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Ações coletivas de pequenas empresas podem mitigar crises climáticas

Microempresas podem ser as mais afetadas com mudanças climáticas, em iniciativas que envolvam a comunidade

Publicado terça-feira, 16 de abril de 2024 às 20:01 h | Atualizado em 18/04/2024, 19:05 | Autor: Carla Melo, do Rio de Janeiro*
O Brasil segue sendo um dos países líderes em desmatamento de áreas florestais
O Brasil segue sendo um dos países líderes em desmatamento de áreas florestais -

O Brasil segue sendo um dos países líderes em desmatamento de áreas florestais. Só em 2023, o país registrou um aumento de 22,3% da área desmatada em comparação com o ano de 2021, segundo Relatório Anual de Desmatamento (RAD2022). Neste cenário, estudos apontam que 90% do aquecimento global foi causado por atividade humana.

Algumas ações coletivas podem ajudar a mitigar crises climáticas tais como o desmatamento e a escassez de água. Pequenas e microempresas podem ser as mais afetadas com essas mudanças climáticas, em iniciativas que envolvam a comunidade. Segundo Carolina da Costa, diretora da área de impacto e sustentabilidade na Stone, elas são essenciais devido seu crescimento social e ambiental.

“É importante entender que as pequenas empresas são mais vulneráveis à crise climática - o que podemos fazer como empresa é ajudar as comunidades a trabalharem juntas. Devemos ser muito empáticos com as pequenas empresas, já que enfrentam desafios maiores. É realmente uma jornada de longo prazo e uma situação ganha-ganha. Estamos mapeando comunidades, tentando entender suas necessidades e desafios para que possamos ajudá-los. Isso é possível com a disponibilidade de recursos financeiros e educação”, explica a diretora em palestra sobre o tema na WebSummit, no Rio de Janeiro.

Para alicerçar essa ideia, investimento de bancos de desenvolvimento também são grandes fontes para amenizar os riscos das crises climáticas. Segundo explica Ana Luiza Squadri, CFO da re.green, empresa de restauração de florestas, esse tipo de auxílio, são ótimas parcerias porque aumentam a produtividade da empresa e impactam na gestão de resíduos, uso de água, energia renovável e ainda ajuda a administrar a comunidade através do impacto social.

“Estudos já apontam que essa ação coletiva pode ajudar empresas a enfrentarem esses impactos climáticos, mas é preciso conhecimento. É preciso saber como essa oportunidade pode ajudar a comunidade também, e isso proporciona maior produtividade dessas pequenas empresas. Sempre mapeamos as comunidades e verificamos os setores empresariais para que trabalhem juntas”, disse Ana.

Conforme a diretora, o mercado de carbono é uma ótima vertente para se investir diante do cenário futuro, e o Brasil precisaria investir mais de R$ 90 bilhões até 2030 para cumprir metas climáticas, segundo apontam o estudo "Clima e Desenvolvimento: visões para a o Brasil 2030".

“O Brasil é o melhor lugar. Aqui temos árvores, que é a maior tecnologia para retirar o carbono da atmosfera. Mas o que se faz? Tiram as árvores. Precisamos de biodiversidade e recursos hídricos para que isso seja possível”, continua ela.

A palestra sobre as formas de mitigar as crises climáticas no Brasil foi uma das apresentações realizadas na WebSummit, no Rio de Janeiro. A maior conferência da Europa em tecnologias, realizada anualmente desde 2009, reúne diversas empresas de tecnologia da internet e milhares de participantes interessados na temática.

*Repórter viajou a convite da Stone

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