ECONOMIA
Falindo? Gigante do varejo fecha loja em shopping famoso
Varejista decidiu cortar mais uma unidade

Por Iarla Queiroz

A Magazine Luiza, gigante do varejo brasileiro e nome conhecido de ponta a ponta do país, decidiu fechar as portas da unidade que mantinha no Shopping Metrô Tucuruvi, na Zona Norte de São Paulo. O encerramento aconteceu em janeiro de 2024, logo depois da tradicional liquidação anual, e faz parte da estratégia de reestruturação que a empresa vem adotando nos últimos anos.
Segundo o Diário do Norte, o fechamento não foi encarado como um recuo, mas como um movimento calculado da companhia para tornar a operação mais leve, mais rentável e alinhada ao momento atual do setor.
Rentabilidade no centro da decisão
A loja do Tucuruvi funcionava desde 2013, quando o centro de compras foi inaugurado. No entanto, ela acabou sendo classificada como um ponto fora da rentabilidade considerada ideal pela gestão.
E essa não foi uma decisão isolada. A Magalu vem apertando o cerco aos pontos de venda que não entregam o resultado esperado. Em um dos balanços de 2024, a empresa confirmou o fechamento de 57 unidades ao longo do ano, incluindo a do shopping.
O objetivo é claro: aumentar a eficiência operacional e, principalmente, melhorar a margem EBITDA — indicador que mostra quanto a empresa consegue gerar de caixa na operação.
Com isso, a rede também busca eliminar aquilo que internamente é chamado de “peso morto”: lojas que não conversam bem com o ecossistema digital e acabam travando o desempenho. Depois do encerramento no shopping, os consumidores passaram a ser direcionados para a unidade localizada na Avenida Tucuruvi, 181, em frente ao TriMais.
Não houve manifestações adicionais sobre o caso, mas o espaço segue aberto para eventuais posicionamentos.
Um movimento que começou antes
Essa reorganização não nasceu em 2024. No ano anterior, a empresa já havia passado por cortes importantes, incluindo o fechamento de dois centros de distribuição — um no Nordeste e outro no Sudeste.
Esses ajustes têm como meta reduzir despesas fixas, tornar a entrega mais ágil (especialmente na última milha) e integrar ainda mais os estoques da plataforma e do marketplace.
Como a Magalu chega a 2025
Dados do InfoMoney mostram que a varejista encerrou o terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 84,6 milhões, resultado 17,4% menor do que no mesmo período do ano anterior. A principal pressão veio da Selic, que subiu de 10% para 15% e elevou fortemente as despesas financeiras.
Ainda assim, o desempenho operacional mostrou força: o EBITDA aumentou 13,2%, alcançando R$ 807,4 milhões, o que elevou a margem de 7,9% para 8,9%.
O gerente de Relações com Investidores, Lucas Ozório, explicou que o grande impacto veio justamente das despesas financeiras, que saltaram de 4% para 5,4%. Mesmo assim, celebrou mais um trimestre consecutivo de lucro, destacando que operar no varejo em um cenário de juros altos é um desafio diário.
Com o foco voltado para rentabilidade, o tíquete médio cresceu — e a empresa reforçou a presença em faixas de preço mais estratégicas.
A Magalu também tem reforçado frentes de negócio fora da loja tradicional. O LuizaCred registrou R$ 68 milhões de lucro, enquanto a Magalog — operação logística da varejista — entregou 5,5 milhões de pedidos para clientes externos no trimestre, ampliando a diversificação de receita.
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