MÊS DO ROCK
Renato Coelho: "Antes da Bahia ser terra do axé, já era terra do rock"
Série de reportagens sobre o Mês do Rock celebra ritmo e o cenário soteropolitano
Por Matheus Calmon
"O rock surgiu na minha vida através de Raul Seixas". A declaração é do cantor soteropolitano Renato Coelho, que conheceu o rock ainda quando pequeno, quando seu pai ouvia a obra do 'Cowboy fora-da-lei'.
"A partir dele fui buscando, pesquisando, conhecendo... aí veio Camisa de Vênus, fui pesquisando também outras coisas de fora... Mas o que iniciou mesmo, o que me deu start foi Raul", conta Renato em conversa com o Portal A TARDE.
>>> Artistas do rock avaliam cenário soteropolitano em série do A TARDE
>>> "Gostaria de ver mais Rock no carnaval" afirma roqueiro baiano Jotapê
Entre idas e vindas, e após participar de algumas bandas na adolescência, ele aprendeu a tocar violão. Renato, inclusive, chegou a montar um grupo de forró, ponto de sua vida que marca o início da sua carreira como cantor. "Aí que comecei, gostei, comecei a estudar, fiz oficina de canto e aí fui me enveredando por essa área do canto".
Renato avalia que a Bahia é uma terra com espaço a vários ritmos, mas todos eles têm uma 'veia' do rock'n roll. "Antes da Bahia ser a terra do axé, já era a terra do rock. Então, tudo que a gente ouve hoje em dia aqui na Bahia tem uma veia rock'n roll. A Bahia tem essa pluralidade musical, mas tudo, se parar pra pensar, se juntar todos esses ritmos, todos eles se alimentaram dessa veia do rock'n roll".
Na ótica do cantor, até o axé se alimentou do rock. "Se a gente for parar para ouvir alguns discos antigos, Luiz Caldas é puro rock'n roll. Inclusive ele tem muitos discos de rock. Os músicos que acompanham ele ouvem rock. E ele é o pai do axé. A guitarra de Leo Santana hoje é puro rock'n roll".
O pós pandemia foi um marco no quesito adeptos ao ritmo. Em seus shows, Renato tem percebido que o rock voltou a virar tendência e passou a conquistar mais adeptos. "As pessoas estão meio que migrando de outros ritmos e estão consumindo rock. Os shows que a gente tem feito, tenho percebido que as têm ficado cheios, as pessoas estão comprando. Não só eu, como vários outros artistas de Salvador que estão fazendo rock estão percebendo isso".
Com essa veia pulsando rock, ele reuniu outros músicos e montou o projeto Renato Coelho Rock Club. Acompanhado de Cadinho Almeida no baixo, Cezar Araújo na bateria e Vitor Charotta, na guitarra, Renato transporta o público ao encontro de sucessos icônicos do rock nacional. Ele ressalta, no entanto, que não se trata de cover, mas sim, de tributo.
"Na primeira reunião eu disse: 'vamos fazer um tributo ao rock brasileiro, mas não quero fazer igual ao disco, quero fazer do nosso jeito. Então escutem as músicas, mas chegando no estúdio, vamos fazer do nosso jeito'. E é isso que a gente tem feito nos shows".
A agenda do grupo está quase fechada até o fim do ano. Ele avalia que esta adesão do público tem resultado em mais espaços sendo abertos. "A gente tem proporcionado entretenimento com músicas que já estão na cabeça das pessoas. Quem não conhece Cazuza, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii? As pessoas querem ouvir, se divertir, cantar junto".
Neste mês do rock, ele ressalta que a Bahia tem muito a comemorar, principalmente pelo ouro produzido na terra. Entre os citados, além do próprio Raul Seixas, Camisa de Vênus, Úteros em Fúria, Pitty, além dos mais atuais, como Maglore e Vivendo do Ócio.
"A Bahia é a terra do rock, então tem muita coisa boa que já aconteceu e muitos artistas muito bons que estão acontecendo. A nossa terra é de músicos extremamente competentes".
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes