ENCONTRO MUSICAL
Parceria entre Rosa Passos e Lula Galvão é celebrada em álbum inédito
Cantora baiana e violinista brasiliense celebram 38 anos de 'sintonia musical'
Por Morena Melo
Um encontro musical de 38 anos é celebrado com o álbum inédito de voz e violão da baiana Rosa Passos com o violonista brasiliense Lula Galvão. O disco, que tem o nome dos artistas, foi lançado neste mês pela Biscoito Fino – já disponível nas melhores plataformas virtuais de música - e faz um passeio pelo cancioneiro popular brasileiro, com clássicos como Conversa de Botequim, de Noel e Vadico; Ilusão à Toa, de Johnny Alf; Cansei de Ilusões, de Tito Madi, e Folhas Secas, de Nelson Cavaquinho e Guilherme Brito.
Como quem conta uma história antiga, repleta de improvisações e encontros, Rosa Passos e Lula Galvão celebram a parceria da maneira como mais gostam, fazendo música. Ela, cantora, compositora e violonista; ele, violonista e guitarrista, ambos apaixonados por bossa nova e pelas possibilidades de improvisação que o gênero permite.
Quando subiram ao palco pela primeira vez, em 1984, em uma casa de shows em Brasília, os dois mal se conheciam. Mas a sintonia logo apareceu e foi lapidada ao longo das últimas décadas.
"Logo no começo, a gente teve uma empatia musical muito grande, eu tinha 22 anos quando comecei a tocar com Rosa. A partir daí, ela começou a me chamar pra várias coisas. Primeiro, fiz um projeto Pixinguinha com ela e depois ela começou a me confiar os arranjos dos seus discos. Ou seja, Rosa faz parte da minha formação musical", explica Lula, que além dos discos com Rosa, já trabalhou com artistas como Caetano Veloso, Ivan Lins e Leila Pinheiro.
Embora seja um álbum de voz e violão, ele passa longe de ser apenas mais um disco no formato clássico que se popularizou no Brasil, como explica o produtor musical e compositor carioca Hermínio Bello de Carvalho.
"Este não é mais um disco de voz e violão - mas sim um trabalho artesanal onde Lula Galvão se assemelha a um jardineiro-escultor, tecendo tramas belíssimas em seu instrumento para que Rosa Passos possa atravessar, com tranquilidade, esse vasto jardim encharcado de beleza. Tudo sob o olhar atento de Rafael Paulista, produtor desta obra-prima", descreve Hermínio.
Além dos clássicos escolhidos, o repertório traz ainda duas canções de autoria de Rosa Passos em parceria com Fernando de Oliveira (Outono e Verão), além de um tema de Lula Galvão (Piatã).
Trajetória
Na discografia de Rosa, este álbum é o vigésimo segundo lançado. A artista baiana, radicada em Brasília, começou a tocar piano aos 13 anos. Depois de ouvir Dorival Caymmi e João Gilberto, decidiu se tornar cantora.
A intérprete coleciona acontecimentos importantes em sua história, aclamada de Tóquio a Nova York. Em 2004, ficou na sétima posição na parada de álbuns da Billboard World Music com o disco Amorosa. Em 2008, Passos recebeu o título de doutora honorária em música pela Escola de Música da Universidade de Berklee, nos Estados Unidos.
Em cinco décadas de carreira, a artista afirma se sentir tranquila quando o assunto é lançamento de disco. Maturidade e experiência que podem ser reconhecidas no resultado das gravações.
"Não tenho friozinho na barriga não. Tenho muito orgulho da minha discografia. Todas as vezes que vou fazer um disco novo, procuro caprichar de todas as formas. Sempre com os músicos que estão comigo há muitos anos. Por isso, fico muito tranquila. Tenho certeza que sempre vai sair o melhor possível", conta.
Amizade inusitada
Em entrevista concedida em abril deste ano ao jornalista mineiro Guilherme Pimentel, o fundador, compositor e baixista da banda de rock Stone Temple Pilots, Robert DeLeo falou sobre a obra de Rosa Passos. O roqueiro disse acompanhar a artista e falou que gostaria de conhecê-la.
A informação chegou até Rosa que ficou surpresa com…
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