REINDUSTRIALIZAÇÃO
Bahia Empreende: Fomento à indústria química é discutido de seminário
Evento contou com a presença de agentes da indústria nacional, representantes do setor e líderes políticos
Por Carla Melo
Responsável pela participação de 3,8% de tudo que é produzido pela indústria nacional, segundo dados do Portal da Indústria, Bahia e o seu importante papel para fomento do setor industrial químico no estado foram alguns dos temas debatidos no seminário Bahia Empreender: Ecoinovação: Ideias Transformadoras, realizado nesta sexta-feira, 5, em Camaçari.
O evento, requerido pela Deputada Ivoneide Caetano, vice-presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços, acompanhou os principais cenários do setor, com a presença de agentes da indústria nacional, representantes do setor e líderes políticos como os deputados federais Josenildo Abrantes, presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços, e Luiz Carlos Gomes, o deputado estadual Junior Muniz, o presidente executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, o presidente da Fieb, Antônio Alban e vice-presidente da federação Carlos Henrique Passos e o presidente Nacional do Sebrae, Décio Lima.
O foco das discussões, segundo enfatizou a deputada Ivoneide Caetano, é a reindustrialização no país, essencialmente trazendo a Bahia como um estado promissor no setor químico do Brasil. Para ela, será o preparo de cidades como Camaçari, que abriga o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul, que otimizará o cenário econômico do país.
“A gente traz a Bahia para o centro do debate, em especial Camaçari, que é um importante cenário da indústria química. Nós temos atualmente no polo petroquímico aproximadamente 90 indústrias químicas, e o presidente Lula agora chega para governar o Brasil dando um foco especial para a reindustrialização, a neoindustrialização. Sabemos que os desafios são grandes, principalmente em questão de competitividade, mas lá na Câmara a gente tem se esforçado, assim como o deputado Daniel Almeida, para preparar esse novo momento, estamos preparando a cidade para construir uma indústria forte”, aponta a deputada.
Apesar de manter um tímido crescimento após crise econômica e política no país que resultou na baixa produtividade e redução na confiança dos empreendedores, a produção industrial nacional continua sendo um dos setores que mais se destacam na participação do Produto Interno Bruto (PIB) e também na geração de empregos com carteira assinada.
Em maio deste ano, a produção industrial do país recuou 0,9% - o segundo mês consecutivo de queda no país, que levou o setor a operar abaixo do patamar pré-pandemia. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda segundo a deputada, aproveitar os fomentos à pesquisas e tecnologia, como a chegada da BYD em Camaçari, é um mecanismo vital para a revitalização do setor porque escancara o futuro da indústria através da sustentabilidade.
“Assim como mostrou a chegada da maior produtora de veículos híbridos no Brasil, a BYD, essa cidade precisa voltar a ter destaque nacional e internacional. O Brasil vive hoje um momento de transformação na indústria, guiada pelo avanço de tecnologias e desenvolvimento de pesquisas, aperfeiçoando suas estratégias para se adaptar a esses novos cenários econômicos, tendo como pilar o desenvolvimento sustentável, porque tem sua pauta mundial. O setor industrial foi um dos segmentos responsáveis pelo aumento de postos de trabalho, que foram 69% superior que o ano passado”, continua Ivoneide Caetano, vice-presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços.
O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro, aponta a transição energética do gás natural, em substituição ao petróleo como passo importante para uma medida sustentável, tanto ambiental quanto financeira, para o setor industrial baiano. Segundo ele, apesar da alta do dólar demonstrar uma preocupação para a importação de produtos acabados e também no agronegócio, a queda do preço vai ser a peça fundamental para resolver problemas na competitividade no estado.
“Os preços são dolarizados, então quando aumenta lá, aumenta aqui também, e isso também aumenta o custo da matéria-prima. O que deve resolver mesmo é a redução do preço do gás definitivamente no Brasil. Aqui no país é até sete vezes maior do que o preço do gás fora do Brasil, nos Estados Unidos, na Rússia, na China, no Oriente Médio, mas em relação à Europa também que não é produtora de gás, ao contrário do Brasil, o gás lá hoje está 8, 9 dólares, enquanto aqui no Brasil chega a perto de U$S 20, então nem com a Europa a gente consegue competir”, explica o presidente.
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