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LITERATURA

Natália Timerman lança em Salvador ‘As Pequenas Chances’

Será sexta-feira, 29, às 19h, na LDM do Shopping Bela Vista, com papo e sessão de autógrafos

Por Elis Freire*

25/09/2023 - 2:30 h
Natália: “O tempo é a matéria da vida. Então, escrever sobre vida e escrever sobre morte é escrever sobre tempo”
Natália: “O tempo é a matéria da vida. Então, escrever sobre vida e escrever sobre morte é escrever sobre tempo” -

“Foi o livro mais visceral e mais importante que escrevi”, afirma Natália Timerman sobre o seu novo romance autobiográfico As Pequenas Chances, publicado pela editora Todavia. O lançamento do livro em Salvador será nesta sexta, 29, às 19h, na livraria LDM do Shopping Bela Vista, com sessão de autógrafos da autora e um bate papo com a escritora Renata Belmonte.

Morte, luto e tempo são algumas das questões que permeiam o novo livro de Natalia Timerman. O romance – escrito meses após a perda do pai da autora – conta a história de Natália, protagonista que encontra o médico que foi responsável pelos cuidados paliativos de seu pai e então, revive a sua perda, ainda muito visceral.

“Na morte do meu pai parecia que eu estava sentindo uma das coisas mais intensas e dolorosas que eu já tinha sentido. Eu decidi escrever o livro depois que ele morreu, porque eu não sabia o que fazer com aquilo. Escrever é como eu lido com as coisas. As coisas que se passam comigo eu as escrevo, apesar de que mexeu muito comigo”, conta Timerman.

Mesmo com o nome da escritora e dos familiares conservados, o livro traz ainda muitas camadas de ficção que exploram a recursos da linguagem para falar de memória.

Autora de Copo Vazio, lançado em 2021, Rachaduras (2019) – finalista do prêmio Jabuti – e Desterros (2017), Natalia utiliza diferentes tempos verbais e narradores para embarcar o leitor na atmosfera do romance.

“O tempo é a matéria da vida, então escrever sobre vida e escrever sobre morte é escrever sobre tempo. A morte é o fim do tempo, mais do que o fim da vida. Talvez essa seja uma das minhas grandes questões. Eu sou uma pessoa nostálgica por natureza. Eu tenho sempre falta do que já passou mesmo que não tenha sido necessariamente bom e escrever é também a maneira como que eu lido com isso”, afirma a escritora, que também é médica psiquiátrica.

“A memória é como se fosse uma bagunça do tempo, porque ela acontece no presente, mas ela presentifica o passado. A memória é uma das relações possíveis com o passado. A ficção é outra. Eu tento misturar essas duas no meu livro”, completa.

Reelaboração do luto

O processo de escrever o livro apenas quatro meses após a perda do pai foi uma possibilidade de elaborar o que viveu, mas também um processo doloroso de revisitar a dor. Um retrato de um fim inevitável, As Pequenas Chances aborda com ternura questionamentos sobre as últimas chances para viver.

“É um livro muito importante para mim. Eu escrevi ele de um jeito muito visceral, a maior parte dele. Várias passagens, eu escrevi chorando aos prantos e depois quando eu relia isso acontecia também. Então, eu nunca tinha escrito algo tão próximo da minha própria vida e com tanta intensidade e recrutamento de sentimentos. Eles estavam todos na flor da pele. Talvez seja o livro mais importante que eu escrevi até agora”, ressalta.

Nas livrarias desde 8 de agosto, nesta sexta-feira os leitores terão a oportunidade de conversar com a escritora e participar da sessão de autógrafos. A noite contará também com um bate papo junto a Renata Belmonte, autora de Femininamente, ganhador do Prêmio Braskem de Literatura de 2003.

A autora paulista Natalia Timerman compartilhará um pouco mais sobre o processo de escrita de As Pequenas Chances, em uma conversa aberta para perguntas do público. A edição do livro conta com capa especial feita a partir da obra da artista plástica Ana Elisa Egreja.

Lançamento com sessão de autógrafos: As pequenas chances / Sexta-feira (29), 19h / Livraria LDM Shopping Bela Vista

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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