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05/12/2022 às 6:00 - há XX semanas | Autor: Ruan Amorim

FINANÇAS

Consórcios batem recorde de vendas em 2022

Entre janeiro e setembro, cotas chegaram a 2,95 milhões, 14,1% a mais que no mesmo período de 2021

Bruno fez consórcios de um carro e de um imóvel
Bruno fez consórcios de um carro e de um imóvel -

O número de brasileiros com consórcios vem crescendo cada vez mais no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira de Administradora de Consórcios (Abac), neste ano esse produto financeiro bateu recordes de venda. Entre os meses de janeiro e setembro de 2022, as cotas negociadas chegaram a 2,95 milhões, 14,1% a mais que no mesmo período de 2021, em que a adesão chegou a 2,58 milhões.

O resultado desse movimento é o acréscimo de 9,1% no número de participantes ativos de consórcios no período de um ano. Nesse cenário, uma marca recorde foi alcançada em setembro, quando o número chegou a 9,12 milhões de pessoas. Os principais responsáveis por esse crescimento nas vendas são os consórcios de imóveis e automóveis.

O segmento imobiliário, que representa 43,4% do mercado de consórcios, entre os meses de janeiro e setembro, teve avanço de 20,5% nas vendas de créditos comercializados, alcançando R$ 83,3 bilhões. Já os consórcios de veículos, que somam 56% do total , ampliaram as vendas em 15%, para o montante de R$ 93,2 bilhões.

Contudo, não é de hoje que essa modalidade de aquisição de bens baseada na união de pessoas físicas ou jurídicas têm caído no gosto da população brasileira. De acordo com o economista membro do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon), Edval Landulfo, o consórcio surgiu na década de 60 e começou a se popularizar depois do Plano Real no país, iniciado em 1994 – época que fortaleceu a liberação de crédito pelas instituições financeiras.

“Essa liberação através de empréstimos e financiamentos faz com que as pessoas se endividem. Nesse processo, o consórcio passa a ser analisado como uma boa opção”, diz o economista.

A análise positiva do consórcio acontece porque, diferente do financiamento, o consumidor não vai precisar pagar altos juros. Além disso, quando a taxa básica de juros sobe, o crédito cresce, coisa que aconteceu esse ano, quando Selic foi para 13,75% . Outro fator, que se faz presente na rotina dos brasileiros desde o governo de Michel Temer e tem impulsionado a busca por essa operação, segundo Edval, são as reformas trabalhista e previdenciária.

“Com elas, houve uma precarização dos postos de trabalho, o que ocasionou na perda de emprego e renda. Tem um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mostra que 70% da população ativa recebe até dois salários-mínimos. Nesse contexto, buscar um consórcio, modalidade que você paga um valor mais perto do justo, é mais viável”, ressalta Edval.

Isso porque, conforme o conselheiro do Corecon, o financiamento é uma opção que faz com que o cliente “pague o preço de dois ou três carros, enquanto compra um. As pessoas começaram a entender isso”.

É com esse entendimento que o médico veterinário Bruno Spinola apostou tanto no consórcio para aquisição de um carro quanto de um imovel este ano. Segundo ele, esse tipo de operação “não possui juros e nem cobra valor de entrada”. E isso é muito bom para as suas finanças. Além disso, essa modalidade financeira lhe permite outras vantagens. “Eu tenho uma parcela adequada ao meu orçamento e nesse processo vou conseguir gerar capital para conquistar os meus bens de desejo”, acrescenta.

Bruno pretende adquirir tanto seu automóvel quanto o imovel dentro de 2 a 3 anos, para isso, ele pretende dar um lance. Quando o consorciado adianta determinado valor de suas parcelas futuras, consegue ser contemplado com o recurso necessário para a aquisição do que deseja. Fora essa ação, as pessoas são contempladas por sorteio, coisa que Bruno torce para acontecer.

“Risco calculado”

“Pretendo contar com a própria ‘sorte’ e ter um valor disponível para dar o lance e ser contemplado. Isso pode acarretar na demora para conseguir o bem, o que, por sinal, não vejo como ponto negativo, e sim como risco calculado, uma vez que a gente já entra sabendo a regra do jogo”, diz Bruno.

O empresário Thiago Paixão também decidiu entrar em um consórcio. Com o objetivo de conquistar um carro, antes de entrar nessa modalidade de aquisição de bens, ele fez uma pesquisa para ver qual que era a mais condizente com a sua realidade financeira.

“Foi uma decisão difícil escolher a modalidade. Precisei fazer uma pesquisa sobre cada uma. Preferi o consórcio na aquisição de carta de crédito, porque terei liberdade de utilizar o dinheiro da contemplação da melhor forma que eu achar”, pontua o empresário.

Thiago conta que a aposta no consórcio se deu também pela sua dificuldade em deixar dinheiro guardado. Segundo ele, sempre que tentava economizar, “acabava gastando o dinheiro com coisas que não tinham necessidades no momento”. Sendo assim, o consórcio, que funciona como um tipo de poupança, se tornou um projeto que otimiza seu processo de economizar.

“Sempre fui pontual com meus compromissos e no pagamento das minhas contas, sendo assim, preferi utilizar aquela responsabilidade de pagar mensalmente o consórcio como uma maneira de alcançar meu objetivo de comprar o veículo”, afirma Thiago.

O empresário conta que não tem pressa para aquisição do automóvel, mas tem expectativa que a compra aconteça em 2024, último ano de pagamento das suas parcelas do consórcio. “No início, eu vivia aquela ansiedade de ser contemplado de imediato no sorteio, mas hoje não tenho mais essa preocupação. Percebi que quanto mais demorou para ser contemplado, mais aumenta o valor da minha carta de crédito”, explica Thiago.

Embora muitas pessoas estejam caindo nas graças do consórcio, antes de buscar esse recurso é necessário entender que ele é um compromisso financeiro de poupança, o que impacta no orçamento doméstico e requer planejamento. Isso é o que explica o professor e economista Marcelo Ferreira, 44. “As parcelas são fixas e mensais e não há cobrança de juros, mas sim da taxa de administração, de seguro e de fundo de reserva”, esclarece.

Marcelo também diz que há desvantagens e vantagens nessa modalidade de aquisição. Os pontos positivos, segundo ele, dizem respeito a menor burocracia e possibilidade de mudar a finalidade do recurso. Além disso, “parcelas comparativamente mais baratas do que em caso de financiamento. No caso de imóveis, pode-se usar o FGTS".

Já desvantagens o economista diz que são mais evidentes quando há pressa, pois, pode ser que a compra não se concretize logo em caso de não contemplação, além de dificuldades caso haja necessidade de desistir do negócio.

*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló

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