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ENTREVISTA

Sara Prado: “Estamos entrando em uma nova quadra de pensar as políticas culturais da Bahia"

Nova diretora da Funceb fez projeção da gestão e falou sobre o andamento da obra do Teatro Castro Alves (TCA)

Por Bianca Carneiro

20/05/2024 - 6:00 h
Sara Prado tem 31 anos e é natural de Feira de Santana
Sara Prado tem 31 anos e é natural de Feira de Santana -

Aos 31 anos, Sara Prado já deixou vários legados. Natural de Feira de Santana, a produtora cultural é mãe solo, como fez questão destacar, mas também vem uma das faces mais presentes do ativismo sociocultural na Bahia. A trajetória política começou cedo: ainda estudante da Universidade Federal da Bahia (UFBA) integrou movimentos acadêmicos em busca de ações que garantissem melhorias aos estudantes.

Mas é mesmo na cultura que ela se diz forjada profissionalmente. Entre 2015 e 2019, Sara foi gestora de Políticas para Juventude do Governo Estadual da Bahia. Em 2020, assumiu a coordenação de Gestão dos Largos do Pelourinho, espaços de evento sob responsabilidade da Secretaria de Cultura (SecultBA), onde, no ano passado tornou-se Superintendente de Promoção Cultural, designada a coordenar o Sistema Estadual de Fomento e Financiamento da Cultura, em especial o Programa de Incentivo ao Patrocínio Cultural (Fazcultura) e o Fundo de Cultura da Bahia (FCBA).

Agora, a recém-nomeada diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) quer levantar em sua gestão uma outra bandeira importante, a que promete ser o seu legado no órgão: a juventude. Mas isso, segundo ela, ao lado dos editais de fomento. “As políticas públicas são alicerces. Elas são a grande vacina contra o desmonte do campo cultural”, afirma ela, que também falou ao Portal A TARDE sobre o andamento da obra do Teatro Castro Alves (TCA) e a aplicação da Lei Paulo Gustavo. Confira a entrevista completa de Sara Prado:

Sara, recentemente, você falou sobre como foi receber a missão de assumir a Funceb, destacou o fato de ele ter sido o primeiro órgão de gestão pública em cultura do estado, e por onde passaram professores e referências na sua trajetória, como Ordep Serra, Capinam, Gica (Gisele Nussbaumer), que foi sua professora, e Renata Dias, sua amiga. Qual o sentimento em fazer parte dessa história?

Eu sou formada em produção cultural pela UFBA e uma das primeiras coisas que nós aprendemos é sobre políticas culturais. Quando a gente fala de políticas culturais da Bahia, a gente começa pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, então, depois de passar por todo o processo de formação, seja do ponto de vista acadêmico, seja do ponto de vista de gestão, ou como produtora cultural, vir para a Funceb toca em um lugar de fato, diferente, de expectativa, de reconhecimento, de legados, porque foram tantas referências que passaram por aqui. Estar nesse espaço depois de ter conhecido e aprendido com tantas trajetórias que me antecederam, isso me fortalece mais, saber que eu aprendi com essas pessoas, cria expectativas. Mas também, nesse ponto das políticas culturais, a gente busca evolução a partir de retomada, então, a gente não tem como falar de de avanços sem entender que vamos precisar retomar várias coisas e coisas que essas pessoas, por exemplo, já falavam lá atrás, mas não conseguiam por diversos motivos, sobretudo, políticos, colocar em prática.

Você passou por diversas instâncias culturais do Estado, como Secult, Fazcultura e Fundo de Cultura. De que forma elas te ajudam nesta chegada a Funceb?

