não falta.

Segundo James, a área em apreço é um dos focos da Braskem (e Dow Química), que lá quer executar um projeto de R$ 60 milhões e não R$ 500 milhões como foi dito.
— Isso foi amplamente discutido. E espaço para a expansão do porto de Aratu, na área em apreço, não falta. Tem várias opções.

Padrinho forte

Cézar Lisboa, hoje secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, ficou fora do primeiro escalão do governo Rui Costa, mas permanecerá no time.
Além do trabalho bem avaliado por setores governistas e petistas, da relação próxima com Rui, tem padrinho de alto coturno.
Jaques Wagner pediu por ele.

POUCAS & BOAS

  • Hildécio Meirelles (PMDB), ex-prefeito de Cairu e deputado estadual eleito que disputou sub judice, finalmente ganhou a pendenga no TSE. O caso dele é sui generis. Era prefeito e contratou mão de obra terceirizada. O TCM rejeitou as contas. Entrou naquela: o governo federal pode, o estadual também, mas o municipal, não. Hoje, muitos prefeitos fazem. Terão problemas.
  • A Academia de Letras Jurídicas da Bahia elegeu nova diretoria para o próximo biênio na última sessão do ano. O professor César Faria ficou na presidência (substituindo a professora Alice Borges), Fredie Didier na vice e Rodolfo Pamplona na secretaria geral).
  • A chuvarada que castigou o Baixo Sul quarta-feira causou bem mais estragos do que se imagina. Dezenas de pontes de estradas vicinais em 15 municípios foram engolidas pela água.
  • A Secretaria de Administração do Estado (Saeb) diz, via assessoria, que a supressão de gratificações de alguns funcionários do HGE foi decorrência de um erro técnico, nada de falta de dinheiro, como se disse. Nova folha já foi feita e será paga dia 2 ou 3 de janeiro.

Colaborou Patrícia França

SÓ VATAPÁ

Vícios


Uma pausa natalina na banda política do vatapá para descontrair.
Luiz Vieira, o artista, contou a Rolando Boldrin, em O causo do dia, da TV Cultura, que lá um dia alguém perguntou a Lourival Batista Patriota, o Louro do Pajeú, o carioca que tocou a vida pela contramão, trocando Copacabana pelo sertão (na época, a primeira metade do século passado, o comum era trocar o Nordeste pelo Sul), quais eram os piores vícios.
E Lourival soltou a língua:
O homem que joga e fuma
No vício da embriaguez
Cachorro que pega bode
Mulher que dá uma vez
Não há remédio no mundo
Que cure nenhum dos três

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