COM EXPOSIÇÃO DE "UM DEFEITO DE COR"
Museu da Cultura Afro-Brasileira será reinaugurado em novembro
Museu, fundado pelo poeta Capinan, é um dos maiores da América Latina sobre a cultura afrodiaspórica
Por Bianca Carneiro e Edvaldo Sales
Localizado nos dois prédios onde funcionaram o antigo Tesouro do Estado da Bahia e o serviço de assistência pública da cidade, no Centro Histórico, o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab) vai ser reinaugurado no dia 6 de novembro. O anúncio ocorreu durante o lançamento do calendário de eventos do projeto “Novembro Salvador Capital Afro”.
Fundado em 2011 pelo poeta José Carlos Capinan, o equipamento cultural ficou fechado durante três anos por causa da pandemia e estava com pavilhões em obras, sem funcionar plenamente. O museu é um dos maiores da América Latina sobre a cultura afrodiaspórica.
Em junho deste ano, a Prefeitura fechou parceria com a instituição, viabilizando R$ 15 milhões para a compra de acervo e execução de obras pendentes para finalizar o espaço de exibições.
Segundo a gestão municipal, o primeiro pavilhão do local será inaugurado com a exposição sucesso de público “Um Defeito de Cor", atualmente no Museu de Arte do Rio de Janeiro. Serão mais de 400 obras trazidas para a capital baiana.
Cultura a todo vapor
A reabertura do Muncab integra a programação do “Novembro Salvador Capital Afro”, iniciativa inédita que vai acontecer ao longo de todo o mês de novembro, com a realização de festivais de música e cinema negro, atrações nacionais e internacionais, apresentações de afoxés e blocos afro e desfiles de moda.
Segundo Isaac Edington, presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), o lançamento do projeto “valoriza a matriz africana da capital baiana”. O gestor diz que eventos como esse também são importantes para a economia gerada pelo turismo e que a cidade já se encontra em um bom momento para o setor.
“É um novo produto para a cidade, uma nova oportunidade de mostrar as nossas raízes para a população e para os turistas e mais, lógico, uma forma também de a gente valorizar essas iniciativas que são tão caras para todos nós”, afirmou ele ao Portal A TARDE.
Presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, destacou as outras iniciativas voltadas à cultura negra desenvolvidas pela prefeitura como as cotas de mais de 50% para os artistas e produtores pretos nos editais culturais. O diretor teatral afirmou que o Novembro Salvador Capital Afro é uma oportunidade de entrada para a realização de fazer mais eventos culturais semelhantes ao longo do ano.
“Salvador é uma capital afro, a maior população negra do Brasil, talvez da América Latina. E se você pegar a cultura da nossa cidade, ela não existiria se não tivesse essa influência. É um projeto maravilhoso que você traz durante um mês, mas que abre portas para o resto do ano. O que eu considero mais interessante, além de marcar novembro como mês-chave, é abrir projetos e programações que vão pegar o resto do ano. Se você pensar, novembro negro no Brasil é janeiro, fevereiro, março. Aqui na Bahia, todos os meses. Então, eu acho que esse é o ponto fundamental. E é bom que esteja marcando essa comemoração e deixando claro que Salvador é a capital afro do Brasil”, pontua.
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