ECONOMIA
Pix é o dinheiro do futuro? Vencedor do prêmio Nobel elogia o Brasil
Paul Krugman, vencedor do prêmio Nobel de Economia, rasgou elogios ao Pix
Por Daniel Genonadio

O recente ataque do governo dos Estados Unidos ao Pix, sistema de pagamento online criado pelo Banco Central do Brasil foi repercutido por Paul Krugman, vencedor do prêmio Nobel de Economia, que em sua coluna semanal, publicada nesta terça-feira no subtrack, questionou: "O Brasil inventou o futuro do dinheiro?".
Na sua coluna, o economista americano questiona a situação das criptomoeadas nos EUA e diz que o governo de Donald Trump deveria olhar o Brasil como referência no sistema de pagamento e de inovação financeira.
Paul Krugman critica Donald Trump uma semana depois do governo dos EUA abrir uma investigação contra o sistema de pagamentos no Brasil, o que poderia acarretar em novas sanções e tarifas contra o país. Além disso, o economista americano elogia o Judiciário brasileiro por julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Pix como dinheiro do futuro
O Pix foi usado como modelo positivo como sistema de pagamento online por alcançar 93% da população brasileira e oferecer baixos custos de transação.
"Não posso deixar de notar que o Pix está realmente alcançando o que os impulsionadores de criptomoedas alegaram, falsamente, ser capaz de entregar por meio do blockchain - baixos custos de transação e inclusão financeira", comparou. "Compare os 93% dos brasileiros que usam o Pix com os 2%, isso mesmo, 2% dos americanos que usaram criptomoeda para comprar algo ou fazer um pagamento em 2024", disse.
A comparação com o Pix acontece em um texto crítico de Paul Krugman ao anúncio, na semana passada, a Câmara dos Deputados dos EUA sa aprovação da Lei GENIUS que, segundo ele "impulsionará o crescimento das stablecoins, abrindo caminho para futuros golpes e crises financeiras".
Além disso, a Câmara também aprovou um projeto de lei que impediria o Federal Reserve de criar uma moeda digital do banco central (CBDC), ou mesmo estudar a ideia. "Por que os republicanos estão tão aterrorizados com a ideia de um CBDC que estão literalmente ordenando que o Fed pare de pensar nisso?", questionou Krugman.
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"Por que os republicanos estão tão aterrorizados com a ideia de um CBDC que estão literalmente ordenando que o Fed pare de pensar nisso?", questionou antes de elogiar o Brasil como modelo.
"A maioria das pessoas provavelmente não pensa no Brasil como líder em inovação financeira. Mas a economia política do Brasil é claramente muito diferente da nossa - por exemplo, eles realmente colocam ex-presidentes que tentam anular as eleições em julgamento", disse, numa referência a Jair Bolsonaro.
Ele compara o Pix a uma "versão pública do Zelle, o sistema de pagamento operado por um consórcio de bancos privados dos EUA". "Mas o Pix é muito mais fácil de usar. E enquanto o Zelle é grande, o Pix se tornou simplesmente enorme, usado por 93% dos adultos brasileiros. Parece estar substituindo rapidamente dinheiro e cartões", disse.
No texto, Krugman ainda elogio os custos de transação baixos do Pix. "As autoridades estabeleceram uma exigência de que o Pix seja gratuito para pessoas físicas, e o custo de uma transação de pagamento para empresas/comerciantes é de apenas 0,33% do valor da transação, contra 1,13% para cartões de débito e 2,34% para cartões de crédito", disse.
Krugman questiona se os EUA podem ter um sistema como o Pix, para logo em seguida responder que não, "por dois motivos".
Primeiro motivo - o setor financeiro dos EUA tem muito poder e nunca permitiria que um sistema público competisse com seus produtos - mesmo, ou na verdade especialmente, se o sistema público for superior. O governo Trump sugere que a mera existência do Pix no Brasil constitui concorrência desleal para as empresas de cartão de crédito e débito dos EUA.
Segundo motivo - a direita dos EUA está firmemente comprometida com a visão de que o governo é sempre o problema, nunca a solução. Os republicanos nunca, jamais admitirão que um sistema de pagamentos operado pelo governo possa ser melhor do que as alternativas do setor privado
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