PROJETOS FUTUROS
Viola Davis quer filme sobre o Brasil, revela presidente da Palmares
Estrela norte-americana estaria interessada em fazer um filme sobre o Quilombo dos Palmares
Por Lula Bonfim
A atriz norte-americana Viola Davis está encantada pelo Brasil. Segundo o presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, a estrela internacional está pensando em fazer um filme sobre o país, que deve abordar o histórico Quilombo dos Palmares, no interior do que hoje é o estado de Alagoas.
“Viola Davis é uma grande artista americana e está pensando em fazer um filme sobre o Brasil. Provavelmente, sobre Zumbi, sobre Palmares”, revelou João Jorge, em entrevista exclusiva ao portal A TARDE.
Em Salvador desde a última terça-feira, 31, Viola Davis participa nesta sexta, 3, do Liberatum, festival internacional que tem debatido na capital baiana a cultura de origem africana no mundo. De acordo com João Jorge, ela também estaria adorando sua estadia na Bahia.
“Ela está encantada por Salvador. Já estava encantada antes. Mas ela está adorando. E, provavelmente, veremos nascer parcerias como a de Spike Lee, a de Paul Simon”, disse o presidente da Palmares, em referência a outros artistas internacionais que acabaram fazendo trabalhos relacionados ao Brasil.
João Jorge Rodrigues e Viola Davis se encontraram na quarta-feira, 1º, em um momento registrado nas redes sociais pelo presidente da Palmares. Segundo ele, foi neste encontro que a atriz revelou sua intenção de construir uma ficção que abordasse o Brasil.
LIBERATUM
Na avaliação de João Jorge, a vinda do Liberatum para Salvador é uma oportunidade para que a cidade volte a ter um caráter cosmopolita, interagindo com outros grandes centros do mundo.
“A importância é acelerar a forma de Salvador ser cosmopolita. Salvador tem que se ligar com a África, o Caribe, com os Estados Unidos e com a Europa, como já foi no passado. Salvador já foi uma cidade cosmopolita, já foi ligada à Índia — a palavra ‘pagode’ veio da Índia. Já tivemos conexão com a Europa e com a Ásia. E agora, com esse evento, temos a possibilidade de discutir desigualdade, políticas públicas de igualdade, violência, entre outras coisas”, avaliou João Jorge.
O presidente da Fundação Palmares não deixou, porém, de ser crítico de Salvador, que, para ele, tem sido uma cidade voltada para o passado, que reproduz racismo contra a sua população majoritariamente negra.
“Salvador tem que está incluída e este evento inclui Salvador. Inclui positivamente. Abre um portal para o futuro. Salvador não pode mais ser a cidade do passado. Tem maioria negra, mas ao mesmo tempo é uma cidade perversamente racista”, concluiu João Jorge.
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