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DE VOLTA AOS PALCOS

Wagner Moura descreve como é voltar ao teatro: "Fico mais inteligente"

Ator vai retornar aos palcos de teatro na Bahia com o espetáculo 'UM JULGAMENTO - depois do Inimigo do Povo'

Edvaldo Sales e Bianca Carneiro

Por Edvaldo Sales e Bianca Carneiro

23/09/2025 - 8:13 h | Atualizada em 23/09/2025 - 9:19
Wagner Moura
Wagner Moura -

Ele é o homem do momento. Nome requisitado em Hollywood, primeiro brasileiro a ganhar o prêmio de Melhor Ator no prestigiado Festival de Cannes, na França, e cotado por veículos internacionais para repetir o feito no Oscar 2026, Wagner Moura tem tudo para viver um futuro histórico. Mas em meio ao ápice da carreira internacional, ele escolheu voltar ao passado, onde tudo começou: um palco de teatro na Bahia. O artista se apresenta de 3 a 12 de outubro em Salvador, a sua terra natal, com o espetáculo 'UM JULGAMENTO - depois do Inimigo do Povo'.

Durante dois anos, o ator e a diretora Christiane Jatahy pesquisaram textos em busca de um projeto conjunto e escolheram revisitar o clássico do norueguês Henrik Ibsen (1828–1906), um dos fundadores do teatro realista moderno. A peça original, escrita no século XIX, conta a história do médico Thomas Stockmann, que denuncia a contaminação das águas de uma estação balneária e acaba acusado de prejudicar a cidade. Jatahy propôs uma nova abordagem: imaginar o destino de Stockmann anos depois, sendo julgado nos dias atuais.

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Na adaptação, o protagonista, interpretado por Moura, busca reparação pública diante de um júri formado pelo público. A trama, agora ambientada no Brasil, transforma o julgamento em um confronto familiar, com o irmão e ex-prefeito Peter Stockmann (Danilo Grangheia) liderando a acusação. Julia Bernat interpreta Petra, filha do médico, e o espetáculo inclui participações audiovisuais de Marjorie Estiano, Jonas Bloch, Tatiana Henrique e dos filhos de Moura. O resultado de cada sessão varia, já que o público decide o veredito, criando um mapa das percepções sociais.

A performance marca o retorno de Wagner Moura aos palcos após 16 anos. Para o ator, voltar ao teatro é uma forma de reencontrar sua essência: "Eu me formei muito na minha vida, eu comecei a fazer teatro, eu sou um ator de teatro, eu aprendi as coisas do teatro. Sinto que quando eu volto para o teatro é sempre voltar para entender por que é que eu faço isso que eu faço. E sempre parece que eu fico mais inteligente quando eu faço teatro”, contou ele em um bate-papo sobre a obra.

O artista também descreveu a sensação de estar em Salvador como um retorno às suas raízes e destacou como a sua identidade baiana é fundamental para sua carreira internacional. "Quando eu faço alguma coisa fora do Brasil, se eu sou especial de alguma forma, é porque eu sou só daqui", afirmou. Ele reforçou que suas experiências em Salvador o tornam um artista único: “É porque ninguém que está lá viveu onde eu vivi aqui, tem as relações da cultura que eu tenho daqui. Isso é o que me faz interessante lá. Eu conto do trabalho e na vida do mundo a gente é o que a gente passou aqui. Então, eu quero aqui, eu quero aqui sempre”.

Wagner Moura
Wagner Moura | Foto: Olga Leira | Ag. A TARDE

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Clássico renovado

Com cenografia e luz de Thomas Walgrave, figurino de Marina Franco e vídeo de Julio Parente, o projeto amplia a pesquisa de Jatahy sobre as fronteiras entre teatro, cinema e realidade, reconhecida internacionalmente com o Leão de Ouro de Veneza. A dramaturgia conta ainda com a colaboração do roteirista Lucas Paraizo e participação de atores locais em cada cidade para conduzir o júri. A montagem levanta temas atuais como democracia, fake news, cancelamento e ética, renovando um clássico que permanece provocador e urgente.

Ao A TARDE, Christiane Jatahy detalhou o processo de criação. A diretora explicou que quis criar algo que fosse um "depois da peça", transportando as questões de Ibsen para o contexto atual, em um julgamento público do personagem principal. “Isso para mim era a grande questão deste trabalho: levar esse espetáculo, esse material... e devolver para que algumas pessoas do público, a cada dia, possam nos dizer se elas consideram que ele é ou não é realmente um inimigo do povo”.

Christiane Jatahy
Christiane Jatahy | Foto: Olga Leira | Ag. A TARDE

Sobre a escolha de Wagner Moura, Jatahy esclareceu que a parceria foi definida antes mesmo da peça. “Não foi sobre o papel, não foi uma escolha para ele fazer o papel. Foi uma escolha, primeiro, de nós dois nos encontrarmos. A escolha começa antes da peça”, afirmou.

A diretora, conhecida por misturar linguagens, explicou como o cinema e o teatro coexistem na sua montagem, e exemplificou a abordagem com a participação da atriz Marjorie Estiano, que interpreta a esposa do protagonista através de filmagens, uma personagem que, na adaptação, “faleceu em decorrência da violência do cancelamento que esse personagem sofreu”. “Eu me interesso muito na ideia das linhas de fronteira... não para determinar, não para criar separações, mas ao contrário, para borrar, para apagar, para pensar em zonas de criação em que está no entre”, disse.

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