A TARDE EDUCAÇÃO
Educação e identidade: fortalecendo raízes afro-brasileiras nas escolas
Programa A TARDE Educação incentiva reflexões sobre pertencimento e valorização da cultura negra
Por Da Redação
Neste mês de novembro, o Programa A TARDE Educação, do Grupo A TARDE, convida escolas e educadores a refletirem sobre o tema “Educação e Identidade: valorizando nossas raízes”. A iniciativa, que destaca a valorização da cultura afro-brasileira, busca fortalecer o senso de pertencimento e fomentar discussões sobre a importância da identidade no desenvolvimento de crianças e jovens no ambiente escolar.
“Quando uma criança tem uma identidade fortalecida, torna-se mais fácil transitar no espaço escolar e desenvolver um senso de pertencimento. Promover uma identidade fortalecida no ambiente escolar é essencial para que nossas crianças e jovens negros e negras se vejam representados e valorizados, contribuindo para uma experiência educacional mais inclusiva e respeitosa”, afirma Jéssica Gouveia, pedagoga do Programa.
A professora Carla Santos Pinheiro ressalta que a abordagem da identidade afro-brasileira na educação básica é fundamental para que os estudantes compreendam a história e a cultura da população negra.
“Trata-se de uma atuação que visa a construção de uma identidade negra positiva e não uma divulgação a partir de uma representação estereotipada e fundada em ideologias racistas, que, por sua vez, perpetuam desigualdades raciais como, infelizmente, tem ocorrido em diferentes espaços educacionais do território brasileiro”, explica a educadora.
“O reconhecimento, a valorização e o respeito ao legado da população negra na escola devem permitir que crianças e adultos compreendam os modos de coexistência deste povo a partir da exaltação de sua história de luta e de resistência, dos seus princípios e de seus modos de ser, de viver e de pensar, possibilitando que a consciência e a ressignificação da identidade étnico-racial tenha por lastro posturas e atitudes subjetivas e objetivas fundadas no orgulho pelo seu pertencimento identitário individual e coletivo”, acrescenta.
A autoestima e o senso de pertencimento de estudantes negros podem ser influenciados tanto pela escolha dos temas abordados nos ambientes educacionais quanto pelo reconhecimento das relações étnico-raciais na escola e na sociedade.
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Segundo Carla, a valorização da identidade negra deve ser uma pauta permanente no currículo escolar.
“A questão racial compõe a identidade influenciando as formas como as pessoas percebem a si e aos outros, interferindo nas formas como são representadas e até hierarquizadas em âmbito pessoal e social, familiar e institucional. Cabe à escola viabilizar essas dinâmicas através de práticas pedagógicas que direcionem à efetivação da verdadeira democracia social e racial, ações que incentivem os estudantes a refletirem sobre o lugar de sua comunidade no mundo, assim como as estratégias de enfrentamento e resistência utilizadas pela população negra e outros grupos socialmente marginalizados para manterem-se vivos de maneira física e simbólica”, afirma.
Para a professora, o silêncio sobre as relações étnico-raciais não é uma opção. “Para tanto, faz-se necessário que: as interações entre os diferentes sujeitos sociais que fazem parte do ambiente educativo sejam refletidas e revisitadas; o material didático-pedagógico seja cuidadosamente escolhido e analisado de forma que compartilhe os princípios e a cosmovisão afro-brasileira para que, dentre outros requisitos, não sirva de reforço à discriminação racial”, pontua Carla.
A educadora destaca ainda que o fortalecimento da identidade racial desde a educação infantil até o ensino médio contribui para a formação de cidadãos mais conscientes e engajados.
“Defendo que os valores civilizatórios afro-brasileiros, sistematizados por Azoilda Loretto da Trindade, são um importante marco para pensarmos em mobilizações quanto à identidade racial de crianças e de estudantes devido à sua potência como princípio e como metodologia”, conclui.
No Brasil, o fortalecimento da identidade afro-brasileira ganhou destaque com o reconhecimento do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, que se contrapõe ao 13 de maio, data da chamada abolição da escravatura. Enquanto o 13 de maio simboliza uma abolição sem reparação histórica, o Dia da Consciência Negra celebra a luta e a resistência da população negra e reforça a urgência de construir uma sociedade mais justa.
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