VOLATILIDADE
Dólar opera em queda com expectativa de reunião entre Lula e Haddad
O presidente disse que há um "jogo de interesse especulativo" contra o real e que o governo avalia medidas para conter a alta da moeda
À espera da reunião entre o presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir medidas para conter a alta do dólar fez a volatilidade da moeda norte-americana ficar em queda na manhã desta quarta-feira, 3.
A moeda americana vive semanas de disparada e, ontem, encerrou o dia cotada a R$ 5,66, depois de bater os R$ 5,70 durante a tarde. Esse é o maior patamar em dois anos e meio e reflete, sobretudo, a cautela do mercado com as recentes críticas de Lula ao Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto.
Nas últimas semanas, Lula tem criticado insistentemente a política monetária e o presidente do Banco Central, acusado por ele de ter um viés político que prejudica o desenvolvimento econômico do país. O chefe da autoridade monetária rebateu o petista, enfatizando que as decisões do banco são técnicas, não políticas.
Na terça-feira, 2, Lula disse que há um "jogo de interesse especulativo" contra o real e que o governo avalia medidas. O presidente diz que a reação de alta da moeda americana após as críticas feitas por ele ao BC e ao seu presidente, "não têm explicação".
Segundo Haddad, a reunião desta quarta discutirá o cumprimento da agenda fiscal e do arcabouço em 2024, 2025 e 2026. Ele reforçou a necessidade de o governo - especialmente Lula - ajustar as sinalizações que dá aos investidores e aponta preocupação com a alta do dólar.
No orçamento deste ano, o governo prevê um déficit zero nas contas públicas. Se as despesas forem maiores, o governo registrará um déficit fiscal, o que gera no sistema financeiro e no setor produtivo uma dúvida quanto à capacidade do governo de saldar suas dívidas e manter a inflação sob controle.
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