NOVO CAPÍTULO
De volta a Salvador, Samuel Rosa explica rompimento com colegas do Skank
Após a despedida da banda, Samuel retorna para se apresentar na Concha Acústica
Por Flávia Barreto
O cantor e compositor Samuel Rosa começou um novo capítulo em sua carreira. Responsável por sucessos como ‘Vou Deixar’ e ‘Saideira’, o artista lançou ‘Rosa’, seu primeiro trabalho em carreira solo. Embora tenha sido associado ao pop-rock devido à sonoridade do Skank, um dos principais grupos nacionais de rock do qual fez parte, ele tem afirmado que o novo álbum é algo essencialmente brasileiro.
Após a despedida da banda Skank em Salvador, no período da pandemia, Samuel retorna à cidade para se apresentar na Concha Acústica, no dia 28 de setembro, com uma nova turnê.
Em entrevista ao Isso é Bahia, daA Tarde FM, nesta sexta-feira, 26, Samuel falou sobre como foi tomar a decisão de seguir uma carreira solo e revelou quais foram os maiores desafios e benefícios dessa transição.
“Eu entendi que o Skank, ao completar três décadas, encerrava ali um ciclo com tempo suficiente. Acho que foram mais de quinze álbuns lançados, com uma história inteira contada, com início, meio e fim. Eu já tinha mais tempo [na banda]. [...] Tem sido uma experiência muito legal. Estou com uma banda incrível. Sempre dei muita sorte de encontrar parceiros e músicos incríveis para tocar, tanto na banda anterior quanto nessa nova, que tem metais também e uma pegada bem vibrante, como é a minha característica no palco”, explicou.
Eu diria que tenho tido alguns lampejos de frescor como novato, quase um iniciante, eu diria. Por outro lado, tenho a experiência do ‘namoro novo’, que é uma novidade, tudo legal.
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De acordo com o cantor, o Skank já era uma banda muito multifacetada. Ele também comentou sobre estar explorando estilos musicais que não eram tão presentes em seus trabalhos anteriores com a banda e explicou o processo criativo que motivou essa diversidade de ritmos.
“O Skank experimentou inúmeras vertentes dentro das suas possibilidades. Flertamos com o reggae, fizemos canções variadas, e tivemos músicas conhecidas pelo público que não têm um grau de parentesco muito explícito. Isso se deve muito ao som híbrido que a banda produziu, e eu acho que trago isso comigo”, pontuou o compositor.
Ele seguiu: “Individualmente, também tenho minha versatilidade e queria dar voz a ela, explorando mais essa versatilidade. Nunca me filiei a um único segmento musical, e o Skank também não se filiou. Pode ser considerado pop-rock, mas, em alguns momentos, há o flerte com a MPB, com o reggae, enfim, com a música brasileira em sua diversidade de ritmos. Eu procurei trazer isso para o meu trabalho”.
Carreira
Após trinta anos de carreira, Samuel Rosa conquistou diversos fãs com seu trabalho enquanto fazia parte do Skank. O artista afirmou que não vê problema na preferência musical dos seus admiradores. Mesmo iniciando um novo trabalho, ele se sente preparado para acolher e escutar a vontade do seu público.
“Eu tenho dito que não estou correndo de mim mesmo. Eu não estou brigado, não cortei relações com as minhas composições. A maioria das composições do Skank foi eu quem escrevi, com alguns parceiros. Não me causa nenhum desconforto; pelo contrário, minha intenção é sempre defender essas músicas que fiz ao longo dos anos. Traçando paralelos com outros artistas que deixaram suas bandas, a maioria deles, em suas carreiras solo, em algum momento defende as músicas que fez dentro das bandas”, destacou.
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O artista disse ainda que gosta de sentir a plateia em seus shows: “Para mim, é reconfortante e é um fator de motivação quando vejo o público feliz, as pessoas que estão ali e querem cantar aquelas músicas que fizeram parte da vida delas. Não há intenção de abandonar. Eu falei que sairia do Skank, mas não falei que abandonaria.
‘Rosa’
O álbum ‘Rosa’ é uma referência a um disco descrito como mais orgânico e menos eletrônico. O compositor contou como essa abordagem mais analógica vem ganhando espaço na indústria musical e se seria uma resposta ao excesso de produção digital.
“Não foi intencional, mas que bom que eu possa ser um dos agentes, eu e tantos outros. Claro, eu não tenho ambição nem pretensão de dizer que sou o único, mas eu e muitos outros ainda militamos na seara da música feita de forma orgânica. O que quero dizer com isso é que o que fiz foi honrar a minha tradição. É o jeito que eu sei fazer música. Eu sei fazer música com lápis e papel e um violão ao lado”, disse.
Depois, vou para o estúdio e me junto à banda, e ali a gente vai ajustar e construir aquelas composições. Foi assim que fiz o disco 'Rosa'. Se algumas pessoas entendem que há um jeito melhor de fazer música, isso é com elas. Agora, que bom que existe essa alternativa e que eu seja uma alternativa, eu e tantos outros artistas.
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