FINANÇAS
Histórico financeiro impacta score de crédito
As instituições financeiras avaliam e pontuam os clientes pelas dívidas e pagamentos
Por Dianderson Pereira*
A pontuação de crédito, ou score, é essencial para as instituições financeiras avaliarem o risco de concessão de crédito, mas muitos consumidores desconhecem os critérios que influenciam sua pontuação e acabam cometendo erros que resultam na queda do score. Variando de 0 a 1000, o Serasa Score reflete a vida financeira do consumidor, sendo calculado por pagamentos, dívidas, ou seja, o histórico financeiro dos últimos cinco anos. Scores mais baixos indicam pendências financeiras, dificultando a aprovação de produtos como empréstimos e cartões de crédito.
O compromisso com o crédito é o fator mais importante, representando 55% da pontuação, seguido pelo registro de dívidas e pendências (33%), consultas ao CPF (6%) e evolução financeira (6%). Gerente da Serasa, Amanda Castro explica que o compromisso com crédito inclui pagamentos de contratos de crédito, telefonia e serviços, considerando o Cadastro Positivo, e devido a isso, o histórico de pagamentos de faturas de cartão de crédito, financiamentos, empréstimos e crediário em lojas são muito importantes para o cálculo do Serasa Score.
Já o registro de dívidas e pendências avalia dívidas no cadastro de inadimplentes da Serasa, como protestos, cheques sem fundo, ações judiciais e falências associadas ao CPF, afetando negativamente a pontuação. “Consultas de empresas ao CPF analisam a concessão de crédito, podendo impactar a pontuação até 60 pontos e a evolução financeira considera o tempo de relacionamento com o mercado de crédito e a participação em empresas”, complementa Amanda Castro.
Matheus Bomfim, 23, compartilha seu interesse por finanças e por manter um bom score. O estudante prefere concentrar todas as compras em um único cartão de crédito, principalmente devido aos benefícios oferecidos pelo seu banco, como cashback e participação em promoções. Para garantir um bom score e aumentar seu acesso ao crédito, nunca atrasou o pagamento de uma fatura do cartão, realizando os pagamentos sempre no primeiro dia após o fechamento da fatura.
“Para mim, o principal é não atrasar nenhuma conta. Depois disso, busco ter apenas o cartão de crédito que realmente vou utilizar. Quanto mais empresas solicitando meus dados, mais arriscado deve ser emprestar para mim", diz Bomfim.
Gabriela Lyrio, consultora de crédito, ressalta que controlar as despesas têm um impacto direto no crédito. “Controlar as despesas impacta diretamente no poder de ter as contas em dia e mantém a confiança das instituições financeiras no consumidor, aumentando as chances de acesso ao crédito sempre que necessário”, afirma.
Para melhorar a pontuação de crédito, o economista Danilo Oliveira, da Eleve Capital, destaca algumas outras ações básicas, como manter uma boa relação com o banco, utilizar o cartão de crédito com mais frequência e liquidar possíveis contas em atraso. “Quanto mais saudável for a vida financeira, com todas as contas em dia, melhor será o score”, ressalta.
Organização financeira
Por outro lado, o economista Felipe Bonfim argumenta que integrar o cartão de crédito a um orçamento pessoal pode trazer diversas vantagens, mas requer disciplina e planejamento para tirar o melhor proveito. O economista enfatiza a importância da gestão orçamentária, destacando a necessidade de definir limites, e ressalta que é essencial usar o crédito de forma consciente, evitando compras impulsivas e pagando as faturas de forma integral, à vista, para inibir o acúmulo de juros. Comprar por impulso, não conhecer exatamente o tipo de crédito que contratou, usar créditos com taxas de juros altas para situações emergenciais sem ter plena certeza de que terá condições de pagar e quanto irá pagar, são as práticas mais prejudiciais para a saúde financeira, gerando inadimplência e impactando negativamente na pontuação de crédito, de acordo com Gabriela Lyrio.
Para evitar o estresse financeiro, é fundamental estabelecer uma organização financeira e saber controlar as despesas. Amanda Castro, do Serasa, destaca que controlar o orçamento mensal, entendendo o que entra e o que sai, é o primeiro passo. "Usar uma planilha ou um caderno pode ajudar a identificar despesas e prioridades, evitando surpresas ao final do mês. Definir metas financeiras, como pagar dívidas antigas ou investir em sonhos de longo prazo são também dicas importantes".
Matheus Bomfim menciona que apesar de ser um consumidor acima da média brasileira, todos os seus gastos são colocados em planilhas e realiza algumas análises para determinar se uma compra deve ser parcelada ou não, seguindo o critério do valor da compra. Matheus Bomfim também faz questão de se manter atualizado sobre as novidades de serviços disponíveis para seu cartão, para que aproveite todos os recursos que possibilitem uma melhor administração do seu dinheiro.
Danilo Oliveira fala que um bom planejamento financeiro é crucial para garantir que o uso do crédito seja feito de maneira responsável, sendo capaz de contribuir para a realização de objetivos pessoais e principalmente para estabilidade. "A partir de um planejamento financeiro bem feito, pode-se observar diversas melhoras, entre elas: controle das finanças pessoais, redução de juros, redução de custos, melhoria da saúde financeira, evita o endividamento (presente na maioria dos brasileiros que utilizam crédito), obtenção de score de crédito positivo, conquista de objetivos de curto, médio e longo prazo, e consciência financeira".
*Sob supervisão da editora Cassandra Bárteló
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