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CULTURA

8º Movimento Boca de Brasa: Festival celebra arte soteropolitana no aniversário de Salvador

Povo de Salvador vai comemorar o aniversário da cidade com o festival cultural

Por Maria Raquel Brito*

20/03/2025 - 6:00 h | Atualizada em 20/03/2025 - 8:18
Imagem ilustrativa da imagem 8º Movimento Boca de Brasa: Festival celebra arte soteropolitana no aniversário de Salvador
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A arte feita pelos soteropolitanos faz Salvador ser o que é. Da literatura à moda, passando pela música, teatro e audiovisual, a produção na capital baiana, especialmente nas periferias, é sempre efervescente. E é para celebrar a sintonia entre a cidade e seus artistas que acontece a 8ª edição do Movimento Boca de Brasa, festival que evidencia a potência das comunidades através de uma programação gratuita que inclui espetáculos, exposições e feira de economia criativa. O evento acontece nos dias 27, 28 e 29 de março no Quarteirão das Artes, no Centro Histórico, e faz parte do itinerário oficial do aniversário de Salvador.

Ao longo dos três dias, mais de 100 artistas se apresentarão nos palcos do festival. As atividades ocuparão o Teatro Gregório de Mattos, o Espaço Cultural da Barroquinha, o Pátio Iyá Nassô, o Café Nilda Spencer e a Ladeira da Barroquinha, com apresentações de iniciativas culturais e criativas participantes das Escolas Criativas Boca de Brasa e de agentes culturais convidados.

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O festival é realizado anualmente desde 2015, e simboliza o ponto alto das ações do programa Boca de Brasa, que busca fomentar a descentralização da criação, da produção, da difusão, do fomento e da qualificação das manifestações artístico-culturais da cidade. Entre as atrações deste ano, estão o grupo de sound system Ministério Público, que receberá no palco o cantor jamaicano Jesse Royal, os rappers Odillon e Hiran, e o grupo de comédia Clube DazMinina, além da gravação de dois episódios de podcast, com apresentação da jornalista Luana Assiz.

A construção desta edição do Movimento Boca de Brasa foi pensada com três principais objetivos em mente: dar visibilidade a talentos que surgiram em iniciativas do programa, abrir discussões sobre temas pertinentes ao projeto – por exemplo, com a gravação ao vivo de dois episódios do podcast Potências da Periferia: “O Poder dos Coletivos Artísticos nas Periferias” e “Empreendedorismo do Futuro” –, e levar a imprensa e formadores de opinião para conhecer os espaços onde essas atividades acontecem. Quem explica é o presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro.

“Por incrível que pareça, ainda existe uma invisibilidade muito grande dessa arte, dessa cultura, dessas iniciativas da periferia para a grande imprensa. Então, quando a gente leva esse grupo para circular pelos Bocas de Brasa, promove a visibilidade e tenta atrair atenção para esse movimento”, diz. O Boca de Brasa foi criado em 1986, e desde 2013 tem sido ferramenta prioritária de políticas públicas culturais em Salvador. O programa é realizado pela Prefeitura de Salvador através da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda.

Para Guerreiro, incluir o festival nas comemorações do aniversário da cidade é uma forma de valorizar Salvador como grande polo cultural e também como polo cultural inclusivo, que pulsa cultura em todo o seu território. “A gente traz o Movimento Boca de Brasa de volta justamente para mostrar essa potência da periferia, mostrar que a criação artística não está só na região do centro da cidade, mas espalhada por várias e várias localidades. Então, quando a gente destaca no aniversário essa pluralidade e essa quantidade enorme de artistas e iniciativas que se espalham, a gente mostra que Salvador é uma cidade realmente inclusiva e com uma potência muito grande, principalmente de transformar a cultura num grande vetor de desenvolvimento econômico”.

Programação intensa

No festival, celebração e oportunidades de aprendizado dividirão o holofote. Tem espaço para tudo: serão três dias intensos, com a participação de grandes nomes do meio cultural. A abertura dessa maratona é com chave de ouro, a partir de um espetáculo dirigido por Elivan Nascimento e Jorge Alencar. Unindo diferentes manifestações artísticas, a apresentação criará um mosaico cênico com mais de 60 artistas por toda a área do Quarteirão das Artes, do Teatro Gregório de Mattos às escadarias da Barroquinha.

“A cidade de Salvador respira artes integradas, então fazer a fusão de movimentos artísticos como a dança, teatro, música, slam, moda e literatura, é a reafirmação de que essas vivências também constituem a manutenção da historicidade desta terra”, afirma Nascimento.