Eu entrei na gestão pública ainda muito nova e na coordenação de políticas para a juventude, minhas principais ações eram ações de cultura. Então, essa experiência de fazer políticas para a juventude vinculadas às artes, de alguma forma, me posicionou também como uma profissional forjada, sobretudo, nas políticas identitárias, periféricas e populares de cultura. Muitas pessoas passam pelas cadeiras de gestores públicos e os sonhos e expectativas são muitos, e a gestão pública ensina pra gente que existem processos, mecanismos e legislações que precisam ser respeitadas para poder garantir inclusive transparência, democratização e isonomia para que não se torne “política de balcão". Como combater a política de balcão? Respeitando esses processos de gestão. Eles são importantes, e eu trago isso desde essa passagem pela coordenação de juventude, e ter engajado na política de cultura a partir do centro de culturas populares identitárias como gestora dos espaços culturais do Pelourinho. Isso fez com que eu tivesse uma compreensão em torno da cadeia de gestão da cultura. Na coordenação de juventude, a gente trabalhou muito com a formação, com a difusão e com o fomento de determinadas políticas dentro do CCPI [Centro de Cultura Populares e Identitárias], eu trabalho com aquela questão da gestão dos espaços culturais e da compreensão de como se gere espaços culturais, e da própria compreensão do que é um espaço cultural. Logo depois, como superintendente de promoção cultural, que foi o espaço onde eu estava ocupando antes, a gente lida com o fundo de cultura: fomento, recurso, a ordenação de despesa, então, já é um outro lugar de compreensão da parte, talvez, mais burocrática da gestão, que é lidar diretamente com o orçamento. Então, eu já trago para a Funceb essa fórmula de uma trajetória que se iniciou em 2015 dentro da gestão pública.

Nossas prioridades aqui são a construção desse desenho da política de formação para as artes, porque é a demanda que foi apresentada pela sociedade

Sara Prado - diretora da Funceb

Entre 2015 e 2019, você foi gestora de Políticas para Juventude do Estado. Sua gestão na Funceb vai ter um olhar mais apurado para essa parcela da sociedade?

Com certeza. Quando a gente fala de formação de futuro em artes, não tem como não falar de juventude, sem pensar que o público majoritário desse processo é o público jovem, seja enquanto o público que vai estar se formando imediatamente, seja como público que vai estar usufruindo dessa formação. Porque, mesmo quando a gente fala em qualificar profissionais, em geral, esses profissionais de arte vão ser multiplicadores nos lugares em que estão. E uma das dimensões da cultura também é econômica, de falar: “isso não é só diversão, isso não é só terapia, isso não é só uma forma de se expressar, isso não é só uma forma de você prestar serviço à comunidade, porque quando você faz cultura, você também educa, você também presta serviço, mas também pode ser uma forma de geração de renda, pode ser uma forma de sobrevivência e o estado está aqui para poder te mostrar os caminhos para isso acontecer. Então, quando eu falo de juventude, eu penso isso, não fujo desse lugar na minha cabeça. É o público majoritário de nossas ações, seja direto ou indireto.

Sara, há uma grande expectativa, tanto do público, quanto dos agentes culturais, em torno da nova sala do TCA. Como está o andamento das obras?

Eu também estou com muitas expectativas. As obras estão previstas para entrega no primeiro semestre de 2026, e o calendário está dentro do prazo. É uma obra dividida em duas etapas: a primeira etapa é obra civil, que é tudo que tem a ver com o concreto, com parede, e a segunda etapa é a adequação cênica, a parte de equipamento dentro deste complexo da sala principal. Nós vamos entregar a sala de teatro mais moderna da América Latina, mas nós vamos renovar também o prédio, naquela parte mais vinculada à engenharia do espetáculo.

E como será essa renovação do setor técnico?

Eu e o secretário Bruno Monteiro estivemos discutindo um pouco sobre esse processo da obra, pensando alternativas de como primeiro, durante a obra, a gente não pára o centro técnico do TCA, porque ele presta serviço para toda a cadeia produtiva do estado. Ele segue e seguirá funcionando durante a obra, mas a gente vai ter que fazer uma desocupação de onde ele está hoje e uma transferência de lugar, porque se não, não tem como reformar, então, a gente estava montando estratégias de como nós íamos fazer os deslocamentos internos para garantir que não tenha muito impacto. E aí, a gente vai tendo ideias: por exemplo, o diretor do teatro, Moacyr Gramacho, apresentou um espaço que a gente está pensando em transformar posteriormente em um espaço de laboratório cênico, onde as pessoas que vão fazer suas composições podem testar antes de levar diretamente para o palco, elas vão poder ter um espaço de testar as suas composições para ver se aquela alegoria, cenário ou instalação que ele construiu vai funcionar como está, pensando se vai servir ao seu espetáculo ou não. Então, o nosso equipamento cultural mais querido, além de ser completamente reformado, também vai vir com uma série de novidades, que a gente está animado. Ainda dentro do complexo especial, o edital de convocatória para ocupação da sala do coro, estamos em finalização para fazer essa divulgação. O edital teve muitas inscrições, e dá uma dor no coração porque tem vários projetos que chocam as datas, bastante demanda para a sala do coro.

