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NOVEMBRO NEGRO

Empreendedores negros dão dicas de como começar seu próprio negócio

Líderes das empresas falam sobre suas trajetórias e a realização de projetos para ascenção de pessoas negras no mercado de trabalho

Por Redação

16/11/2024 - 6:00 h | Atualizada em 18/11/2024 - 10:11
Segundo o SEBRAE, 47% das mulheres que empreendem no Brasil são negras
Segundo o SEBRAE, 47% das mulheres que empreendem no Brasil são negras -

No mês da consciência negra o Portal A TARDE reuniu alguns casos de negócios de sucesso liderados por pessoas negras. É o caso do Clube de Corrida Runners Club que reúne 1500 alunos dentro e fora do Brasil e da Wakanda Educação Empreendedora, liderada por Karine Oliveira e a Impacto Contabilidade.

De acordo com pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), 47% das mulheres que empreendem no Brasil são negras, mesmo diante de tantos obstáculos como explica Karine Oliveira, “Uma das grandes dificuldades que pessoas negras enfrentam em empreender é que a maior parte faz por necessidade, isso faz com que elas tenham pouquíssimo tempo para se planejar, estruturar, procurar uma estratégia”.

A CEO da Wakanda Educação Empreendedora elenca duas principais barreiras para pessoas negras empreenderem no país. A falta de networking e de acesso a linha de crédito.

“Geralmente pessoas negras vivem em bairros periféricos e tem o networking reduzido. Isso faz com que tenham que se esforçar cada vez mais para poder construir uma rede de relacionamento que possa propiciar que outras oportunidades boas cheguem a elas”, comenta Karine.

Já quanto à linha de crédito, a empresária explica que pessoas negras têm acesso restrito por uma questão estrutural, mas ela aponta para soluções. “Políticas públicas como o Cred Afro e o Cred Amigos são programas pensados em pessoas negras e já tem essa facilidade de acesso ao crédito, para que esse empreendedor além de acessar possa pagar o crédito e os juros de forma justa para que isso viabilize seu negócio”, concluiu.

Além do mais Karine também encoraja que mesmo diante das dificuldades, pessoas negras comecem a empreender. “Olhar para dentro, fazer a metodologia do SANKOFA, o pássaro que olha para trás, mas pensa no futuro. Observe quais são as habilidades, a rede de apoio e crie uma estratégia com o que você tem hoje e a partir daí já entra no mercado”.

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É o caso de Carlos Filipe Albuquerque, também conhecido como professor Chokito, diretor do clube de corrida Runners Club, que iniciou o clube de corrida em 2007. “O início nunca é fácil, mas com o amadurecimento ao longo desses 17 anos me fez entender que existem coisas que podem ser evitadas e outras projetadas para o sucesso”.

Além de alunos no Brasil, Chokito também tem alunos onine fora do país
Além de alunos no Brasil, Chokito também tem alunos onine fora do país | Foto: José Cupertino

Para Chokito, o que se faz necessário para o crescimento no mundo dos negócios é “a constância e seriedade do trabalho”, que trouxeram bons resultados para ele como a validação de uma franquia que já pretende expandir para outras cidades do Brasil e também para fora onde já tem um público de alunos online.

O empresário e professor de educação física também montou uma equipe com 22 pessoas negras. “Hoje 90% dos nossos prestadores de serviço são negros e que moram em bairros periféricos”. A principal ideia de Carlos Albuquerque é que os educadores “obtenham acessibilidade e entendimento da sua posição enquanto profissional, negro e estar sendo reconhecido pela sua formação e profissão.”

Outro fator apontado pelos empresários é habilidade de criatividade e ideias inovadoras que pessoas negras diante dos obstáculos constroem. No caso da Runners, Chokito aponta para um diferencial.

“Os principais diferenciais do meu negócio eu vejo como empatia e o lado humanizado da nossa prestação de serviço. A gente entende que a corrida é só uma alavanca para que a gente possa ter acesso a condição daquele indivíduo para que a gente o conduza com toda qualidade e segurança, tirando todas as negativas, traumas e processos que o deixaram longe da prática do exercício físico", explica o educador.

“Trazemos também a continuidade de processo e protocolo que já atuamos trazendo inovações dentro das diretrizes que a ciência preconiza, além de eventos esportivos, no qual a gente estabelece com a nossa prestação de serviços, complementa Carlos Albuquerque.

Outro exemplo de sucesso liderado por pessoas negras é a Impacto Contabilidade que emprega 90% de pessoas negras na equipe. "O projeto, Nosso Primeiro Emprego, surgiu a partir da ideia de buscar quem quisessem ascenção no mercado", explicou Alison Santana, sócio-diretor da empresa de Contabilidade.

"Nossa missão é que pessoas negras consigam ter um emprego digno, um salário digno e que consigam mudar o cenário das suas vidas", finalizou o sócio que pretende continuar e ampliar o projeto em uma nova edição em 2025.

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