Ao lado de Luciano Bahia, diretor musical do espetáculo, eles tiveram a ideia de potencializar essa narrativa trazendo para a abertura o grupo de percussão Filhas do Som, comandado pela mestra Ratinha; a Cia de Teatro JÁÉ; parte dos artistas da dança do Boca de Brasa Subúrbio e do Boca de Brasa Cajazeiras; o slam de NegaFyah; a moda revolucionária da Periferia do Futuro; o performer Paulo Arth, membro do grupo AfroBapho; as vozes marcantes de Vitor Adél e Denise Correia; o multiartista Thiago Almasy e Raissa Rocha, Rainha do Malê Debalê.

Dos artistas participantes, muitos já são vinculados ao Boca de Brasa, que o diretor considera essencial para o fomento da arte em Salvador. “O Boca de Brasa não é só um programa, é um verdadeiro quilombo artístico, de manutenção da memória em arte na cidade e no Estado da Bahia. A arte que exala desse quilombo precisa ser fomentada, enaltecida e evidenciada. Quanto mais espaço se tem, mais vozes são ouvidas, mais presenças são sentidas e mais artes são produzidas e difundidas”, diz.

Ainda no primeiro dia, o selo “Eu Sou Boca de Brasa” será entregue a 35 iniciativas concluintes dos programas de incubação e aceleração das Escolas Criativas Boca de Brasa 2024, marcando a abertura oficial do evento. De acordo com Fernando Guerreiro, a entrega do certificado simboliza a porta de entrada desses projetos no mercado de trabalho. “É um ponto de partida, o início de uma longa trajetória que, com certeza, vai ser vitoriosa no sentido de trazer visibilidade e viabilidade para essas iniciativas”, declara.

No dia 28, um dos momentos principais será a mostra Humor É Coisa de Mulher, que leva a comédia feminina para o palco do Teatro Gregório de Mattos. Com apresentação de Val Benvindo, jornalista, influenciadora e criadora do Festival Humor Negro, a apresentação contará com um encontro entre a comediante Aline França e o Clube DazMinina, pioneiro na comédia stand-up nordestina, formado por Ana Carolana, Brida Aragão, Naiara Bispo e Renata Laurentino. O grupo participou do Programa de Aceleração do Boca de Brasa em 2024.

Ao explorar um universo ainda tão masculino em meio a um festival como o Boca de Brasa, as comediantes têm entre os objetivos principais mostrar que as mulheres podem subverter o lugar em que são colocadas nas piadas.

“Eu acho que a gente amplifica essa mensagem de que nós mulheres não vamos ser mais somente o alvo da piada. A gente pode fazer piada sobre a gente, mas também quer fazer piada sobre o outro, rir junto com todo mundo e fazer uma piada que não seja depreciativa, que não coloque os nossos defeitos ligados ao nosso gênero. Quando a gente diversifica a autoria dessa comédia, diversifica também o riso, atinge mais públicos e comunica para outros territórios que é possível, sim, ser mulher e estar na comédia”, defende Benvindo.

No aniversário de Salvador, último dia do festival, o Movimento Boca de Brasa será tomado pela Ocupação Sound System – Conexões Afro-latinas, na Barroquinha, um dos pontos altos do dia.

O projeto, que nasceu de uma parceria do grupo Ministereo Público com a plataforma Giro Conecta, promove um encontro musical entre Salvador e Jamaica, com a participação do cantor jamaicano de reggae Jesse Royal, que virá se apresentar ao lado do grupo baiano, que completa 20 anos de história em 2025. Além disso, depois do evento, a Ocupação promoverá oficinas em escolas municipais, com foco na importância da dança no mundo do reggae.

“Ele é um artista da nova geração do reggae jamaicano reconhecido mundialmente. É sempre uma satisfação imensa trazer ícones do reggae para Salvador, para o Brasil. O público de Salvador é diferenciado e tenho certeza que ele vai se sentir em casa e sentir a energia do povo preto aqui. O show do Jesse é contagiante e o público aqui vai ouvir novas sonoridades do reggae music, tanto no vocal quanto instrumental”, afirma DJ Raiz, integrante do Ministereo Público.

Além da iniciativa do dia 29, o Ministereo Público participará do festival no dia anterior para a gravação do podcast Potências da Periferia, em que compartilharão com o público e com artistas que estão começando a trilhar seus próprios caminhos algumas das experiências que viveram ao longo dessas duas décadas de estrada.

Para DJ Raiz, falar sobre essa história num espaço como o Boca de Brasa é marcante. “Os DJs do Ministereo Público deram seus primeiros passos na música através de projetos como o Boca de Brasa. Foram oficinas de DJs de projetos socioculturais da Steve Biko, no Pelourinho e Beco da Cultura no Nordeste de Amaralina, há mais de 20 anos atrás. Através desses projetos iniciamos nossas carreiras como DJ. Vai ser um prazer falar um pouco dessa história para os ouvintes e inspirar essa juventude mostrando caminhos”, diz.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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Tags:

aniversário de Salvador artistas soteropolitanos Centro Histórico Economia Criativa festival cultural Salvador Movimento Boca de Brasa periferia Salvador Quarteirão das Artes

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