CULTURA
Filme em homenagem a Dom Phillips e Bruno Pereira é exibido na UFBA
Emoção marcou o evento que lembrou o assassinato do indigenista e do jornalista na Amazônia
Por Da Redação
O filme Piripkura, exibido na Univesidade Federal da Bahia (Ufba) foi uma maneira encontrada para homenagear o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, assassinados no dia 5 de junho no Vale do Javari, na Amazônia. A atividade aconteceu no Auditório Raul Seixas, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA, em Salvador, nessa sexta-feira, 1º.
O longa é de Mariana Oliva, Bruno Jorge e Renata Terra, e foi uma homenagem realizada pela Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí) ,o Programa de Pesquisa sobre Povos Indigenas do Nordeste Brasileiro (PINEB), o Programa de Educação Tutorial (PET) Comunidades Indígenas, o Programa Multidisciplinar de Pós Graduação de Estudos Étnicos e Africanos- Pós Afro e o Programa de Pós Graduação em Antropologia-PPGA da Universidade Federal da Bahia - UFBA
“A Amazônia está em foco, mas o descaso do governo federal se estende a todos os povos indígenas no Brasil. Bruno e Dom foram assassinados porque estavam tentando preservar o território indígena da cobiça dos não-índios”, denunciou Maria Rosário de Carvalho, professora do Departamento de Antropologia da UFBA e sócia fundadora da Anaí.
Os debatedores do evento, Felipe Tuxá, primeiro professor indígena da UFBA, e Rafael Xukuru-Kariri, doutorando em Ciências Políticas, também deixaram claro que o assassinato de Bruno e Dom só reforça a importância da população cobrar uma investigação rigorosa sobre o genocídio indígena no país como um todo.
O procurador da República Ramiro Rockenbach, do Ministério Público Federal, em uma fala emocionada, relembrou sua vivência no Mato Grosso do Sul, “de onde saí por não suportar testemunhar o que faziam com os indígenas”. Ele, que coordena o Ofício Estadual pela Preservação dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais, disse que a Nação deve um pedido de desculpas institucional aos povos indígenas e aos descendentes dos negros escravizados. “Precisamos agradecer por eles existirem, por resistirem, e por nos aceitarem como aliados”, enfatizou, colocando o MPF à disposição das entidades para lutar de forma conjunta.
O filme Piripkura narra a dedicação de um funcionário da Funai em busca de informações e da localização de dois sobreviventes da comunidade indígena, que viviam em isolamento voluntário no Mato Grosso, em uma espécie de fuga da perseguição provocada por madeireiros e grileiros da região.
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