ECONOMIA
Gasto controlado é sinônimo de orçamento familiar equilibrado
Diferentes ferramentas podem ser úteis no processo, seja o bom e velho caderninho ou a planilha digitalizada
Por Daniel Araújo*
Focada em estudar o comportamento de consumo e os ganhos de pessoas e famílias, a economia doméstica é a prática de gerenciar recursos financeiros no âmbito familiar, e envolve mapear entradas e saídas financeiras para equacionar os gastos e garantir que o orçamento familiar seja positivo ou equilibrado ao final do mês. Diferentes ferramentas podem ser úteis nesse processo, seja o bom e velho caderninho ou a planilha digitalizada.
Controlar as entradas e saídas de dinheiro para manter os gastos sob controle e garantir que o orçamento familiar seja positivo ou equilibrado, é um elemento fundamental da economia doméstica. “O primeiro passo para aplicar a economia doméstica no dia a dia é mapear todas as entradas e saídas financeiras da família. Um levantamento detalhado das despesas fixas, como aluguel, contas de serviços e alimentação, e das variáveis, como lazer e compras eventuais, é essencial. O uso de ferramentas como planilhas ou aplicativos de controle financeiro, como Mobills e Minhas Finanças, pode facilitar esse processo”, explica o planejador financeiro e especialista em finanças comportamentais Jeff Patzlaff, sobre a importância do conhecimento em economia doméstica na vida cotidiana.
“No Brasil, onde a renda média domiciliar per capita é de aproximadamente R$ 1.625, segundo o IBGE, muitas famílias enfrentam dificuldades para manter o orçamento em dia. O conhecimento de economia doméstica busca mudar esse cenário, permitindo que as famílias estudem seu comportamento de consumo e ganhos, identifiquem desequilíbrios e adotem estratégias para maximizar seu poder financeiro”, complementa Jeff.
Novo comportamento
Para o economista Marcelo Ferreira, apesar das várias opções de ferramentas tecnológicas para organização financeira, é importante adotar primeiro uma mudança de comportamento. “É preciso adquirir antes das ferramentas técnicas, outra ferramenta, a conscientização, que ajuda a entender os reais motivos e a importância de manter o controle das finanças familiares”, recomenda. Outro método também recomendado pelos especialistas é o chamado “método do 50-30”, que sugere destinar 50% da renda para necessidades básicas, 30% para desejos e 20% ou 15% para poupança ou investimentos.
Uma das ferramentas mais úteis para a economia doméstica é a planilha, uma tabela que mapeia os gastos e as receitas. A estudante de produção cultural Iris Morena começou a utilizar essa tática após conhecer pela internet. “Eu vi um vídeo sobre planejamento financeiro, que mostrava que uma possibilidade era uma planilha, uma planilha de gastos para ir anotando tudo que entrava, tudo que saía. E aí eu adotei essa prática, eu acho que essa é uma medida que era necessária porque, por exemplo, eu gasto muito com Uber. Eu não tinha noção disso e com a planilha eu consigo visualizar”, conta a estudante.
Alguns erros são bastante comuns durante o processo de organização financeira das famílias, entre eles o não registro de pequenos gastos. “Um dos erros mais comuns cometidos pelas pessoas é não registrar todos os gastos, especialmente os pequenos, como cafés ou lanches, que, acumulados, podem representar uma fatia significativa do orçamento. Outro erro frequente é o uso excessivo de crédito, como cartão de crédito ou cheque especial, que cria a ilusão de poder aquisitivo e leva ao endividamento”, explica o planejador financeiro.
Para Marcelo, o principal erro está relacionado à visão de que a organização financeira é uma atividade chata. “Acredito que os principais erros são esperar bons resultados de forma imediata e tratar o processo como uma obrigação ou algo chato. Cuidar das finanças é extremamente importante para a nossa qualidade de vida. Outro erro também é o de se empolgar quando surgem os primeiros resultados bons e sair gastando o que se conseguiu economizar, sem planejamento”, explica o economista.
Ainda que sem aprofundamento técnico, o conhecimento de economia doméstica é fundamental para organização financeira do ambiente familiar, esse conhecimento também promove a formação de hábitos financeiros saudáveis, que podem ser passados para as próximas gerações. Assim, a gestão financeira se torna aliada na busca por uma vida financeira mais estável e sustentável.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
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