RELAÇÃO BILATERAL
Brasil e Alemanha apostam em sustentabilidade em acordo Mercosul-União Europeia
Entidades brasileiras e alemãs se reúnem nesta segunda, 16, para discutir propostas prioritárias do setor produtivo
Por Carla Melo

Entidades brasileiras e alemãs iniciaram nesta segunda-feira, 16, uma série de discussões voltadas à relação bilateral entre os países, com foco às práticas sustentáveis da indústria em consonância com as diretrizes da COP 30, entre elas, o avanço de práticas focadas na descarbonização, a aceleração de hidrogênio verde, transição energética, a industrialização em parceria entre as potências econômicas e muito mais.
O Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA) reúne a Federação das Indústrias Alemãs e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia para discutir um pacote de propostas prioritárias do setor do setor produtivo brasileiro, com foco em inovação, sustentabilidade e investimentos.
Estiveram presentes na abertura do evento, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Ricardo Alban; o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) Carlos Henrique Passos; o Vice-Presidente da Comissão da Indústria Alemã para a América Latina, Michael Heinz; o Governador do Estado, Jerônimo Rodrigues; o Ministro da Casa Civil, Rui Costa; o Secretário Executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Márcio Elias Rosa, a Secretário do Ministério De Agricultura, Alimentação e Identidade da Alemanha, Martinha Englhardt-Kopf, além de diversas entidades alemã e brasileiras focadas nos setores de energia, sustentabilidade, economia e indústria.

Acordo Mercosul - União Europeia
Para o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a parceria histórica com a Alemanha representa um dos passos mais importantes para a economia brasileira, e principalmente para a economia baiana, que é o estreitamento entre as potências para o desenvolvimento de negócios, a partir de um Acordo Mercosul - União Europeia.
“Esperamos até uma liderança da Alemanha para que possamos acelerar este apoio. E além do Mercosul, eu diria que colocamos disponíveis a Casa Civil e, com certeza, o Vice-Presidente Alckmin, liderando o Ministério da Indústria e Comércio, para fazer um grupo de trabalho dedicado, intenso e ágil, que possa identificar nessas diversas cadeias produtivas a possibilidade de integração e parcerias entre as empresas para que possamos mutuamente aumentar essa integração econômica”, iniciou o também ex-governador da Bahia.
Leia Também:
“O presidente Lula tratou de definir parâmetros e políticas de parcerias com outras ações, de reestruturar através de com as diversas cadeias produtivas, programas colocando como carro-chefe a transição energética, colocando como carro-chefe programas que buscam sinalizar para investidores nacionais e internacionais. O Brasil já possui uma vantagem competitiva enorme, quando se fala de geração de atendentes, a energia limpa e é preciso aproveitar essa vantagem para fazer parcerias”, continuou o ministro.
Um dos maiores responsáveis pela emissão de carbono, a indústria aposta em um caminho focado na descarbonização de forma a intensificar fontes limpas de energia no Brasil e no mundo. Para o presidente da Fieb, Carlos Passos, a Bahia é um exemplo a ser seguido no mundo e é um caminho aberto a ser seguido na Europa.
"Essa é uma pauta global, uma pauta que interessa ao planeta buscar a descarbonização da indústria para oferecer a maior sustentabilidade do meio ambiente. Aqui a Bahia tem uma matriz energética já limpa, mas nós precisamos trazer para cá indústrias que se utilizem dessa energia verde para termos produtos verdes. Esse encontro com a Alemanha é uma oportunidade de mostrarmos as nossas competências na produção de energia renovável, no nosso conhecimento tecnológico, nós estamos aqui na sede do Cimatec, que dispõe de conhecimento, de competências para ajudar o setor industrial da Bahia, do Brasil, até fora do Brasil, a buscarmos modelos de eficiência energética que possa sim fazer essa transição para o bem do planeta", disse o presidente da Fieb, Carlos Passos.

IOF não compensa a indústria
Uma das principais discussões envolvendo empresários brasileiros, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) - aplicações de fundos nacionais no exterior - aplicada pelo governo federal entrou nas discussões desta segunda-feira, 16. Empresários e representantes da indústria brasileira não tem visto com bons olhos a medida, que segundo o presidente da CNI, vai impactar ainda mais o consumidor.
“Espero para as próximas semanas mais bom senso, desde aos congressistas até ao próprio governo. Não existe espaço para mais carga tributária no Brasil, principalmente sobre o setor produtivo, e por uma única lógica: quem paga imposto não é a empresa, não é o setor produtivo, é o consumidor, porque aquele setor produtivo que se não repassar uma carga tributária, não sobrevive. É preciso fazer a racionalidade dos gastos públicos e talvez buscar algumas equiparações justa”, iniciou Ricardo Alban.

Ele defende ainda que as medidas de maior tributação sejam aplicadas aos setores que mais impactam negativamente o consumidor, como as apostas esportivas online: “Quanto as Bets, por que nós temos uma carga tributária tão pequena em relação a tantos outros setores produtivos do país? Não faz sentido. Nós temos outras oportunidades, as big taxas ainda não estão sendo aplicadas. É preciso justiça tributária. O Brasil cresceu ao longo desses dois últimos anos em termos de receitas reais, com novas medidas, novas taxações foram feitas, cerca de 170 bilhões, não é pouco dinheiro. Então nós precisamos transformar esse dinheiro, que certamente não é tão produtivo nas mãos da máquina pública, para que eles se transformem em dinheiro para a economia, para a atividade produtiva, até mesmo para o consumo”, continou ele.
O EEBA será realizado até terça-feira, 17, no Senai Cimatec. O evento contou ainda com uma rodada internacional de negócios - evento híbrido do EEBA com a ApexBrasil que reúne empresários do setor de alimentos e bebidas, cosméticos, energia, farmacêutico, moda e acessórios, construção civil e mineração.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes