PROJEÇÃO
Indústria baiana tem previsão de crescimento de 1,9% em 2024
Destaque para a atividade de bens de consumo, beneficiada pela melhora da economia
Por Fábio Bittencourt
A indústria baiana deve crescer em 2024 na média de 1,9% em relação ao ano anterior, taxa semelhante à brasileira. Em 2023, o índice no estado ficou em 1,1% acima do resultado apurado em 2022. Destaque para a chamada indústria de transformação, beneficiada pela recuperação da economia, com o aumento da massa salarial e a queda do desemprego para o nível de 11,1% na Bahia, podendo chegar a 9% até o final do ano – contra 14% no ano passado.
A projeção foi divulgada ontem em primeira mão pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), um dia após o anúncio feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que o Produto Interno Bruto (PIB), ou a soma de toda a riqueza produzida no país, teve crescimento de 1,4% no segundo trimestre deste ano em comparação ao primeiro trimestre.
Por questões metodológicas, o cálculo realizado pela Fieb é estimado de forma anual, e não trimestral, como feito pelo IBGE.
De acordo com o especialista em Desenvolvimento Industrial da Fieb, Carlos Danilo Peres Almeida, o bom desempenho da atividade econômica impactou diretamente setores, como alimentos e bebidas, calçados, têxtil e materiais de construção (produtos minerais) – a indústria voltada para o consumo final, explicou.
“Diferentemente do Brasil, aqui na Bahia tem muita indústria que produz para outra indústria, como na área de celulose, pneus (borracha), refino, (segmentos) que não se beneficiaram tanto. Pelo contrário, essas vêm sofrendo muito com os (produtos) importados, como com pneus chineses (vendidos em supermercados), que vem impactando sobremaneira a indústria no Brasil e na Bahia. Assim como na petroquímica e refino, com a importação de diesel”, afirmou Almeida. “Portanto, uma parte da indústria de transformação se beneficiou, outra não”, completou.
“Surto”
Ainda de acordo com o especialista em Desenvolvimento Industrial da Fieb, a “importação é uma tendência natural, porém há um problema conjuntural, pois o que há é um surto”.
“Esse surto vem da China. Antes um grande demandante, hoje um gigante ofertante mundial. E agressivos (nos preços praticados)”.
Almeida destaca, contudo, que, após um longo período de baixo crescimento e fortes crises – de 2014 a 2021, assinalou –, “nós estamos crescendo, o desemprego caindo, a massa salarial aumentando”. “É um novo ciclo de crescimento econômico, as pessoas não param de consumir, no que pese a taxa de juros básica da economia (Selic) ainda alta, e (o aspecto negativo) as importações predatórias”, disse.
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