PREMIAÇÃO
Fotógrafo baiano é premiado em concurso internacional da ONU
Único brasileiro selecionado, André Fernandes participou da cerimônia de premiação na última terça-feira, 26
Por Redação
O fotógrafo baiano André Fernandes, responsável pelo ensaio ‘Orixás’, que destaca as divindades do Candomblé, foi premiado, na última terça-feira, 26, no Concurso Internacional de Arte para Artistas Minoritários, organizado pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). A cerimônia de premiação aconteceu no Centro de Artes da Escola Internacional de Genebra (Ecolint), Suíça.
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O concurso tem André como o único brasileiro premiado nesta edição. Na cerimônia, o artista recebeu o prêmio de menção honrosa, concedido por um painel de cinco juízes que destacaram a qualidade da obra e a relevância dos temas abordados para ampliar a conscientização e a compreensão dos direitos de minorias. Ao todo, oito artistas foram escolhidos em todo o mundo, atuantes de diversas áreas da arte.
André Fernandes reforçou a importância do evento e como a oportunidade tem sido enriquecedora. “Enquanto artista, essa é uma grande oportunidade de usar a arte para falar do Candomblé, para atingir mais pessoas e lançar luz sobre a beleza que é o Candomblé. É uma honra poder representar a Bahia e o Brasil em um espaço tão relevante para os Direitos Humanos, na capital humanitária do mundo. Então, dar visibilidade internacional para essas narrativas é uma forma de reverenciar as nossas memórias ancestrais”, comentou.
Além da cerimônia de premiação, o fotógrafo também vai participar de atividades correlatas até 1 de dezembro. Também está programado para acontecer uma exposição de arte para celebrar a sua trajetória artística, juntamente com outros artistas premiados. Além da mostra, também acontece o lançamento do catálogo da premiação e a organização de eventos e reuniões sobre arte, cultura e direitos humanos em nível internacional.
“Participar disso tudo é incrível. Imaginar que, durante sete dias, estarei participando de diversos eventos e reuniões sobre arte, cultura e direitos humanos em nível internacional; que vou conhecer pessoas com histórias tão potentes nessa jornada e ter a oportunidade de participar da 17ª sessão do Fórum das Nações Unidas para Minorias, no Palácio das Nações, é muito gratificante. Eu acredito que, na minha volta, terei um olhar ainda mais apurado sobre esses temas, e uma responsabilidade de passar isso adiante”, reforça Fernandes.
O projeto demorou mais de dois anos desde a concepção até a produção das fotos, em 2014, no Terreiro Ilê Axé Alaketu. ‘Orixás’ é um ensaio fotográfico que revela as divindades do Candomblé com todas as suas vestes, adornos e indumentárias usadas nas obrigações e festas cíclicas do terreiro. Revela também os elementos que conectam os homens com o espírito ancestral dos Orixás.
O fotógrafo ressalta que trabalhar temas relacionados à ancestralidade e memória afrodescendente é importante, principalmente no combate a estigmas. “Todas as pessoas têm o direito de manifestar a sua fé, conceito amplamente defendido pela ONU na iniciativa chamada ‘Fé por Direitos’, de 2017. Então, ‘Orixás’ aborda temas relacionados à memória, ancestralidade e identidade. Além de preservar a memória afrodescendente, as fotografias possibilitam acender o debate e a reflexão sobre o Candomblé, tendo em vista que quanto mais gente estiver falando e desmistificando o tema, menos o preconceito existirá sobre a cultura e suas peculiaridades”, concluiu.
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