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Twitter passa a proibir compartilhamento não autorizado de fotos e vídeos de pessoas

Publicado terça-feira, 30 de novembro de 2021 às 15:56 h | Atualizado em 30/11/2021, 15:58 | Autor: Da Redação, com AFP
Também nesta segunda-feira, o Twitter anunciou troca de CEO | Foto: Agência Brasil
Também nesta segunda-feira, o Twitter anunciou troca de CEO | Foto: Agência Brasil -

O Twitter passou a proibir nesta terça-feira, 30, a publicação de imagens de pessoas sem o consentimento delas. A regra completa o impedimento do compartilhamento não autorizado de dados privados de terceiros, como números de telefone e endereços.

Além de fotos e vídeos, a política de informação privada do Twitter proíbe o compartilhamento não autorizado de documentos de identidade, dados financeiros e outras informações de terceiros, como dados médicos ou biométricos.

No entanto, a atualização não é válida para figuras públicas ou pessoas que foram retratadas em tuítes com informações de interesse público ou com fins jornalísticos.

"O compartilhamento de mídia pessoal, como imagens ou vídeos, pode violar a privacidade de uma pessoa e causar danos emocionais ou físicos", ressaltou o Twitter.

"O uso indevido da mídia privada pode afetar a todos, mas pode ter um efeito desproporcional nas mulheres, ativistas, dissidentes e membros de comunidades minoritárias", continuou a plataforma.

Segundo a rede social, apesar das regras já proibirem comportamento abusivo, a mudança permitirá que a vítima aja especificamente contra imagens que não têm um conteúdo abusivo por si, mas que não são autorizadas.

A plataforma também proíbe a divulgação de dados privados de terceiros, informações que possam levar os titulares a serem vítimas de ataques hacker ou extorsão sob ameaça de publicar conteúdo.

Os usuários podem denunciar tuítes com imagens ou informações privadas na Central de Ajuda do Twitter. Para isso, é preciso clicar em "Fale Conosco" e, depois, em "Como permanecer em segurança no Twitter e conteúdo sensível".

Novo CEO

Também nesta segunda-feira, o Twitter anunciou que seu diretor-geral e co-fundador Jack Dorsey deixará imediatamente seu cargo e será substituído pelo gerente técnico do grupo, Parag Agrawal.

"Decidi deixar o Twitter porque acho que a empresa está pronta para cortar o cordão com seus fundadores", explicou Jack Dorsey em um comunicado que marca o fim de uma era.

Nessa nova etapa, o empresário nascido em St. Louis, Missouri, também planeja deixar seu cargo no conselho de administração em 2022 e não buscará novo mandato na assembleia de acionistas do grupo.

Com um estilo muito pessoal, cabelo raspado e longa barba, Dorsey personificou o Twitter durante anos.

Desde o seu retorno à direção da empresa, em outubro de 2015, o empresário tem sido regularmente criticado por não ter deixado o comando de sua outra empresa, a especialista em pagamentos móveis Square, para se concentrar exclusivamente no Twitter.

Milionário desde 2013, depois que o Twitter foi lançado na Bolsa, Dorsey tem uma fortuna estimada em 11,8 bilhões dólares pelo site da revista Forbes.

Sua primeira fase à frente do Twitter como diretor-geral foi em 2007 e 2008, mas foi afastado do cargo pelo conselho de administração, insatisfeito com sua gestão.

Agora que Dorsey começa a desaparecer do universo Twitter, deixa a rede social com um portfólio de 211 milhões de usuários diários, considerados "monetizáveis", ou seja, expostos à publicidade na plataforma.

Com Dorsey no comando, o Twitter teve seu primeiro trimestre com lucro no último quarto de 2017, e depois dois anos inteiros positivos, até voltar a perder em 2020.

Dorsey se esforçou para capitalizar o tráfego da plataforma, o ponto fraco da empresa até então, apesar de sua posição única na indústria de mídia.

O grupo aprimorou algumas ferramentas para torná-las mais fáceis de usar por anunciantes e usuários. Também suprimiu contas de personalidades controversas.

- Dorsey vs Trump -

O clímax dessa campanha foi a suspensão permanente da conta do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em janeiro de 2021.

A decisão reforçou, aos olhos de muitos conservadores, a imagem de uma rede ao serviço dos progressistas e da esquerda e disposta a limitar a liberdade de expressão.

"As pessoas tendem a associar Jack Dorsey à censura no Twitter, mas acho que ele fez o que pôde, nos últimos anos, para manter a plataforma relativamente aberta", Mike Solana, chefe da empresa de investimentos Founders Fund, disse no Twitter. “Sem ele, as coisas vão piorar, não melhorar”, estimou.

Para melhorar a sua rentabilidade, o Twitter lançou uma série de iniciativas, nomeadamente a possibilidade de pagar créditos a algumas contas com muitos seguidores.

Em junho, a rede social lançou uma versão paga no Canadá e na Austrália, com recursos adicionais para usuários assinantes.

Nos últimos trimestres, Jack Dorsey fez questão de personalizar, com a ajuda da inteligência artificial, a utilização que cada assinante faz do serviço, nomeadamente criando novas threads próprios sobre temas específicos.

“Estamos no caminho de sair de 2021 como uma sociedade mais focada, com prioridades mais claras”, disse Dorsey na última conferência de apresentação dos resultados da firma, no final de outubro.

O novo CEO, Parag Agrawal, é um especialista em engenharia da computação que desempenhou um papel fundamental no avanço da inteligência artificial dentro do grupo.

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