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06/07/2023 às 14:22 - há XX semanas | Autor: Da Redação

DESPEDIDA

Zé Celso será velado no icônico Teatro Oficina, que ele fundou

Fãs e amigos seguem no local prestando homenagens

Ainda não se sabe sobre horários ou se o velório será ainda nesta quinta
Ainda não se sabe sobre horários ou se o velório será ainda nesta quinta -

O dramaturgo Zé Celso será velado no Teatro Oficina, um dos maiores equipamentos culturais do país, que foi fundado por ele. O ator morreu nesta quinta-feira, 6, vítima de um incêndio no apartamento em que morava na capital paulista.

Ainda não se sabe sobre horários ou se o velório será ainda nesta quinta. Desde o anúncio da morte, fãs e amigos estão no teatro, localizado no Bixiga, centro de São Paulo, prestando homenagens.

Nascido em 1937, na cidade de Araraquara, São Paulo, Zé Celso é considerado um dos principais dramaturgos do país. Ele foi o fundador do Oficina, um dos maiores e mais conhecidos grupos teatrais no país.

Criada em 1958, ao lado de Amir Haddad, Renato Borghi, Etty Fraser, Fauzi Arap e Ronaldo Daniel, a companhia com sede na capital paulista ficou marcada pelo uso de uma linguagem teatral definida pelo próprio Zé Celso como "pulsão dionisíaca". Entre os anos 1960 e 1970, a trupe começou a incomodar o governo pelas montagens que traziam grande interação com o público e quebravam tabus, ao ironizar normas sociais.

Em 1974, ele foi censurado e preso pela ditadura militar, indo, em seguida, para Portugal, onde dirigiu um documentário sobre a Revolução dos Cravos e a independência de Moçambique. Quatro anos depois, o dramaturgo voltou para o Brasil e se dedicou ao Oficina.

Zé Celso chegou até a cursar Direito, mas foi a Arte quem lhe conquistou. Ele é tido como um verdadeiro mestre por artistas diversos, entre eles, Reynaldo Gianecchini, Julia Lemmertz e Alanis Guillen.

No ano passado, ele dirigiu a peça "Fausto na travessia brasileira", uma releitura da obra do dramaturgo britânico Christopher Marlowe. Um dos seus últimos trabalhos foi o livro "A origem da tragicomédiaorgya no corpo da música: di-ti-sambo", que vinha escrevendo em parceria com Beto Eiras.

José Celso estava casado há um mês com Marcelo Drummond.

Afeto na Bahia

Zé Celso guardava diversas relações de afeto com a Bahia. O ator baiano Ricardo Bitencourt morava no apartamento do dramaturgo e estava com ele no momento do incêndio. A parceria dos dois começou nos palcos: Ricardo atuou por mais de uma década no Teatro Oficina sob a direção de Zé Celso Martinez.

Ricardo foi um dos integrantes do cultuado grupo teatral baiano Los Catedrásticos, fundado em 1989, na Faculdade de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A companhia surgiu com o intuito de ser um anti-besteirol à época em que o axé music ganhava força na Bahia.

Zé também era um grande amigo e admirador do baiano João Gilberto, um dos ícones da bossa nova. Em entrevista à Revista Continente, ele disse que amava o juazeirense e destacou a importância de suas performances ao trazer a corporalidade para a criação artística.

“O canto de João Gilberto, vindo do corpo, das cordas vocais, do coração e do sexo, é uma presença visível. A voz dele é um corpo que ele deixou gravado. Ele era uma figura maravilhosa que construiu um outro dele”, destacou.

Tragédias recorrentes

No entanto, o incêndio que matou Zé Celso não foi o primeiro que o atingiu durante a sua trajetória. Em 31 de maio de 1966, o Teatro Oficina pegou fogo, após um curto-circuito no teto.

Na época estava em cartaz o espetáculo "A criação do mundo segundo Ary Toledo", de Augusto Boal. Cerca de 80 artistas se reuniram em frente ao teatro em ruínas na manhã do dia 1º de junho, e decidiram que seriam realizados dois espetáculos com a finalidade de angariar fundos para a reconstrução do prédio: um musical, sob orientação de Ary Toledo, e um humorístico, dirigido por Jô Soares.

Dois anos depois, os teatros que apresentavam "Roda Viva", peça de Chico Buarque dirigida por Celso, acabaram retaliados, devido ao caráter questionador da obra, que irritava o regime militar e seus apoiadores. No Teatro Princesa Isabel, no Rio de Janeiro, conservadores agrediram parte do elenco e destruíram o cenário. Já no Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, a sala Galpão foi invadida pelo Comando de Caça aos Comunistas (CCC), que também depredaram o local, agrediram os artistas e danificaram equipamentos. O elenco foi agredido ainda em Porto Alegre, antes da exibição, no hotel onde estava hospedado.

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