LIBERATUM
Seu Jorge exalta Bahia e pede menos violência contra corpos negros
Papo com Rossy de Palma e Hiran teve ainda recitação de poema em português e novidades na música
Por Franciano Gomes*
O Festival Liberatum trouxe, em seu segundo dia, o ator, cantor e compositor Seu Jorge, a atriz e modelo espanhola Rossy de Palma e o artista musical baiano Hiran. O trio foi convidado para participar da mesa com o tema "De Quem é o Papel de Promover a Diversidade".
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Nascido no Rio de Janeiro e se identificando como um africano no Brasil, Seu Jorge exaltou a Bahia, dizendo que é aqui, onde ele se sente um”completo brasileiro”. “A Bahia é a terra primeira, como dizia João Gilberto, e ele sempre entendia a Bahia como um exemplo. Eu nasci no Rio de Janeiro, me identifico como um africano nascido em terras brasileiras, mas na Bahia eu me sinto um completo brasileiro”, declarou-se.
No entanto, o cantor, que destacou também a importância do respeito às diferenças e o aprendizado trazido pela diversidade cultural, expressou ainda a preocupação com a violência contra o corpos negros no estado.
"Amamos a Bahia, mas também entendemos que a Bahia tem problemas muito graves, no sentido de violência contra o corpo negro. As políticas de repressão e combate, muitas vezes, vitimam gente inocente, gente talentosa".
E ainda falando sobre o estado, o cantor aproveitou a mesa para anunciar o lançamento do seu mais novo trabalho, o disco “Baile à la Baiana”, com a participação dos artistas baianos Pierre Onassis, Peu Meurray e Magary Lord.
Participou da mesa também a artista espanhola Rossy de Palma, que falou sobre a importância de se respeitar as diferenças e valorizar a individualidade, e do papel da arte para lidar com qualquer forma de preconceito.
“No mundo do artista, no universo da arte, nós não temos gênero, não temos idade, nós não temos nem fronteiras", afirmou ela, que recitou um poema em português e arrancou muitos aplausos do público.
Já o artista musical baiano Hiran falou como o fato de ser homossexual afetou o seu sonho de viver do Hip Hop. Para ele, desde as batalhas do gênero musical, até os diálogos com as pessoas do meio, eram discriminatórios. O artista precisou, então, buscar outros meios não convencionais de outros estilos de música, até ser aceito.
"Eu espero que tudo que eu passei, tudo que eu cantei, tudo que tenho cantado em minha música, sirva pra melhorar isso, esse tipo de conversa da cultura Hip Hop e que incentive as pessoas a incluir e tomar iniciativa, para quebrar esse preconceito maluco".
Além da mesa com Seu Jorge e Rossy de Palma, a programação de sábado inclui debates com Karol Conka, Bruno Rocha (o Hugo Gloss), Alan Soares, Monique Evelle, Maurício Mota, Nina Silva, Kehinde Wiley, Bernardo Conceição, Marcelo Zig e Kito Gois. O Festival Liberatum termina na segunda-feira, 6.
*Sob supervisão de Bianca Carneiro
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