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Inflação 2025: Saiba o deve subir e como fugir dos aumentos
O café é um dos produtos que devem pesar no bolso dos consumidores neste ano
Por Carla Melo
Em 2024, diversos produtos, serviços e movimentações financeiras empurraram a economia brasileira para uma inflação acumulada de 4,83%. Para este ano, a expectativa é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o indicador oficial da inflação no país – termine o ano com uma alta de 4,99%, acima dos 4,83% marcados em 2024.
O café é um dos produtos que devem pesar no bolso dos consumidores neste ano. Em 2024, o produto registrou altas variações em todas as capitais. Os preços estiveram maiores na maior parte do ano devido às condições climáticas desfavoráveis (estiagem e calor) e à menor produção no Vietnã e no Brasil. Em cidades do sudeste, o preço do café chegou a até 62,56%.
O Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea/USP) divulgou uma análise do mercado de cafés no Brasil e confirma a tendência de alta nos preços do café para 2025. É possível que o consumidor pague até R$ 60/kg nos próximos meses.
A carne bovina também será um grande vilão para as finanças dos brasileiros. Em 12 meses, o preço do produto aumentou em todas as cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) em 2024. A maior demanda externa e interna, tanto pelos consumidores quanto pelos frigoríficos, e as restrições climáticas (estiagem e queimadas), que prejudicam a formação dos pastos, provocaram o aumento do preço da carne no varejo.
O preço da carne bovina deve seguir com reajustes expressivos, com a previsão de um aumento de até 16,1% no preço das carnes em 2025. Mesmo com a volta das chuvas e a melhora dos pastos, condições para engorda do gado, a oferta de boi para abate ainda não foi normalizada, e, além disso, há alta demanda interna e externa por carne, fatores que têm contribuído para os aumentos
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Segmentos de alimentos e bebidas também devem sofrer forte variação em 2025. O preço do leite integral subiu em todas as capitais, entre dezembro de 2023 e o mesmo mês de 2024, com altas que variaram de 8,37% a 23,36%. A menor oferta, diante da demanda das indústrias de laticínios ao longo do ano, elevou o preço dos derivados no varejo.
O óleo de soja também teve o valor elevado em todas as cidades, entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024. As altas ficaram entre 22,98% e 45,63%. Houve maior demanda pelo óleo de soja bruto, principalmente para a produção de biocombustível, o que elevou os valores no varejo.
Para o economista Antônio Carvalho, alguns itens, que são os mais representativos na composição do IPCA, podem influenciar em outros setores da economia brasileira, havendo aumento também em grupos como combustíveis e transportes.
“Há uma perspectiva de aumento do dólar frente à situação da economia brasileira que oferece pouca confiabilidade para o mercado de capitais e a postura adotada pelos norte-americanos com a eleição do presidente Trump, que aponta para ajustes na economia. Essas mudanças podem contribuir para a elevação do dólar, que somadas, pode influenciar no aumento dos preços dos combustíveis e da taxa de juros, que mesmo com a eleição do novo presidente do Banco Central, não parece que haverá recuo”, disse ele.
Quando há um aumento significativo dos preços, muitos consumidores buscam fugir dos produtos com a substituição ou então, o abandono do consumo durante a alta dos preços.
“A regra básica da fuga da inflação é primeiro substituir aquele item que está muito caro se tiver um outro da mesma categoria que atenda a mesma necessidade ou desejo e que seja mais barato a exemplo da carne bovina que tem as alternativas da carne suína da proteína do frango do ovo e outras proteínas que são substitutas da carne bovina é melhor optar pelo mais barato ou pelo menos. O segundo ponto é abandonar. Infelizmente, com a inflação é preciso fazer esforço de escolha, substituição, redução de consumo dos itens que estão mais caros para que não sejamos tão penalizados no nosso bolso do nosso tão pouco dinheiro que ganhamos no Brasil”, finalizou o economista.
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