Sara Prado: "Eu não tenho dúvida que eu vou deixar o meu legado na Funceb"
Sara Prado: "Eu não tenho dúvida que eu vou deixar o meu legado na Funceb" | Foto: Denisse Salazar | Ag. A TARDE

Você citou um ponto central da Funceb, que são os editais e recursos para os agentes da cultura. Como especialista em Políticas Públicas pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (FLACSO), qual a sua avaliação da aplicação dos editais e políticas públicas pelo Estado, especialmente, a Lei Paulo Gustavo, que tem se destacado na Bahia de forma especial? Quais os desafios de aplicar uma lei com esta?

O prazo para poder fazer toda a execução da Paulo Gustavo foi estendido até dezembro de 2024, mas eu te confesso que a chamada de suplentes já está sendo discutida dentro da Secretaria de Cultura e pensada para poder ser feita o mais rápido possível neste ano, na expectativa de, no mais tardar, até o mês de junho. Foi uma das coisas que disseram que a gente não ia conseguir fazer, que era o garantir o cronograma de pagamento da Paulo Gustavo, porque foi isso que você falou, um desafio, de várias maneiras. O Fundo de Cultura era 15 milhões, só a Paulo Gustavo foram 150 milhões. A gente está falando de 10 vezes mais do que o recurso que a Secretaria está acostumada ordinariamente a poder executar. A Paulo Gustavo era um recurso emergencial, que era para ter sido executado no período emergencial da pandemia, mas que a gente tinha um governo federal tão incompreensível, tão criminalizador do campo cultural, que não aconteceu naquele período, só veio já no governo Lula, rodeado de expectativa. A gente continua com o mesmo tamanho de equipe que a gente executava 15 milhões para executar 150 milhões, e temos uma legislação, que por ser nova, não tínhamos propriedade suficiente para executar de olhos fechados. Então, era uma legislação nova que a gente tinha que se debruçar, e no montante que nunca aconteceu no fomento à cultura. Foi um processo de aprendizado, mas hoje tenho muita segurança para falar de Paulo Gustavo, porque eu tenho segurança do processo que nós fizemos.

E como essa experiência com a Lei Paulo Gustavo ajudou a desenvolver os próximos editais?

Eu acho que a primeira coisa que nós nos demos conta é de que precisávamos de uma equipe para poder nos ajudar no processo de seleção. Existem também algumas fragilidades que eu acho que tem que ser encaradas pelo Estado como tarefa. Nós tínhamos 10% de vagas de cotas destinadas para pessoas indígenas, mas só tivemos 6% de propostas de pessoas indígenas inscritas, porque algumas sequer cumpriam os critérios e foram desclassificadas. Hoje, na política nacional da Aldir Blanc, já existe uma ação centrada na formação e produção de projetos para comunidades indígenas porque o diagnóstico da Paulo Gustavo mostrou essa necessidade. Além disso, a Paulo Gustavo traz positivamente a experiência da territorialização, porque nós não deixamos de atender Salvador, mas 70% dos recursos foram destinados para o interior do estado, que esse é o objetivo. A Paulo Gustavo nos permite identificar quais são os territórios onde nós temos a maior fragilidade de articulação, onde nós temos que intensificar nossas ações. Então, acho que foi um aprendizado do ponto de vista de diagnóstico para a construção dessas políticas públicas. É um pouco do exercício de gestão.

Isso entra também no que você falou sobre construir políticas culturais fortes.

Sim. As pessoas falam muito da simplificação dos editais. É uma demanda real simplificar o texto dos editais, a forma de inscrição, de prestação de contas. Isso o decreto de fomento já nos possibilita. E iremos fazer com a Paulo Gustavo, com a política nacional de bloqueio, mas também pensar novos formatos. Tem um formato no decreto de fomento que não fizemos na Paulo Gustavo, que é o de bolsa, ele combina muito com essa demanda de formação, de qualificação, então, nós iremos explorar esse formato de bolsas culturais para a garantia de formação, qualificação e pesquisa. E outro formato que eu gostei muito foi no fundo de cultura quando nós tivemos a decisão de modificar o edital de mobilidade cultural para que ele ficasse aberto o ano inteiro. Tivemos a decisão ousada de abrir o edital e fazer uma chamada só. Ele só vai se encerrar em agosto deste ano para atender até novembro, sob demanda. O projeto chega, passa por um tempo de avaliação, mas é um tempo mais curto do que é o que se trabalhava antes e atende mais propostas. Um edital que está aberto o ano todo não gera concorrência. Foi um formato de instrumento que eu gostei e que defendo que a gente trabalhe mais com isso.

