EDUCAÇÃO
Seduc de Camaçari destaca práticas antirracistas após tema do Enem ser divulgado
Rede municipal de ensino implementa ações que valorizam a herança africana e combatem o racismo
Em destaque na imprensa brasileira por ter sido o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, os “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil” já vem sendo pauta de discussões profundas, formações regulares e de ações efetivas na Rede Pública Municipal de Ensino de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador.
Desde a composição da grade de programação da Jornada Pedagógica 2024, até a seleção e distribuição de materiais didáticos para utilização pelas escolas, diversas iniciativas evidenciam os esforços e os avanços do movimento de implementação da educação antirracista nas unidades de ensino.
Para a secretária de Educação (Seduc), Neurilene Martins, ao escolher esse tema para a redação do Enem 2024, o Ministério da Educação (MEC) atesta a importância dessa reflexão, bem como da adoção de práticas contínuas que endossam o reconhecimento às contribuições culturais e intelectuais das ancestralidades africanas e de afro-brasileiros contemporâneos na construção de uma sociedade melhor.
“É um tema que está na pauta da Seduc. A Jornada Pedagógica 2024 exemplifica isso, pois trouxemos personalidades cujos trabalhos instigam essa reflexão na sociedade. Através do Núcleo de Educação para as Relações Étnico-raciais, também promovemos abordagens que repercutem nessa valorização que é essencial para uma sociedade mais equânime”, afirmou.
Responsável pelo Núcleo de Educação para as Relações Étnico-raciais da Seduc, o professor Edmario Ferreira elenca outras ações desenvolvidas na rede e que representam passos significativos na implementação de uma educação antirracista no município.
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Entre as participações na Jornada Pedagógica 2024 estão a do membro fundador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Unicamp, o historiador Natanael dos Santos, que, com apoio do Quinteto Griô, ministrou a palestra musicada Trajetória do Africano em Território Brasileiro; e o ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura pelo livro “Namíbia Não!”, o ator, dramaturgo, roteirista, apresentador do programa Conexão Bahia da Rede Bahia, Aldri Nascimento, que comandou uma interessante roda de conversa. Também houve painéis dedicados a outras obras literárias que abordam essa temática, bem como a distribuição dos livros “Pequeno Manual Antirracista” e “Pretamorphosis: biografia não autorizada de um ex-branco”.
As literaturas distribuídas nas escolas da rede municipal também instrumentalizam e fortalecem esse movimento por uma educação antirracista. Obras como “Minha África Brasileira e os Povos Indígenas”, da Griô Educacional; “Torto Arado”, do premiado escritor baiano Itamar Vieira Junior; “Pequeno Manual Antirracista”, de filósofa, professora e militante feminista e antirracista Djamila Ribeiro; passaram a compor os acervos das unidades de ensino, sendo utilizados em diversas atividades interdisciplinares.
O conteúdo dos novos cadernos pedagógicos é entrelaçado por referências à educação racista, a começar por um de seus textos introdutórios, que traz o título “Consciência e praxis para acabar com o racismo”. O material propõe aos professores a promoção de um processo educativo que traga informações sobre a história dos povos indígenas e africanos, por muito tempo silenciada, apresentando “suas criações intelectuais, políticas e artísticas”. No escopo, novas referências aparecem, a exemplo da atividade que propõe leitura e reflexão sobre o Quilombo de Cordoaria, localizado em Camaçari.
Um dos seis volumes que compõem o novo Referencial Curricular de Camaçari, intitulado “Transversalidades Fundantes, Ampliadas e Formacionais e Modalidades da Educação Básica”, orienta práticas pedagógicas propositivas nas escolas, para repercutir fora delas. Um dos itens que este volume apresenta é “Elementos para a construção de uma educação antirracista: tecendo o currículo”. Nele, há os seguintes subitens: Colonialismo, Raça e Racismo no Brasil; Educação e Suas Interfaces com o Racismo; e A Importância da Educação Antirracista: Construindo o Currículo. São informações relevantes que inspiram e direcionam o trabalho do professor na implementação da educação antirracista.
Com o tema “O Futuro em Nossas Mãos: Escola Pública como Lugar de Destino e Partidas”, os Desfiles Cívicos 2024 oportunizaram a exposição de diversos conteúdos do projeto pedagógico trabalhado nas escolas. Isso também inclui a Educação Antirracista, resultando em alas temáticas que transmitiram para os espectadores, através das performances dos alunos, por meio de diversas linguagens artísticas, o repúdio ao racismo e o clamor por uma sociedade pautada pelo respeito às diferenças e pela equidade.
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