E por falar em políticas culturais, recentemente, a Funceb anunciou um investimento de R$ 1 milhão para o fortalecimento da cultura Hip-Hop pelos próximos cinco anos na Bahia. Por que a escolha desse movimento cultural específico e como esse montante será aplicado?

Não foi um projeto de destinação, e sim, um diálogo de comprometimento. O Hip-Hop já tem uma demanda, que é antiga, apresentada há muito tempo para a Secretaria de Cultura. Alguns grupos, socialmente vulnerabilizados, estão mais afastados desse acesso ao recurso público, e isso é fruto não apenas de falta de política pública, mas também de falta de assessoramento sobre quais caminhos seguir. E aí, alguns desses setores, que historicamente tiveram dificuldade, vêm se organizando para pautar o poder público, entre eles, o Hip-Hop. A construção com o pessoal do Hip-Hop veio desde o ano passado, enquanto eu era superintendente de Promoção Cultural, quando desenvolvemos um ciclo de formação para a produção de projetos. Ano passado, o Hip-Hop completou 40 anos aqui no Brasil e esse esse mesmo setor pautou o Ministério da Cultura em relação ao instrumento específico para eles. Então, esse valor de R$ 1 milhão é um comprometimento de que o fomento para o Hip-Hop será dentro dessa cifra, a partir dos critérios de organização, reconhecimento e diagnóstico dos editais.

Nesse ponto das políticas culturais, a gente busca evolução a partir de retomada

Sara Prado - diretora da Funceb

Você acabou de completar um mês à frente da Funceb. Começamos falando de legado, como enxerga o seu daqui a um ano? O que você espera já ter feito na cadeira da direção do órgão até lá?

Eu espero ter iniciado a reconstrução da política de formação e artes e a retomada dos editais setoriais das artes. Isso com muita nitidez na mente. As nossas prioridades aqui são a construção desse desenho da política de formação para as artes, porque é a demanda que foi apresentada pela sociedade, é o que aparece de urgente: a estruturação desses espaços de diálogo, de participação, que são os colegiados setoriais, que também é uma demanda represada, antiga, mas que o campo compreende que a responsabilidade foi justamente desse desmanche que aconteceu no âmbito federal do passado. Mas hoje, com a remontagem disso, nós não podemos nos eximir das nossas tarefas e isso tem que ser uma prioridade nossa. E como entusiasta da política de participação em comunicação, instituída pelo governo Lula, é um papel que eu pretendo assumir. Essa consolidação da retomada do fomento estruturante para as linguagens artísticas passa por a gente ter editais setoriais das artes e pensar quais são os elos da cadeia produtiva que nós vamos, a partir de 2025, intensificar para poder garantir que cada linguagem tenha as suas estruturas consolidadas. Esses são, sem dúvida, as coisas no curto prazo para o longo prazo, pretendo que tenhamos isso garantido.

Que mensagem você deixa para os agentes culturais da Bahia que ficaram receosos com a troca de comandos recentes na área da cultura no Estado?

Olha, a eleição do governador Jerônimo foi uma manifestação de confiança do povo baiano no projeto político que vinha sendo construído no estado da Bahia e a confiança de que essa pessoa, esse projeto, poderia garantir ainda mais crescimento. E o diálogo com o governo federal tem correspondido para o campo cultural, em todas as expectativas esperadas. O que eu posso dizer é que eu confio muito nesse projeto que foi escolhido pelo povo. Nós, até o momento, cumprimos com tudo o que nos comprometemos a fazer, enquanto gestão. Então, um recado que eu posso deixar é o recado de que a nossa própria prática é a comprovação de que a gente ainda está fazendo história. Estamos entrando agora numa nova quadra de pensar as políticas culturais a partir dessa reestruturação da regulamentação do sistema de cultura, e vamos encarar isso com todas as forças, com quadros técnicos e todas as secretarias tem para poder garantir segurança para o campo cultural. Então, esse processo de mudança faz parte do jogo. Eu acho que cada pessoa que passa por essas cadeiras deixa seus legados e eles permanecem. E nós estamos agora em uma nova tarefa de construção de legado na Funceb, e eu não tenho dúvida que eu vou deixar o meu.

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Tags:

Bahia Cultura gestão cultural políticas públicas

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